Com as praias proibidas, empresa fundada em
1953 perde sua maior fonte de renda e para de funcionar por tempo indeterminado
Cleo Guimarães
A fila de ambulantes que
costuma se formar a partir das 5h em frente a um predinho na Rua do Senado, no
Centro, agora faz parte do passado – pelo menos por enquanto. Com as medidas de
isolamento social adotadas por causa da pandemia do coronavírus, a fábrica
de biscoitos Globo vive a maior crise de seus 67 anos de existência e fechou
as portas por tempo indeterminado.
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Foto: Alexandre Rebelo/Reprodução
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“Nosso carro-chefe é o
biscoito vendido nas embalagens de papel, revendido nas ruas e nas praias. Como
ninguém sai de casa e a praia está proibida, não temos para onde correr”, diz
Marcelo Ponce, um dos donos do negócio.
Ele conta que costuma vender
entre 5000 e 7000 saquinhos por dia nesta época do ano, chegando a dobrar a
quantidade no verão. “Essa crise acabou com a gente”, diz. Atualmente não há
disponível, em lugar algum da cidade, sacos de biscoito em papel, a versão mais
tradicional. A embalagem plástica, feita para ser revendida em escolas,
supermercados e casas comerciais, ainda é encontrada nos grandes revendedores.
Marcelo conta que tem atendido a alguns pedidos sob demanda, das poucas
empresas que ainda funcionam, como os mercados. “Coloco duas ou três pessoas
para produzir, mas somente alguns pedidos específicos, que valham a pena. É
muito triste isso”. Mais de 40 mil saquinhos de papel serão reciclados porque
já tinham a data de validade impressa.