Aparecido Raimundo de Souza
GOSTARÍAMOS DE PEDIR desculpas aos nossos amigos leitores pelo fato de transcrevermos, em
nossa coluna de hoje, alguns trechos do artigo do jornalista J.R. Guzzo,
publicado na revista eletrônica Metrópole
no dia 10 de abril deste ano, sob o título SEM DEMOCRACIA, SEM LIBERDADE E SEM MORAL.
Como os senhores podem perceber, não somos só os únicos que imaginamos
que o país está sem rumo, como um imenso barco à deriva, singrando um mar
bravio, prestes a ser tragado pela fúria das águas traiçoeiras. Outros, com
mais sabedoria e experiência, comungam do mesmo raciocínio, e, de igual forma,
pelejam para mostrar a realidade a esse povinho boçal e aparvalhado, a essa
gentalha que não enxerga um palmo diante do nariz.
O texto de Guzzo começa asseverando que: “a democracia morreu no Brazil,
se é que chegou a viver algum dia, pois qualquer exame clínico um pouco mais
atento mostra que ela já nasceu morta em 22 de setembro de 1988, dia em que
começou a valer a Constituição Federal que está em vigor e que é, em geral,
considerado como seu marco zero”. E continua: “Nasceu morta, porque quem a
escreveu pensou numa coisa só, com obsessão exemplar, desde a redação da sua
primeira sílaba: como montar no Brasil um sistema de governo em que um grupo
limitado de pessoas fica com 100% do direito legal de tomar decisões – sem ter
de pagar pelas consequências do que decide, é claro – o resto da população fica
sem influência nenhuma. É o que vem acontecendo há quase 32 anos”.
De fato, Guzzo fala de um calhamaço de leis que, para a sociedade, não
passa de um amontoado de papéis que servem apenas para limpar a bunda. Aliás,
perdão! Nem para essa finalidade. Não nos esqueçamos que os pobres, ou os
cavalos de carroças, não têm como acessar essa merda que engolimos como
Constituição Federal, ou Carta Magna. Quem a escreveu, estava mancomunado com
os Poderosos, e a ele não interessava se inclinar para a parte podre. A parte
podre, caros amigos, é formada por todos nós, cidadãos partícipes de um
agrupamento de hipócritas, de atoleimados, de manés e margaridas que vivem em
cubatas abertas às intempéries e, por não terem um pingo de vergonha na cara,
aceitam tudo, concordam com tudo e deixam que os filhos da puta lá do Planalto
Central façam e desfaçam, a seu bel prazer, cometendo as maiores atrocidades em
nome de uma velha e retrógrada Carta Maior, falecida e enterrada, uma
Constituição imunda, encardida, cheia de vermes, que há muito deveria ter sido
jogada na lata de lixo, juntamente com todos os canalhas e flibusteiros que se
dizem nossos representantes.
Daí Guzzo bater na tecla da orgia e do bordel, da putaria e da sacanagem
que engolimos há mais de três décadas. Nossos políticos, notadamente os que
detêm os controles de mando, transformaram Brasília num prostíbulo, onde o
dinheiro vivo corre solto e fala mais alto, onde as putas e os putos vendem
seus rabos a quem cobrir a melhor oferta.
Brasília é a terra dos jogos ilícitos, assemelhando-se, sem tirar nem
pôr, a uma segunda Las Vegas. Desconectada da honestidade, divorciada da
lisura, terra sem lei, cidade sonâmbula. A nosso entendimento, Brasília deveria
mudar de nome. Pegaria melhor se o “berço
das grandes decisões nacionais” (berço… vamos rir?) mudasse para “casa da mãe
joana”.
A casa da mãe joana é aquele pardieiro onde o bom senso, a dignidade, a
transparência e o descaramento sobrevivem por meio de um vírus pior que o
covid-19, ou seja, a prostituição, e onde, igualmente, todas as imoralidade
conhecidas abundam, não em berços, pelo amor de Deus, mas em camas esplêndidas,
recheadas com um enorme punhado de “verdinhas”. Guzzo vai além das aparências e
detalha: “No papel, e nos tratados de
ciência política, é o governo comandado pela vontade da maioria – e os votos da
maioria podem perfeitamente colocar no governo, ou seja lá onde as decisões são
tomadas, gente que não tem interesse algum em saber quanto você é livre ou não
é. Seu papel é unicamente obedecer às leis e regras que os donos do poder
escrevem em benefício próprio, ou dos grupos a quem servem. No Brasil de hoje,
não há uma coisa nem outra.”
