domingo, 30 de maio de 2021

[O cão tabagista conversou com…] Vítor Guimarães: “… a monte pela Galícia viajei até à Suécia onde pedi asilo político.”

Nome completo: Vítor Manuel Guimarães Dias

Nome de Guerra: Vítor Guimarães

Onde e quando nasceu?

Nascido em Vieira do Minho. Portugal.

Onde estudou?

Estudei no Liceu Nacional Sá de Miranda e na Universidade do Minho, em Braga.

Onde passou a infância e juventude?

Passei a minha infância e juventude entre Vieira do Minho e Braga.

Qual (ou quais) acontecimento marcou a sua infância e juventude?

O falecimento em combate pelas Forças Armadas Portuguesas em Moçambique, 1972, de meu tio, Alferes Comando Agostinho Guimarães.

No ano seguinte, de Portugal, clandestino, a monte pela Galícia viajei até à Suécia onde pedi asilo político.

Depois da revolução do 25 de Abril regressei a Portugal e prossegui os meus estudos na Universidade do Minho.

Em 1973 tinha que idade?

Em 1973 tinha 18 anos de idade, altura em que a guerra nas colónias portuguesas se arrastava, não havia evidência de uma descolonização pacífica e cada vez mais as tropas portuguesas eram sacrificadas numa guerra cruel. O meu tio Alferes Comando Agostinho Guimarães perdeu a vida nessa guerra assim como muitos outros militares. Muitas famílias perderam entes queridos e havia um descontentamento geral do povo português com a situação política do país.

Por que se mandou para a Suécia?

Antecipando a minha chamada para o serviço militar decidi sair do país. Tinha alguns contatos de amigos Bracarenses ex-colegas do liceu, que estavam exilados em Paris e em Upsala, na Suécia.

Como não tinha direito a concessão de passaporte e como residia a cerca de 25 Km da fronteira com Espanha, na serra do Gerês, decidi passar a monte. A minha família estava de acordo com a minha decisão.

Como viajou até lá?

Passei a monte perto do posto de fronteira Portela do Homem, cheguei a Lobios, na Galiza, e em seguida a Ourense. Usando diferentes autocarros e comboios, empurrado por ventos franquistas atravessei a Espanha até Irun/Hendaia, fronteira com a França onde com algumas indicações também passei a fronteira a monte.

Continuando em comboio finalmente cheguei a Paris onde estive em contato com outros Portugueses também refugiados. Estive lá um mês, trabalhei num restaurante e consegui um passaporte de 6 meses. Depois em comboio atravessei a Alemanha até Hamburgo, depois Lübeck e cheguei a Travemunde no norte junto ao mar Báltico. Aí embarquei num Ferry Boat Escandinavo e cheguei a Malmö no Sul da Suécia. Fui interrogado pelas autoridades aduaneiras locais. Declarei-me como estudante em turismo de visita a uns amigos Portugueses que moravam em Upsala cidade estudantil perto de Estocolmo. Permitiram a minha entrada no País como turista.

O que alegou no pedido de asilo político?

Continuei em comboio até Upsala onde fui recebido por um amigo português que lá residia como refugiado político. Com a ajuda deste consegui o status provisório de refugiado. Fiquei alguns meses na Suécia. Ia adaptando-me apesar de ter alguma dificuldade com o aprendizado da língua sueca, mas o facto de falar Inglês ajudava. Mais tarde voltei para Paris onde residi e trabalhei por um tempo.

Que faculdade frequentou na Universidade do Minho?

Quando aconteceu a revolução do 25 de Abril regressei a Portugal e retomei os meus estudos frequentando o curso de engenharia metalomecânica na Universidade do Minho em Braga que tinha acabado de ser inaugurada.

Então, o seu primeiro trabalho foi num restaurante, em Paris, certo?

Sim o meu primeiro emprego fora de Portugal foi apenas durante um mês num restaurante de um imigrante português, depois prossegui a viagem para a Suécia.

Fazia serviço de mesa. Tinha aprendido a língua francesa durante cinco anos no Liceu Nacional Sá de Miranda em Braga, e tinha trabalhado no serviço de cantina deste mesmo liceu onde fiz os estudos do ensino médio. Estes fatores ajudaram a conseguir esse primeiro emprego. 

Em Portugal trabalhei durante toda a minha infância e adolescência. Os meus pais eram agricultores, proprietários de uma modesta quinta em Vieira do Minho, tínhamos algum gado bovino, ovino, caprino e cavalar, cultivávamos cereais, legumes, frutas, e tínhamos vinhas com castas do vinho verde.

Quinta da Atafona, onde nasci e cresci

Éramos nove irmãos, seis homens e três mulheres e todos ajudávamos nas lides do campo. A minha mãe também era professora primária e o meu pai guarda-rios. Trabalharam muito para proporcionar uma boa educação aos filhos.

