Número representa 46 milhões que não
acessam a rede
Mariana Tokarnia
A Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad
Contínua TIC) 2018, divulgada hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), mostra que uma em cada quatro pessoas no Brasil não tem
acesso à internet. Em números totais, isso representa cerca de 46 milhões de
brasileiros que não acessam a rede.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
Quase a metade das pessoas que
não têm acesso à rede (41,6%) diz que o motivo para não acessar é não saber
usar. Uma a cada três (34,6%) diz não ter interesse. Para 11,8% delas, o
serviço de acesso à internet é caro e para 5,7%, o equipamento necessário para
acessar a internet, como celular, laptop e tablet, é caro.
Sem serviço
Para 4,5% das pessoas em todo
o país que não acessam a internet, o serviço não está disponível nos locais que
frequentam. Ou seja, mesmo que queiram, não conseguem contratar um pacote de
internet. Esse percentual é mais elevado na Região Norte, onde 13,8% daqueles
que não acessam a internet não têm acesso ao serviço nos locais que frequentam.
Na Região Sudeste, esse percentual é 1,9%.
“Então, talvez, para poder
abranger, aumentar esse acesso à internet a toda a extensão do país, investir
na questão da disponibilidade na Região Norte seja um caminho”, diz a gerente
da Pnad Contínua, Maria Lucia Vieira.
A pesquisa aponta também
desigualdades entre áreas rurais e urbanas. O percentual de moradores de áreas
rurais que não utilizam a internet porque o serviço não está disponível é 12%,
dez vezes maior que a da área urbana, 1,2%. Já o índice daqueles que dizem ser
caro o equipamento necessário chega a 7,3% na área rural, enquanto nas cidades
é 5%.
Entre 2017 e 2018, no entanto,
tanto na área rural quanto na urbana o percentual de pessoas que utilizaram a
internet cresceu. Passou de 74,8% para 79,4%, em áreas urbanas, e de 39% para
46,5%, em áreas rurais.
Internet em casa
O índice de domicílios com acesso
à internet também aumentou entre 2017 e 2018, passando de 74,9% para 79,1%. “O
crescimento mais acelerado da utilização da internet nos domicílios da área
rural contribuiu para reduzir a grande diferença em relação aos da área
urbana”, diz o texto. De 2017 para 2018, o percentual de domicílios em que a
internet era utilizada passou de 80,2% para 83,8% em área urbana e de 41% para
49,2% na área rural.
Em relação à renda, nas casas
onde havia acesso à internet, o rendimento médio por pessoa era R$ 1.769, quase
o dobro do rendimento nas casas daqueles que não acessavam a rede, que era R$
940.
Esta é a terceira vez que a
(Pnad) compila dados sobre Tecnologia da Informação e Comunicação. Os dados
referem-se ao quarto trimestre de 2018. A pesquisa trata do acesso à internet e
à televisão nos domicílios particulares permanentes e do acesso à internet e à
posse de telefone móvel celular para as pessoas de 10 anos ou mais de idade, o
que equivale a um total de cerca de 181,9 milhões de pessoas.
Título e Texto: Mariana
Tokarnia; Edição: Graça Adjuto – Agência Brasil, 29-4-2020, 10h05
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