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sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Quem falará por nós?
Jonathas Filho
Quando se quer redigir
qualquer situação a ser romanceada, ligada ao amor, mesmo com lances dramáticos
ou tristes, basta deixar o coração falar e tudo fluirá docemente, facilmente, espontaneamente...
Mas se o contexto for sobre
decepções, tristezas, derrotas e revolta, quem
falará por nós?
Mesmo sabendo que o organismo
tem a união de todos os outros órgãos e que a princípio estão bastante “jururus”,
solicitei a todos que explicassem o que sentiram com relação aos acontecimentos
que temos experimentado e que nos tem quase levado ao desespero.
Com o sofrimento estampado, falaram
tão baixo e de uma forma imperceptível que eu não escutei, razão pela qual pedi
que repetissem e então “eles” num tom mais elevado disseram uníssonos: NÓS
MESMOS FALAREMOS, MAIS CEDO OU MAIS TARDE!!!
Sim, todos os órgãos sofrem
quando temos esse conjunto de vicissitudes nos entregando à amargura da
desilusão. Mais uma vez, mais sofrimento e decepção nos são impostos pelo poder
central.
Perguntei aos órgãos vitais,
eles concordaram em falar e me foi explicado por cada um o seguinte:
O fígado disse que passa a
fabricar mais bílis, trazendo um gosto amargo e ruim à boca;
Os rins afirmaram que diminuem
o ritmo de filtragem mantendo uma dosagem de toxidade perigosa no sangue;
O pâncreas exclamou que não
libera a quantidade certa de insulina e compromete a glicose que deve ser
adicionada à célula, criando assim aquela sensação de prostração e falta de
disposição;
Os pulmões, pela respiração
curta e rápida prejudicam a fala que, comprometida, não consegue se expressar a
contento;
A glândula suprarrenal informa
que nesses casos, costuma abrir a torneira da adrenalina com consequente aumento
da pressão arterial;
A compra de votos
João Marques de Almeida
Uma conclusão possível: os
pobres ganharam e os ricos perderam. É a hipótese preferida da esquerda. Há
outra conclusão, mais perturbadora: o Brasil produtivo perdeu e o que vive do apoio
social ganhou
Após as eleições, o Brasil é
um país dividido. 53 milhões votaram em Dilma. 50 milhões votaram em Aécio. O
Norte votou PT e Dilma e o Sul votou PSDB e Aécio. O Brasil rico votou em Aécio
e o Brasil pobre votou em Dilma. O Brasil onde o PSDB e Aécio ganharam vale
cerca de 80% do PIB brasileiro, cerca de 85% das exportações brasileiras e
cerca de 90% das receitas fiscais. Uma conclusão possível: os pobres ganharam e
os ricos perderam. É a conclusão preferida da esquerda e, sobretudo, a que mais
a satisfaz.
Há outra conclusão, mais
perturbadora (e por vezes convém perturbar os espíritos mais satisfeitos): o
Brasil produtivo perdeu e o Brasil que vive do apoio social ganhou. O programa
do PT, nos doze anos de poder, tem sido no essencial beneficiar das exportações
de minérios e comida para a Ásia (sobretudo para a China). As receitas
permitiram o crescimento da classe média e o programa de assistência social, a
“Bolsa Família”. Os problemas no entanto já estão à vista de todos. A
diminuição do crescimento económico da China baixou os preços dos minérios e da
comida, o que reduziu consideravelmente as receitas do Brasil. A nova classe
média – o que os sociólogos brasileiros chamam as classes E, D e C – estão
endividadas e começam a sofrer. A “Bolsa Família”, por outro lado, está a
aumentar a despesa pública de um modo preocupante.