As três irmãs são professoras do ensino médio, dos rapazes temos dois agrônomos, um engenheiro civil, um técnico mecânico, um tenente-coronel que seguiu a carreira militar e eu que depois de ter estudado três anos de engenharia metalomecânica prossegui o meu sonho de ser Comissário de Bordo da aviação comercial que acabei por realizar com sucesso já no Brasil para onde emigrei em 1977.

Fui Comissário de Bordo da Braniff Internacional Airways (Dallas-EUA) durante três anos, e da Varig (Brasil) durante vinte e quatro anos.

Afinal, é Vítor ou Victor? 😮

Eu sou Vitor oficialmente e gosto que assim me chamem, mas por engano o meu nome foi informatizado como Victor. Como aqui na França chamam-me de Victor, a forma francesa deste nome e por praticidade na comunicação profissional da hotelaria resolvi deixar assim.

Esteve antes nos Estados Unidos, depois veio para o Brasil, correto?

Fiz algumas viagens pela Europa no tempo de estudante universitário com pequenas economias, alojamentos em albergues da juventude, interrail passe de estudante, boleia e outros meios. A maior que me lembro foi quando fui até Istambul na Turquia viajando no trem Expresso do Oriente.

No verão de 1976 viajei pela primeira vez de avião. Fiz o voo intercontinental para Montreal no Canadá quando lá decorriam os jogos olímpicos. Foi quando observando atentamente a tripulação de cabine me despertou o sonho de um dia vir a ser Comissário de Bordo.

Fiquei quinze dias na casa de amigos em Montreal e depois fui para Brentford, pequena cidade rural perto de Toronto, no estado de Ontário, trabalhar na apanha do tabaco. E lá fiquei um mês, o trabalho era duro, mas bem pago, ganhava cinquenta dólares canadenses por dia, comida e dormida no rancho incluída.

Ganhei o suficiente para as despesas com esta viagem que incluíram uma visita às cataratas de Niagara, um festival de Rock no Ontario Place em Toronto e outros eventos. Após dois meses regressei a Portugal para dar continuação aos estudos na Universidade do Minho em Braga.

Viajar estava no meu ADN, mas sempre fui independente assumindo as despesas com dinheiro do meu próprio bolso, sobretudo tendo em conta toda a despesa que os meus pais tinham com a educação de nove filhos.

No começo do ano de 1977 passou a primeira telenovela brasileira em Portugal "Gabriela cravo e canela" do Jorge Amado, que eu assisti a quase todos os capítulos. Foi quando o meu interesse pelo Brasil despertou. Nesse ano apesar de estudar, jogar futebol pelo Vieira S.C. da terceira divisão nacional, ainda tinha tempo de ir ajudar o meu pai a algumas feiras de gado onde geralmente ele era bem-sucedido nos negócios e pagava-me um dinheirito pela colaboração. Também aí fiz algumas corridas de cavalo pois gostava, sempre montei bem.

Com algumas economias no bolso no final desse ano, de novo com a febre da aventura decidi interromper temporariamente os estudos e viajei para o Rio de Janeiro no final de 1977.

Gostei muito do Rio de Janeiro, de tudo o que vi, e a tentação de ficar por lá foi muito grande. Morei em Copacabana, depois Leblon e durante muitos anos em Ipanema. Trabalhei como relações públicas e vendedor da Joalheria Amsterdam Sauer que tinha lapidação, várias lojas no Rio e em todo o Brasil.  

Fui bem-sucedido nos negócios, fiz um bom dinheiro e depois de um ano fiz por terra uma grande viagem de um mês pelo Sul do Brasil incluindo Foz de Iguaçu e Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, viajando de ônibus e trem, incluindo o famoso trem do Pantanal e trem da Morte.

Depois que regressei ao Rio estava com intenções de regressar a Portugal e retomar os estudos na universidade. Nessa altura abriu um concurso, do qual participei, para Comissário de bordo, base Rio, da Braniff Internacional Airways, companhia americana de Dallas no Texas. Necessitavam apenas de dois Comissários de Bordo homens e sete mulheres. Tive a felicidade de ter sido escolhido e aí o meu grande sonho se realizou 🙂.

Fiz curso em Dallas e durante três anos passei a voar toda a América do Sul, parte da América Central e América do Norte. Com a crise do petróleo, esta companhia assim como várias outras, foi à falência.

Foi quando entrei na Varig, base Rio de Janeiro e voei também como Comissário de Bordo durante vinte e quatro anos, viajei por uma grande parte do mundo, fiz uma carreira de sucesso, até que em 2006 infelizmente esta também deixou de operar.

Nesse mesmo ano emigrei para a Paris onde resido e trabalho até aos dias de hoje.

A minha sede de aventureiro e o destino tornaram-me o mundo pequeno. 🙂

Quando ingressou na RG?

