Nome completo: Vítor
Manuel Guimarães Dias
Nome de Guerra: Vítor
Guimarães
Onde e quando nasceu?
Nascido em Vieira do Minho.
Portugal.
Onde estudou?
Estudei no Liceu Nacional Sá
de Miranda e na Universidade do Minho, em Braga.
Onde passou a infância e
juventude?
Passei a minha infância e
juventude entre Vieira do Minho e Braga.
Qual (ou quais)
acontecimento marcou a sua infância e juventude?
O falecimento em combate pelas
Forças Armadas Portuguesas em Moçambique, 1972, de meu tio, Alferes Comando
Agostinho Guimarães.
No ano seguinte, de Portugal,
clandestino, a monte pela Galícia viajei até à Suécia onde pedi asilo político.
Depois da revolução do 25 de
Abril regressei a Portugal e prossegui os meus estudos na Universidade do
Minho.
Em 1973 tinha que idade?
Em 1973 tinha 18 anos de
idade, altura em que a guerra nas colónias portuguesas se arrastava, não havia
evidência de uma descolonização pacífica e cada vez mais as tropas portuguesas
eram sacrificadas numa guerra cruel. O meu tio Alferes Comando Agostinho
Guimarães perdeu a vida nessa guerra assim como muitos outros militares. Muitas
famílias perderam entes queridos e havia um descontentamento geral do povo português
com a situação política do país.
Por que se mandou para a
Suécia?
Antecipando a minha chamada
para o serviço militar decidi sair do país. Tinha alguns contatos de amigos
Bracarenses ex-colegas do liceu, que estavam exilados em Paris e em Upsala, na
Suécia.
Como não tinha direito a
concessão de passaporte e como residia a cerca de 25 Km da fronteira com
Espanha, na serra do Gerês, decidi passar a monte. A minha família estava de
acordo com a minha decisão.
Como viajou até lá?
Passei a monte perto do posto
de fronteira Portela do Homem, cheguei a Lobios, na Galiza, e em seguida a
Ourense. Usando diferentes autocarros e comboios, empurrado por ventos
franquistas atravessei a Espanha até Irun/Hendaia, fronteira com a França onde
com algumas indicações também passei a fronteira a monte.
Continuando em comboio
finalmente cheguei a Paris onde estive em contato com outros Portugueses também
refugiados. Estive lá um mês, trabalhei num restaurante e consegui um
passaporte de 6 meses. Depois em comboio atravessei a Alemanha até Hamburgo,
depois Lübeck e cheguei a Travemunde no norte junto ao mar Báltico. Aí
embarquei num Ferry Boat Escandinavo e cheguei a Malmö no Sul da Suécia. Fui
interrogado pelas autoridades aduaneiras locais. Declarei-me como estudante em
turismo de visita a uns amigos Portugueses que moravam em Upsala cidade
estudantil perto de Estocolmo. Permitiram a minha entrada no País como turista.
O que alegou no pedido de
asilo político?
Continuei em comboio até
Upsala onde fui recebido por um amigo português que lá residia como refugiado
político. Com a ajuda deste consegui o status provisório de refugiado. Fiquei
alguns meses na Suécia. Ia adaptando-me apesar de ter alguma dificuldade com o
aprendizado da língua sueca, mas o facto de falar Inglês ajudava. Mais tarde
voltei para Paris onde residi e trabalhei por um tempo.