É óbvio que a redução da
pobreza constitui o maior sucesso dos governos PT. Foi bom para o Brasil e
acima de tudo foi muito bom para os brasileiros pobres. E a pobreza no Brasil,
depois de 12 anos de PT no poder, continua a impressionar. Há na derrota de
Aécio – numa eleição que deveria ter produzido uma mudança de governo – uma
lição para as classes dominantes tradicionais. Décadas de desprezo pelas
desigualdades sociais e por políticas de justiça social produzem uma factura
política elevada. O PSDB, justa ou injustamente, continua a pagar essa factura.
Kátia Abreu perde a linha e me chama de “terrorista”: terroristas são seus aliados, senadora!
Rodrigo Constantino
A senadora Kátia Abreu perdeu
a linha de vez. Não consegue mais esconder que se transformou numa petista
mesmo, até na forma, nos métodos. E pensar que já recebi ligação de sua
assessoria querendo marcar almoço comigo. Agora virei um “terrorista” que faço
“bullying” com a senadora. A vitimização chegou até ela. Aprendeu bem com os
novos companheiros.
Vejam as mensagens absurdas
que postou no Twitter,
que custo acreditar terem saído do teclado da própria senadora:
Isso tudo, esse destempero
todo, essa raiva, esse ódio, só porque tenho cobrado da senadora coerência! Ou
seja, costumo comentar seus excelentes artigos na coluna de sábado da Folha, e
depois comparar o conteúdo do que é dito ali com suas ações. Teoria x práxis. E
a coisa não fica boa para o lado dela. Afinal, uma defensora incondicional do
capitalismo, da economia de mercado, do direito de propriedade privada, pedindo
voto para o PT?
Em vez de rebater as
incoerências que aponto, a senadora prefere fazer o que vocês viram acima:
tentar me intimidar! Que coisa feia, senadora. Que papelão! E pensar que já a
considerei uma possível Thatcher tupiniquim…
Passos Coelho é uma surpresa. Positiva!
Camilo Lourenço
Não estou no grupo dos cidadãos que morrem de amores pela classe
política. E a razão é simples: um país que em 35 anos passou por três
pré-bancarrotas só pode ter maus governantes (à Direita e à Esquerda). E, por
isso, sou daqueles que acha que precisamos de uma profunda renovação dessa
mesma classe política.
É por isso que estou
surpreendido com o primeiro-ministro que temos. Confesso que nunca tive boa
opinião dele enquanto andou pelas "jotas". Mas o seu comportamento
enquanto chefe do governo tem sido surpreendente. Em 2011, quando proferiu
aquela célebre frase "Que se lixem as eleições!" disse para mim:
"Quando se aproximarem as eleições logo vemos!".
Eu sei que o orçamento de 2015
tem o seu quê de eleitoralismo e disso tenho dado conta nesta coluna. Mas
começo a desconfiar que isso se deve a duas razões: pequenas cedências do
primeiro-ministro ao seu partido e grandes cedências ao parceiro de coligação.
Ainda ontem, no debate quinzenal na AR, Passos Coelho repetiu a mesma
lengalenga que o acompanha desde que chegou a primeiro-ministro: o país tem de
continuar a fazer reformas e não pode fugir ao corte de despesa. Uma lengalenga
que não bate com o que é dito pelos barões do PSD e, sobretudo, pelo CDS…
Numa altura em que já vivemos
em campanha eleitoral, o comportamento de Passos Coelho é de louvar: entrou
para o governo a falar em corte de despesa e tudo indica que vai chegar às
eleições com o mesmo discurso.
É por isso que a coluna de
hoje lhe é dedicada. Repetir que Portugal tem de reduzir despesa corrente
(salários do Estado e prestações sociais) a um ano de eleições é algo que nunca
vi nenhum primeiro-ministro fazer. Clap! Clap! Clap!