Entrei na Varig como Comissário de bordo junto com alguns colegas ex-Braniff, fiz o curso de treinamento em S. Paulo em dezembro de 1982 e comecei a voar a voar a partir de 17 de fevereiro de 1983. Nos três primeiros anos voei nacional inclusive fiz um baseamento de três meses em Manaus para fazer os voos da bacia Amazônica. Depois passei a fazer voos internacionais na América do Sul e intercontinentais, África, Norte América, Europa e Asia.

Estive três meses baseado em Hong Kong e dois meses em Los Angeles.

Lembra do primeiro voo?

Sim recordo-me do meu primeiro voo. Foi na Ponte aérea Rio - S. Paulo - Rio. Bons colegas na tripulação, ambiente descontraído na cabine de passageiros na maioria executivos.

Ok, três anos na Nacional, e em 1985 é promovido para a Internacional. Qual o equipamento?

O começo na Varig, então voando nacional, foi uma magnifica experiência profissional. Voei várias aeronaves, mas a que me deixou mais saudades foi o Boeing 727. Tive a oportunidade de conhecer muitos lugares do território brasileiro, o seu povo e a sua cultura. Foi um grande privilégio e prazer desfrutar de bons momentos e vivências nesta minha etapa da aviação comercial.

Em 1985 fui promovido para a Internacional e esta foi mais uma etapa fantástica a todos os níveis. Comecei por voar os Boeing 707, Boeing- 767 e DC-10.

Ao longo da carreira voei também os MD-11 da McDonnell Douglas, Boeing-747-300, Boeing 747-400 e o Boeing-777.

Já no tempo da Braniff tinha voado várias aeronaves tanto da Boeing como da McDonnell Douglas.

Os anos passavam as aeronaves se renovavam. O bom treinamento nos cursos e reciclagens eram fundamentais para trabalhar com eficácia em todas estas aeronaves.

Quais os pernoites de que mais gostava?

Já nos voos intercontinentais a minha escala era variada, mas alguns voos eram mais frequentes conforme os idiomas que os Comissários dominassem, sendo estes, após testes, homologados no nosso curriculum na companhia. No meu caso, além do português, língua mãe, também domino bem os idiomas inglês, francês e espanhol.

Fazia muitos voos para várias cidades da América do Norte. Dos pernoites que tinha os que mais gostava era Nova Iorque e Los Angeles, pelas muitas opções de lazer turístico que tinham.

Voava muito para a Europa sobretudo para Paris, também um dos meus pernoites preferidos pelas boas opções de lazer e cultura e, além disso, aqui sempre tive bons amigos.

Um dos pernoites que mais gostava era Hong Kong quando estive baseado por três meses para fazer os voos com duas frequências semanais para Joanesburgo na África do Sul com escala em Bangkok na Tailândia. Por vezes ficava uma semana a dez dias de folga na base.

Além de ter desfrutado muito da interessante cidade de Hong Kong e seus arredores, aproveitei para conhecer alguns países asiáticos, sobretudo Tailândia que percorri desde Phi-Phi Island, paradisíaca ilha onde estive antes do filme aqui rodado ”A Praia” e do catastrófico “tsunami”, Phuket, Bangkok, Chiang Mai até ao triângulo dourado no norte da fronteira com o Laos e Myanmar (ex-Birmânia) onde estive com as populações indígenas dos “villages”. Aqui deslocava-me a pé fazendo longas caminhadas, de elefante e nos rios, em canoas de bambu.

Esta região tem uma beleza paisagística impressionante. Ainda no baseamento de Hong Kong, por vezes viajava de “ferry boat” a Macau, cujo “glamour” e a loucura dos seus casinos me faziam lembrar Las Vegas. Vestia elegante quando frequentava estes lugares. Me lembra de um fato de cor verde garrafa que mandei fazer à medida por um alfaiate indiano que combinava com diferentes camisas de seda

Gostava muito de voar para o Porto pois tinha a possibilidade de visitar a minha família em Vieira do Minho a cerca de 80 Km. Era o regresso às minhas origens. Muitas vezes convidei os colegas de voo para a quinta da família, onde além de jogarmos umas peladas de futebol sempre tinha a hospitalidade da casa com almoços ou jantares de pratos caseiros regados a bom vinho.

O campinho de futebol da Quinta da Atafona onde junto com vários ex colegas Varig jogamos boas peladas. As ovelhas da casa aparam o relvado

Num Natal convidei toda a tripulação e seus familiares, eram cerca de 25. Com toda a minha família seriam à volta de 50. Foi a festa de "Babel"😊. Momentos inesquecíveis.

Na carreira, passou por algum perrengue?

Vários saudosos colegas perderam a vida em diferentes acidentes aeronáuticos. Que repousem em paz e na luz divina. Deixaram saudades.

