A partir de agora, o local chama-se
oficialmente Terminal Alvorada - Arquiteto Jaime Lerner; ele foi o principal
responsável pela criação do modelo de transporte usado pelo sistema BRT em todo
o país
Raphael Fernandes
Falecido na última quinta-feira (27/5), aos 83 anos, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner foi homenageado pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Um decreto publicado no Diário Oficial do Município nesta sexta (28/05) renomeia o Terminal Rodoviário Alvorada, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense, para Terminal Alvorada – Arquiteto Jaime Lerner.
A homenagem ressalta a
importância do arquiteto, internacionalmente conhecido por seus projetos, todos
voltados para a maior qualidade das cidades. Em algumas de suas afirmações mais
famosas, Lerner dizia que ”Não há futuro urbano se o transporte depende
de veículos particulares” ou ainda que ”O carro é o cigarro do
futuro”.
Foi ele quem, enquanto
prefeito de Curitiba em 1974, implantou um sistema que previa que ônibus
trafegassem em canaletas exclusivas, através de terminais integrados. Conhecido
como Ligeirinho, o BRT (Bus Rapid Transit) foi elogiado e adotado em pelo menos
177 cidades pelo mundo, incluindo o Rio de Janeiro.
Jaime Lerner atuou em múltiplas funções, conciliando as atividades de arquiteto e urbanista, professor de urbanismo na Universidade Berkeley e presidente da União Internacional de Arquitetos (UIA). Foi prefeito de Curitiba por 3 vezes, entre os anos 70 e 90 e, posteriormente, governador do Paraná por 2 mandatos consecutivos, de 1995 a 2002.
O arquiteto cooperou diretamente
com o município do Rio, elaborando estudos urbanísticos e de mobilidade nos
anos 80. Além disso, contribuiu decisivamente para o Plano Estratégico de
Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana do RJ, finalizado em
2018.
Em 2008, ele chegou a ser
cogitado pelo Democratas (DEM) como o nome do partido à candidatura à
Prefeitura do Rio, mas isso acabou não se concretizando. Lerner estava
internado desde 21/05 no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em
Curitiba, após apresentar um quadro de febre. De acordo com o boletim
hospitalar, o falecimento aconteceu por ”complicações de doença renal crônica”.
Título e Texto: Raphael
Fernandes, Diário do Rio, 28-5-2021
Não sei explicar a minha aversão a estas homenagens açodadas, ainda nem o corpo do falecido esfriou..
ResponderExcluirDeveriam ser proibidos o oportunismo político e a demagogia defunteiras.