Guzzo sintetizou que qualquer cagalhão faz e desfaz, e quem tiver alguma
coisa contra, que aja como Mark Manson ligando o seu foda-se sutilmente, ou que
vá reclamar nos quintos do Capiroto. O jornalista observou também que “não há
democracia porque quem manda em tudo, faz mais de trinta anos, é uma minoria –
a população só é chamada, de dois e dois anos, para votar em eleições nas quais
um sistema viciado elege sempre os mesmos, com uma ou outra exceção que não
muda nada. Fechadas as urnas às 5 horas da tarde, todos são mandados de volta
para casa e só voltam a abrir a boca dali a dois anos, para fazerem a mesma
coisa”. O desrespeito pelo cidadão comum está visível. Só não vê quem não quer.
Recebemos um vídeo em que foi gravado um rato de esgoto – (me perdõem as
famílias Muridae e Cricetidae —, entre outras, todas da
aconchegante cidade de Ratópolis, na China), conhecido como Rodrigo Maia. E o
que têm em comum o bendito vídeo com o presente texto? Tudo, caros leitores.
Essa desgraça foi passar um fim de semana no Rio de Janeiro, até ai, tudo bem.
Acontece que o vigarista, ou como alguns do povo o apelidaram, “Nhonho”, estava
com tanto medo, que teve o desplante de ocupar a polícia, tirando os militares
de coisas mais urgentes a serem feitas e fechando a rua em frente ao prédio,
onde possui um apartamento, e o fez para não ser incomodado. A sua asnice
chegou a ponto de ordenar que ninguém transitasse de carro, mesmo os moradores
da torre, e, claro, de outros edifícios circunvizinhos. Povinho só a pé.
Talvez fosse o medo de morrer, e a partir daí dar com os cornos numa bala
perdida e ir para a tranquila “cidade dos dormidos”, junto com a sua barriga
repleta de banha e seu traseiro enlameado de bosta. Percebam no vídeo, que um
casal de pedrestes comenta com muita propriedade: “Não chega as merdas que faz
em Brasília, vem cagar também no Rio de Janeiro”. Concluímos, senhoras e
senhores, que esse roedor dos nossos bolsos, o nihil que nele existe, se agigantou e por causa disso se julga
intocável, ou pior, se acha um deus. Deveria ter vergonha de afanar, de possuir
um imóvel onde o condomínio hoje passa dos
15 mil reais, sem nos esquecermos de um detalhezinho importante: quem
paga as contas desse adiposo, ou elefante paralítico (reparem, lhe falta a
tromba no focinho), somos nós, meras coisas sangradas vegetando numa órbita de
espanto.
Que o Pai Maior nos perdoe a heresia! Se for pecado, somos réus. Mas às
vezes, duvidamos de sua existência. Como assim, duvidamos?! — Simples,
caríssimos. Por que um câncer como esse e outros mais que infestam a capital do
país não contraem o tal vírus mortal da pandemia que nos mantém prisioneiros em
casa e não escafedem de vez para o precipício eterno? E à recidiva voltem a dar
de comer, no rés-do-chão, a outras ascaridíases de suas respectivas
consanguinidades?
Ponto-finalizando, só nos resta o caminho da oração. Quem sabe, por meio
dela deixamos de ser animais baldios, relhas de arados a serviço dos
manda-chuvas. Talvez a verdadeira Democracia saia, em definitivo da UTI, a
Liberdade se soerga do seu leito onde vegeta em coma profundo e a Moral se
desfaça dessa angústia extrema que a definha e volte, triunfante, a brilhar nos
horizontes desta nação bancarrotada e às portas de despencar, de uma vez por
todas, nas raias de um abismo de onde, bem sabemos, não há como regressar.
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, de Vila
Velha, Espírito Santo, 24-4-2020
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APARECIDO COMUNGAMOS DA MESMA HÓSTIA.
ResponderExcluirPORÉM GUZZO ESTA ERRADO.
O texto de Guzzo começa asseverando que: “a democracia morreu no Brazil, se é que chegou a viver algum dia, pois qualquer exame clínico um pouco mais atento mostra que ela já nasceu morta em 15 de JANEIRO de 1985, dia DA ELEIÇÃO DE SARNEY. A Constituição Federal que está em vigor e que é, em geral, considerado como seu marco zero É UMA CÓPIA FIDEDIGNA DA CONSTITUIÇÃO DE 25 MARÇO DE 1824, COM ATERRORIZANTES DIREITOS ESPÚRIOS”. E continua: “COPIOU-SE morta, porque quem a escreveu pensou numa coisa só, com obsessão exemplar, desde a redação da sua primeira sílaba: como montar no Brasil um sistema de governo em que um grupo limitado de pessoas fica com 100% do direito legal de tomar decisões – sem ter de pagar pelas consequências do que decide, é claro – o resto da população fica sem influência nenhuma. É o que vem acontecendo há quase 296 anos”.
NUNCA HOUVE ISONOMIA DE DIREITOS E DEVERES.
Povo que não tem virtude acaba por ser escravo.
FLY OUT
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