Felizmente, tive a sorte de sempre tudo terminar bem. As piscinas dos hotéis eram reconfortantes, depois dos grandes momentos de “stress” e perigo. Na sequência, era normal ter alguns pesadelos durante o sono, mas até aqui os sonhos terminavam sempre bem, como pousos de emergência bem-sucedidos nos campos da Quinta da Atafona em Vieira do Minho onde nasci, ou nas lagoas azuis do parque do Gerês, também perto, o que me levava a despertar com alguma nostalgia. As saudades da minha terra estavam no meu subconsciente!

Na Varig, tive um feliz trajeto no quesito de acidentes aeronáuticos. Recordo o voo Rio-Paris num MD-11 em que, no meio do oceano Atlântico, tivemos uma pane hidráulica grave que poderia ter resultado numa grande catástrofe. Graças à perícia e frieza dos pilotos e à boa mobilização da tripulação de cabine, após regressar a Recife, pousamos em emergência, mas com sucesso. Mais uma vez a boa estrela estava comigo.

Ficou na empresa até o final, agosto de 2006?

Fiquei na Varig até agosto de 2006 quando infelizmente esta encerrou as suas atividades.

O motivo da falência da Varig está bem explicado no excelente livro que o meu amigo ex-colega, Piloto Comandante Marcelo Duarte Lins escreveu: CASO VARIG - A história da maior tragédia da aviação Brasileira.

Na sua opinião, o que (ou quem) mais contribuiu para o desaparecimento da RG?

Sobre este assunto complexo, dolorido e extenso vou resumir. Na minha opinião o que mais contribuiu para o desaparecimento da Varig foi um golpe do Estado. Nessa fase em que a Varig estava a passar um momento financeiro critico o Lula estava na presidência junto com a sua quadrilha PT, José Dirceu, Dilma Rousseff e outros, que tinham por hábito a prática de manobras de corrupção favorecendo os seus interesses próprios e do partido que expandia os seus tentáculos para outros países da América do Sul e África. Esvaziavam os cofres do BNDS e outras instituições públicas.

Nas empresas tinham o hábito de pedir propina, por baixo da mesa, que foi o que fizeram com a Varig. A direção da RG não aceitou tal proposta corrupta e anticonstitucional em qualquer parte do mundo. Então, o governo junto com outros interessados nas rotas da Varig e eliminar a concorrência desta, armaram um complô para desaparecer com a Varig e favorecer entre outros a Gol do Constantino e a TAM do Rolim. Conseguiram, e então, como já tinha referido, aconteceu a maior tragédia da aviação Brasileira.

A Varig deixou de operar em agosto de 2006. Muito trágico e triste para todo o país e sobretudo para os trabalhadores que até aos dias de hoje ainda não receberam os seus direitos trabalhistas, e o seu fundo de pensão Aerus também foi atropelado.

Fiquei muito abalado, assim como todos os meus colegas. Tive que ter muita força e coragem para, num ato de sobrevivência, emigrar para a França com o coração partido, deixando o Brasil pais que eu amo e onde fui feliz.

Aos 50 anos não era evidente recomeçar a vida noutro país, mas não tinha uma alternativa, tive que partir.

Após a queda ao longo destes anos muitos colegas perderam a vida, famílias passaram necessidades e este pesadelo continua até aos dias de hoje.

Cara, voltando à “Gabriela”… em Portugal terá sido uma loucura… os cinemas tinham televisores nos salões para os espectadores, no intervalo do filme, não perderem a novela…


R
ealmente, a telenovela ‘Gabriela cravo e canela’ fez muito sucesso quando passou em Portugal. Em Vieira do Minho, onde estava nessa época, abriram um café, Bataclan.

Também chamavam algumas pessoas da Vila parecidas com os atores com o nome que interpretavam na novela. Por exemplo, a mim alguns chamavam-me de Dr. Mundinho interpretado pelo ator José Wilker.

Quais as diferenças que você releva entre a França, Portugal e Brasil?

O tema das diferenças entre Portugal, França e Brasil é muito abrangente, e seria muito difícil fazer todas as comparações, pois têm geografia, idade, povo, riquezas, aspetos culturais e política social e administrativa diferentes. Seria pertinente dar uma opinião.

Pessoalmente, tive derrotas e vitórias, bons momentos e momentos menos bons, nestes três países que fizeram e fazem parte da minha vida e da minha história.

Fazendo as contas, o meu saldo é muito positivo e dou graças a Deus e aos Anjos que sempre estiveram ao meu lado. Torcendo para que as forças do Universo conspirem para que o planeta Terra recupere as suas forças e valores e não se destrua.

E Paris, hein? Parece desfigurada, pela sujeira, islamismo, “imigração” e consumo de drogas

Constatei essa realidade. Como já tinha dito, no final de 2006 vim do Brasil para a França recomeçar uma nova vida. O primeiro emprego que arranjei foi como assistente social no “asheleme” de la Coudraie, na comuna de Poissy onde morava. Um complexo habitacional de um bairro social de menores carentes, conhecido como lugar pobre, de conflitos religiosos e frequentado por traficantes violentos.