Título e Texto: Camilo Lourenço, Jornalista de
economia, Jornal de Negócios, 31-10-2014
Relacionados:
PSDB faz bem em pedir auditoria das urnas; é crescente a desconfiança de milhões de eleitores; descrença também reflete inconformismo com a reeleição de Dilma
Reinaldo Azevedo
Urna eletrônica: ela está sob
suspeita; descrença se generaliza
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O PSDB decidiu pedir uma
auditoria nas urnas eletrônicas. Já há alguns dias estou para tratar do assunto
aqui. Eis a melhor hora. Faz sentido cobrar a verificação? Faz, sim., e vou
dizer por quê. Como nunca antes na história “destepaiz”, para citar o
Babalorixá de Banânina, multiplicaram-se as denúncias e as suspeitas de
ocorrências estranhas envolvendo as urnas eletrônicas. Digo com clareza o que
penso: pessoalmente, não acredito na possibilidade de fraude. Pessoas
tecnicamente competentes, que conhecem a área, me dizem que seria muito difícil
isso acontecer — há quem sustente ser impossível. Sem entrar em
minudências, digo que me deixei convencer. Mas também não posso ignorar algumas
coisas.
Minutos depois de desligadas
as urnas, recebi esta mensagem em meu celular. Apago o nome do emissor porque
não lhe pedi autorização para divulgar a mensagem. Sugiro que ele procure a
Corregedoria do TSE para relatar o episódio.
Recebi a seguinte mensagem em
meu celular:
Transcrevo:
“Sou presidente de mesa numa seção do Mackenzie — ele se refere a uma escola do bairro de Higienópolis, em São Paulo. Acabo de ser orientado a não lacrar o disquete/mídia da urna. Na verdade, não tenho nem envelope para lacrar, como é de costume. Foi dito que é em função da urgência para a apuração; que vão recolher rapidamente os disquetes, antes mesmo de entregar os outros materiais aos fiscais, para que seja levada rapidamente para apuração. Pra que a pressa se o Acre leva ainda mais não sei quantas horas?”
Se o coordenador jurídico do
PSDB, deputado Carlos Sampaio, quiser mais dados, é só me procurar que eu os
forneço. A não lacração, da forma como relata o presidente de mesa, poderia
abrir caminho para alguma irregularidade? Não sei. É preciso verificar.
A fraude pode ser uma dessas
lendas que surgem de vez em quando? É claro que sim! Feito a Loura do Banheiro
que assediava crianças nas escolas. Reitero que tendo a não acreditar na
fraude, mas é tal a quantidade de denúncias que alguma resposta precisa ser
dada. Quando menos porque o eleitorado tem de acreditar na lisura do processo.
Ou tenderá a se abster cada vez mais.
Cidadão chato ou chato cidadão
José Manuel
Dependendo do ângulo em que as
pessoas nos veem, podemos ser uma coisa ou outra.
Eu, por exemplo, me acho
incluso nos dois, pois persigo todos os meus ideais, com garra, o suficiente para
incomodar meio mundo. E é exatamente neste "meio mundo" que aqueles
que me conhecem há mais de trinta anos, tiveram como observar os meus
comportamentos em várias áreas da vida, trabalho, relacionamento social, etc.
Por exemplo, neste momento,
por ter sido extremamente chato e ter corrido atrás dos prejuízos que quiseram
me impor ao longo da vida é que vou receber o que tenho direito por ações
jurídicas particulares, que acabei de vencer e que irão me tirar
momentaneamente de uma tragédia pessoal, de proporções bíblicas, patrocinadas
por esse governo que acaba de se reeleger.
Mais uma vez venceu a minha
cidadania, a minha persistência e ainda não é desta vez que vão me matar como
cidadão.
Por que estou escrevendo isto?
Porque não só acho, como tenho
certeza, de que a partir de agora temos mais do que nunca ser chatos cidadãos,
sendo cidadãos chatos e nos rebelarmos contra tudo o que aí está, este demônio
que demoniza cada vez mais o país, certamente levando-o a uma crise cada
vez mais previsível.