A minha função consistia em colaborar com as educadoras e professoras no transporte de crianças para as atividades e participar de algumas destas. Tinha uma boa relação com estas crianças do meio social e culturalmente pobre.

No Brasil, estava atento ao que se passava à minha volta e via que não existia tanta discriminação, é um país multicultural e multirracial e existe uma boa relação e respeito pelas diferentes culturas e religiões. Isto por vezes não se verifica aqui na Europa, o que provoca alguma tensão social.

A França tinha muitas colônias no Norte de África, sobretudo na região do Magrebe, na maioria de religião Islâmica. Com a descolonização recebeu muitos imigrantes dessas regiões.

Depois, sobretudo nas duas últimas décadas, aumentou o radicalismo islâmico, o terrorismo e o consumo de drogas.

Neste bairro " asheleme " la Coudraie" foi feita uma parte das filmagens de "From Paris with love" com John Travolta e Jonathan Rhys Meyers.

Aqui tem uma cena de muita violência em que perigosos traficantes estão envolvidos. Quando após a escola fui levar as crianças ao bairro, o John Travolta ainda estava lá após as filmagens. As crianças queriam autógrafos. Então pedi ao John que gentilmente deu os autógrafos e elas ficaram felizes.

Paris já não é uma cidade tão tranquila como décadas atrás. Penso que as autoridades governamentais não só da França, mas da UE em geral têm que fazer os deveres de casa com projetos sociais e de segurança para reverter a atual situação.

Também penso que deveriam preocupar-se em fazer um trabalho de base nesses países no Norte de África apoiando o seu desenvolvimento econômico para diminuir a pobreza das suas populações e, por consequência, não terem a necessidade de emigrar.  

Vitor, me permita, se há uma coisa que me fascinou no Brasil ao longo da vida, é a real miscigenação racial, imparável! Não tem pra ninguém! Então, quando leio ou vejo “gente” se queixar do racismo – sistêmico – no Brasil, não posso revelar qual a minha vontade…

E sobre no que se transformou Paris, tenho opinião mais contundente sobre de quem seria a responsabilidade… mais, allons-y, cher ami.

Concordo absolutamente com o facto que temos que admitir que a miscigenação racial no Brasil está num nível superior a muitos países, portanto, é um exemplo. Quando escuto algumas críticas que vêm da falta de informação, a não vivência no terreno ou por revanche de interesses políticos, a maioria das vezes não comento porque uns não iriam compreender.

Outros preferem jogar flechas e não ter a flexibilidade de comentar o assunto, pois politicamente são bitolados e seguem uma só direção até que batam com a cabeça contra o muro.

Nestes casos, ao não expor a minha privacidade ideológica economizo energia.

A nível da sexualidade, sua química e liberdade também penso que o Brasil também está num nível superior a muitos países. Quando criticam o Brasil com temas à volta da homofobia e liberdade sexual, pelas mesmas razões também prefiro não comentar.

É religioso?

Sim, sou religioso, com algumas particularidades. Tive uma educação cristã, assim como toda a minha família. Inclusive tenho um tio que é padre, o Monsenhor Silvério Guimarães formado em teologia no Vaticano onde também foi encarregado de escrever em português os discursos que o Papa Paulo VI fazia na visita aos países Lusófonos. Fazia as cerimónias religiosas mais importantes da família.

Sempre gostei de o escutar, pois tem o dom de se explicar de uma forma simples e objetiva nos assuntos de complexidade espiritual. Os mandamentos da lei de Deus são bem claros e são o caminho para o bom funcionamento de uma sociedade mais justa. Não vou à igreja regularmente, mas faço as minhas meditações e orações em qualquer espaço tranquilo.

Nos muitos anos que morei no Brasil tive a oportunidade de conhecer um pouco de várias religiões, algumas de origem africana como a Umbanda e outras, também frequentei alguns centros da filosofia espírita como Alain Kardec e outros. Foi positivo, era bem recebido mesmo que não fosse membro, respeitei e cresci culturalmente. Já tinha comentado acerca da liberdade religiosa no Brasil.

Quando tinha cerca de 24 anos tive pela primeira e única vez na vida um desdobramento espiritual consciente. Começou quando o espírito se separou do corpo e flutuou por um espaço não distante, foram segundos. Conseguia ver o meu corpo inerte. Quando voltei para o corpo, lembrava absolutamente de tudo.

Fiquei surpreendido e curioso em compreender o que se passou. Acabei por compreender pedindo informações a pessoas conhecedoras destes variados fenômenos que acontecem com algumas. Como sempre tive facilidade com a lógica desde os tempos de estudante, por vezes também uso esta para tentar compreender a espiritualidade. Neste caso esta experiência foi muito útil porque compreendi ao vivo e pessoalmente que se um corpo e um espírito que se podem separar por breve momentos em vida provavelmente também no caso de morte, mas definitivamente.

Portanto, por esta lógica acredito na continuação do espírito após morte. Acredito no bem e seus benefícios. Tive adversidades na vida que inicialmente me revoltaram, mas lá na frente acabei por compreender que essa adversidade fez parte de um percurso melhor no meu caminho do que se essa adversidade não tivesse acontecido. Como dizem, tem males que vêm por bem.

Paz e muita luz para todos.

Acompanha a atualidade do Brasil e de Portugal?

Acompanho a atualidade do Brasil e de Portugal. Estou razoavelmente informado pelos meios de comunicação, apesar de que alguns destes não são fiáveis devido a serem controlados por interesses políticos e financeiros. Cito o exemplo George Soros que, em parte, financia meios de comunicação como, por exemplo, a Rede Globo de Televisão e outros meios de comunicação em várias partes do mundo.

Em Portugal, o partido Socialista que está no poder faz anos, também controla vários órgãos de comunicação. Não estou satisfeito com a administração atual do governo português, diria mais, estou enervado com eles.

Cito por exemplo a administração nefasta para o país, do Ministro do Ambiente, Matos Fernandes e do secretário de estado da energia, João Galamba, este com um curriculum ligado à corrupção desde o tempo do ex-primeiro-ministro José Sócrates, que tem se beneficiado da ineficácia do judiciário para não acertar as suas contas com o povo português. Necessitamos de reformas para que a corrupção não fique impune.

Não sou militante ambientalista, mas me interesso sobre este assunto, sobretudo em Portugal, pois amo a minha terra, e como cidadão gosto que esta seja próspera, mas limpa.

Vou citar dois casos. O primeiro é que não concordo que Portugal tenha-se tornado num dos receptores de containers de lixo, na maioria tóxico, proveniente de outros países e que é incinerado em vários lugares do país, como, por exemplo, em Valongo. Não queremos ser o "penico" da Europa, certos senhores governantes.

O segundo é o que se passa com a mineração e os seus futuros projetos em Portugal. Ando preocupado pelas razões que já vou apontar. Penso que estamos próximos da maior catástrofe ecológica da História de Portugal.

Deixo claro que sou a favor da utilização dos recursos naturais para o desenvolvimento do país e, consequentemente, a melhoria de qualidade de vida do povo. Devido à transição energética proposta pela UE, Portugal, porque tem alguns pouco significativos recursos minerais comparado com o contexto mundial, foi escolhido entre os membros da União Europeia para se lançar na mineração a céu aberto, para a extração de minerais, entre eles o lítio que está sendo usado entre outras coisas para a fabricação de baterias para carros elétricos.

Esta tarefa vários países da UE não querem assumir apesar de também terem pequenas reservas de lítio tão ou maiores de Portugal. Um pouco como empurrar os problemas para os outros como é o caso da imigração clandestina.

Está provado tecnicamente que as reservas de lítio em Portugal não chegam a 2% das reservas mundiais e são de baixo teor de qualidade. Países como a China, Austrália, Chile, Bolívia e outros de continentes não europeu têm grandes reservas de lítio com bom teor de qualidade. Nesses países de grande extensão a extração mineral geralmente é feita em regiões desérticas. Mas a UE erroneamente quer demonstrar para os outros blocos que é autossuficiente em reservas de lítio. Por essas razões escolheram Portugal a quem estão dando subvenções, que uma boa parte irá parar nos bolsos de políticos corruptos e seus paraísos fiscais.

Promessas de empregos e benefícios para a região são apenas para tapar os olhos dos prejudicados. Vou dar um exemplo específico que é a região de Barroso, patrimônio agrícola mundial. Aqui também está prevista a mineração a céu aberto feita por empresas estrangeiras em concordância com o governo português.

O estudo do impacto ambiental foi feito pelas próprias empresas de mineração e, com certeza, o ministro do ambiente já aprovou e vai aprovar, não se preocupando com as graves consequências para as populações locais.

Andaram com o processo para a frente e não fizeram as consultas públicas no devido tempo. Toda a bacia da rede hidrográfica do rio Cávado e seus afluentes vai ser afetada e, por consequência, o abastecimento de água para toda a região e de grandes cidades até à foz ficará comprometido.

Também serão afetadas a maioria das povoações de Barroso, a sua agricultura e turismo. Será que não veem que estas perdas são muito maiores que o lucro não evidente da mineração abusiva? Também está acontecendo o mesmo na Serra de Agra no alto Minho, e noutros lugares do país. Se o povo não reagir o país vai ser esburacado. Que pena temos um bom povo e um país muito lindo.

Neste momento já existem alguns movimentos, mas não acredito que consigam travar este processo irreversível. Todavia, pelo menos ficarão vigilantes para que as consequências sejam o menos catastróficas possível.

Não estou muito otimista com a situação atual de Portugal, penso que está numa crise que se poderá aprofundar.

Passando para a atualidade do Brasil onde morei muitos anos, também acompanho e torço para a sua prosperidade e estabilidade política e social. Vou dar a minha opinião resumindo em poucas palavras, caso contrário seria muito extenso. 