Ontem, 30-10-2014, encontrei
no site do TSE um link que me assegura o direito cidadão de verificar o que
aconteceu na zona e seção eleitoral em que votei. Aqui está para quem quiser
ser chato de uma maneira ou de outra:
Então, ao ser "autorizado" por
este Tribunal, resolvi fazer uma pesquisa nas devidas seções, onde eu, minha
esposa e meu filho votamos aqui no Rio de Janeiro.
Longe de mim fazer qualquer
acusação, pois fraude é verificada por partidos afeitos e órgãos competentes,
jamais por nós, simples eleitores.
Porém, o voto é a minha arma,
o meu salvo-conduto enquanto cidadão, para um país melhor, e quero saber
o que aconteceu com ele.
Deu exatamente o que eu
imaginava, ou seja, a soma do primeiro e do segundo turno, do candidato
Aécio nas três seções onde votamos, é 82% maior do que a candidata do PT.
Ex-trabalhador Varig: @AloSenado Solicito a colocação do #PLCE31/2014
O @AloSenado pelo twitter
ou pelo telefone é um canal em que o povo pede
para serem colocadas proposições e projetos de leis em votação, ou em urgência.
Ex-trabalhador da Varig, Aposentado e Pensionista Aerus, Familiar e Amigo, envie um tweet para o Senado Federal.
Sugestões:
@AloSenado Solicito a colocação do #PLCE31/2014 em votação, somos idosos
aposentados do Aerus em situações de extremo sofrimento.
@AloSenado Que tal colocar urgência no #PLCE31/2014, ou esperar que mais idosos
cumprimentem o paraíso?
Atenção: Não utilize a hashtag PLN31 que já existe e não tem nada a ver com
o nosso problema. Utilize, por favor, #PLCE31/2014
Iniciativa: Rochinha, 31-10-2014
@AloSenado Solicito
a colocação do #PLCE31/2014
em votação, somos idosos aposentados do Aerus em situações de extremo
sofrimento.
— Movimento ACORDO JÁ! (@MovAcordoJa) 31
outubro 2014
PLN 31/2014 CN
Projeto de Lei (CN) de Crédito Especial
O Separatismo PeTista
João Bosco Leal
Após o segundo turno das
eleições, proliferou nas redes sociais uma quantidade incontável de mensagens
daqueles que foram voto vencido – entre os quais me incluo – sobre a
necessidade de separar o Brasil.
Sempre que ocorre uma situação
como esta, em que os votos dos nordestinos e nortistas são considerados os
responsáveis pela decisão, os fiéis da balança, essa possibilidade volta a ser
levantada.
Entretanto, desta vez eles não
foram, sozinhos, os responsáveis. O candidato Aécio Neves perdeu em estados
importantes em quantidade de eleitores, como em seu próprio estado, Minas
Gerais e no Rio de Janeiro.
Porém, o que causou a irritação
dos eleitores de Aécio, foi que a soma dos votos da região Norte e Nordeste –
onde Dilma ganhou com uma média de 70% dos votos –, é de 35% dos eleitores
brasileiros, muito superior à soma dos eleitores das regiões Sul e Centro Oeste
que é de 21% e onde Aécio venceu, mas com uma média de 57% dos votos e, todos
sabem, o Norte e o Nordeste são as regiões onde mais cidadãos são beneficiados
com os programas assistenciais do Governo Federal.
Durante sua campanha
irresponsável, Dilma Rousseff espalhou pelo Brasil a notícia de que se eleito
fosse, Aécio acabaria com os programas sociais “Bolsa Família” e “Minha
Casa, Minha Vida” e que os “sulistas” estavam chamando os
nortistas e nordestinos de dependentes das “esmolas” do governo e que eram
“burros” por terem votado nela no primeiro turno. Ludibriados pelas mentiras da
campanha petista – e amedrontados por serem muito dependentes desses programas
–, eles votaram ainda mais em Dilma no segundo turno.