A era PT, com os governos do Lula e Dilma Rousseff, foi muito má para o país e deixou marcas profundas até aos dias de hoje. A maioria do povo brasileiro sabe disso, contrariamente à imprensa mundial que desconhece crimes cometidos, como o assassinato do Celso Daniel, prefeito de Santo André na grande São Paulo, e de outras personalidades políticas relevantes.

Ignoram o que foi o Mensalão, Petrolão e outros escândalos de corrupção, enriquecimentos ilícitos, tudo na era PT. Como já referi, a Varig e os seus trabalhadores foram uma das muitas vítimas destes governos. Não é exagerado dizer que o Lula foi o maior ladrão da história do Brasil.

O povo estava cansado e vendo que o país estava indo para o precipício. A solução que encontrou nas últimas eleições foi não votar em qualquer candidato do PT, pois qualquer opositor que ganhasse com certeza seria melhor.

A única alternativa que tiveram nesse momento foi votar no Bolsonaro que, com todas as suas qualidades e defeitos, poderia ser melhor governante que os anteriores.

A maioria do povo não tinha outra opção, caso contrário iriam para o precipício. O Bolsonaro ganhou as eleições com a maioria absoluta para, como Presidente do Brasil, chefiar o executivo. Infelizmente, tem tido muitas dificuldades, pois além de estarmos atravessando um tempo de pandemia, o PT ficou com o controle do STF, pois foi ele que os elegeu, parte do Senado, do Congresso e vários Governadores dos estados do Brasil.

A rede Globo, por conivência política distorce muitas informações.  Portanto, o governo executivo está enfraquecido. O Brasil, com ou sem Bolsonaro, por muitas razões esteve e está doente. Não prevejo melhorias a curto prazo. Fico com muita pena pelo seu povo e pelo lindo país que é que fez parte da minha história e levarei para sempre no coração.                               

Torcendo por dias melhores. Deus salve o Brasil.

Curte futebol?

Desde a infância que pratiquei desportos. Realço a equitação o atletismo, e o futebol. 

Comecei a montar cavalo a partir dos 7 anos de idade. Tínhamos alguns cavalos, tanto na Quinta da Atafona em Vieira do Minho como na Casa da minha avó em Pincães, serra do Gerês. Fazia parte das lides dos agricultores o uso dos cavalos.

Montava quando era necessário ou em cavalgadas com amigos. Participei de algumas corridas nas festas populares anuais de Vieira.

Quando já no Brasil e na aviação continuei a fazer cavalgadas tanto no Brasil como durante os pernoites da aviação, com dias inativos, em vários cantos do mundo. Adoro os cavalos. 

Pratiquei Atletismo federado pelo S.C. de Braga entre os 12 e 15 anos. Corria corta mato e pista (meio fundo). Participei de campeonatos, distritais e nacionais, com alguns bons resultados.


Dos 16 aos 18 anos pratiquei futebol em nível federado. Joguei nos Juniores e Seniores, terceira divisão nacional no Vieira S. C. 

No Brasil, joguei pela Varig em campeonatos interline, alguns deles na área de lazer da Varig, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, e noutros lugares.

Também uma vez por semana jogava uma pelada com os amigos, normalmente no clube Caiçaras, na Lagoa, Rio.

Aos 50 anos quando vim morar em Paris, vim para Poissy, apenas a três quilômetros do centro de treinamento do Paris Saint-Germain. Aqui, ainda durante dois anos, fiz alguns treinos por lazer com os veteranos do P.S.G. 

Quais os seus times em Portugal, Brasil e França?

O futebol foi sempre a minha grande paixão. O meu time em Portugal é o Sporting C. P., no Brasil é o Vasco da Gama, e na França é o Paris Saint-Germain.

Emmanuel Macron será reeleito?

Penso que o Emmanuel Macron não será reeleito. Os eleitores estão cansados dele e da sua retórica. Muita gente inconformada. Geriu mal as manifestações dos gilets jaunes, não tem sabido lidar com a violência que tem aumentado e também com o islamismo radical.

Ele não fez um bom governo a nível da política local da França. A nível de política internacional também foi mal! Não sabe mais o que fazer com as tropas francesas no Mali.

Tem o costume de atacar o Brasil da forma politicamente incorreta. Boicota o comércio com o Mercosul e vem sempre com as pontadas exageradas acerca da Amazônia, clima, aquecimento global.

Teria que se preocupar mais com a Guiana francesa que também é Amazônia. Pessoalmente, não gosto dele.

Nem eu.

Pensa em voltar para Portugal, ou para o Brasil?

Em relação ao meu futuro estou à espera que passe esta pandemia, que tem sido um grande problema mundial. Em princípio, regressarei a Portugal e às minhas origens.

Continuarei a vir regularmente a Paris que é perto, duas horas de voo, para resolver assuntos administrativos, e continuarei ligado ao sistema de saúde francês que por agora ainda está de bom nível.

Tenho-me cuidado bem e felizmente não fui contaminado pelo covid-19. Fui vacinado com a terceira dose da vacina Pfizer e sinto-me protegido, mas, é claro, faço atenção. Em breve terei o passaporte vacinal que facilitará muito as deslocações aéreas.

Uma vez por ano continuarei a ir ao Brasil também para resolver assuntos administrativos, matar saudades e, é claro, rever os amigos.

Saúde e muita luz para todos.

Aproveitarei também para dar um pulo a Buenos Aires onde mora o meu filho, Santiago.

Este hotel aí, conhece? É bom mesmo? 😉


Sim, o Hotel Minerve é um três estrelas, muito bom e bem localizado.

Como tinha dito, cheguei em Paris em 2006 e vim morar em Poissy, simpática vila a 25 Km de Paris, com muita facilidade de transportes, RER ou trem, 30 minutos até à gare de S. Lazare.

Depois do primeiro ano em que trabalhei como assistente escolar de crianças carentes para a comuna de Poissy, fiz um curso de hotelaria e comecei a procurar trabalho nesta área em Paris. Consegui trabalhar durante curtos períodos em alguns hotéis, foi um aprendizado. Difícil, primeiro um hotel com 120 quartos, muito trabalho, não era o ideal, depois, um segundo localizado no Pigalle, muita confusão nos horários que fazia de noite.

Finalmente, em 2009 fui trabalhar no Hotel Minerve, de três estrelas, perto de Notre-Dame e o Panthéon no "quartier latin”. Gostei muito, faz doze anos que trabalho lá.

Depois que veio a pandemia, em março de 2020 o hotel fechou, assim como a maioria dos hotéis em Paris. Faz mais de um ano que estou em lay-off e continuarei por tempo indeterminado até que o hotel reabra de novo o que, com certeza, vai acontecer.

Aqui, junto com a equipa e a direção fizemos um bom trabalho, os patrões reconhecem e estão contentes.

Foi uma excelente experiência e consegui alguma estabilidade profissional. Recebi muitos amigos que me vieram visitar inclusive alguns ex-colegas da Varig e Braniff.  Conseguia conciliar ao mesmo tempo o trabalho com algum lazer. Fui feliz! 🙂

Jantar no "Quartier Latin" em Paris, com os meus queridos amigos ex-colegas da Varig, Marcelo Lins e Maria João Matos

Visita do meu querido amigo ex-colega da Varig, Paulo Moura e sua muito simpática companheira Thayana

Quando o Hotel reabrir veremos…! O show não pode parar, lá ou noutro lugar!!! 🙂

O meu filho mais novo também se chama Vitor… 😉

Grande Vitor, meu xará! Eu dia terei o prazer em conhecer. 🙂

Uma pergunta que não foi feita?

Penso que está bem assim, Jim, as perguntas essenciais para uma boa entrevista foram bem-feitas, ficou equilibrado. Manda brasa 🙂

A derradeira mensagem:

Desejo a todos muita saúde, prosperidade, paz, muita luz e felicidades.

Obrigado, Vitor! 😊

Conversas anteriores: 

15 comentários:

  1. Grande abraço para o Vitor pessoa super simpática. Tivemos a oportunidade de fazer alguns vôos.Te espero em Las Vegas.

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    1. Muito obrigado amigo Gilvan. Grande abraço.

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  2. Grande "menino Vivtor", um excelente colega, uma pessoa realmente que se sobresai em vários aspectos.
    PARABÉNS meu amigo, que em breve possamos brindar com um bom chopp aqui no Rio. Grande abraço.

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    1. Muito brigado Luiz Mota. Saudades. Grande abraço.

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  3. Muio boa a entrevista, só pelo dizer: ¨não é exagerado dizer que o Lula foi o maior ladrão da história do Brasil.¨ Já valeu a leitura

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    1. Muito obrigado José Paulo. Grande abraço.

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  4. Muito obrigado, Vitor, por interagir com os nossos abnegados leitores!
    Abraços mil./-

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    1. Eu é que agradeço Jim . Parabéns pelo excelente trabalho na minha entrevista. Grande abraço.

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  5. Grande amigo Victor, um grande abraço de Portugal
    Luis Plantier
    LISKKRG

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  6. Grande Vitor. Bom colega, tenho boas lembranças dos voos que fizemos juntos, apesar de não terem sido tantos. Muito boa entrevista. Grande abraço e boa sorte sempre. Aproveito também para deixar um abraço ao Jim pelo belo trabalho.
    Delmar Nähr

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    1. Obrigado amigo ex colega Nähr. Também tenho boas lembranças de quando fazíamos voos juntos. Bom trabalho fazíamos e boas conversas e risadas tínhamos. Quando morava no Leme também nos encontramos. Saudades dessa bela época. Saúde e felicidades. Grande abraço.

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