Mas de um partido em que a
maioria de suas lideranças foi julgada e condenada por “corrupção” e“formação
de quadrilha”, não podíamos esperar nada melhor que isso e agora, seus
principais líderes, que sempre dizem “nada saber” sobre o
ocorrido em seus próprios governos, incitam o ódio entre brasileiros,
arriscando provocar uma situação que levará décadas para ser corrigida,
esquecida.
Entretanto, pior seria que
nós, das outras regiões do país, entrássemos também no jogo sujo e
irresponsável desses “bandidos” que, para vencer uma eleição arriscam,
inclusive, promover uma cisão entre o povo brasileiro.
Na realidade, a
irresponsabilidade deste partido é tão grande que, mesmo após doze anos no poder
e tanta roubalheira já comprovada, não permitiu que nossos irmãos nortistas e
nordestinos tivessem acesso à educação, à informação, à saúde e ao emprego. Ao
invés disso, preferiram dar-lhes “Bolsas” e “Vales”, submetendo-os
às “esmolas” do Estado.
Os donos do Estado
Pinho Cardão
Pelo que fui ouvindo nos
diversos canais de televisão, a grande, senão exclusiva, questão do debate
sobre o Orçamento de Estado para 2015 foi a reposição, integral ou parcial, dos
vencimentos dos funcionários públicos.
Confere em absoluto. O Estado
é cada vez mais dos funcionários e para os funcionários. Melhor, dos seus
Sindicatos e para os seus Sindicatos. Eles paralisam (apesar de tudo, não tanto
como gostavam…), serviços públicos, escolas, estabelecimentos de saúde,
transportes públicos, tribunais, perturbam o funcionamento do Parlamento,
interrompem sessões solenes comemorativas de grandes acontecimentos históricos,
sem respeito por nada, nem por ninguém, impedem discursos do Presidente da República,
do Primeiro-Ministro e dos Ministros, sem se lembrarem dos problemas causados às
populações que deviam servir.
Arrogam-se o direito de
definir as políticas da educação, da saúde e da justiça, de estabelecer o que
deve ser privado ou nacionalizado, de demitir ministros e até governos.
Por interpostos deputados,
criam leis de incompatibilidades que, não tarda, para exercer qualquer cargo
público, só se poderá candidatar um sujeito liofilizado por curriculum
exclusivo de funcionário. Eles e os seus Sindicatos e agentes políticos
são o Estado, mandam no Estado e, por este andar, reivindicarão o exclusivo do
voto que legitima os governos.
Nota: Para os leitores mais apressados, deixo já o aviso de que o post não é contra os funcionários. Mas é contra quem se serve deles.
Título e Texto: Pinho Cardão, “4R– Quarta República”, 31-10-2014
Minuto do dia – 257
MANTENHA
sempre no mesmo nível sua coragem para o bem.
Não
falamos da coragem de palavras, que é fácil.
Contar
vantagens, todos contam…
Mas
a coragem da luta contra seus próprios vícios é que tem valor, porque daí
surgirá a vitória final.
Seja
constante e persistente, caminhe reto para a frente e para o alto, e mantenha
firme a sua coragem na ação de cada dia em busca do ideal.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Filosofando...
Valdemar Habitzreuter
Que tal, velhinhos e velhinhas do Aerus, uma
pausa em nossas animosidades pelo infortúnio do caso Aerus, aproveitando o
intermezzo entre a concretização de pagar aos aposentados do Aerus e os
trâmites da burocracia?
Vai aí, então, aos amantes da Filosofia mais uma
reflexão minha sobre a rica filosofia de Henri Bergson [foto] a quem
estudo com interesse e me alivia as agruras da existência. (Quem sabe, nosso
amigo Rubens de Freitas se reconcilie com seu “INIMIGO”, seja ele exterior ou
interior).
NO CORAÇÃO DO VISÍVEL, O
INVISÍVEL
Bergson, laureado com o prêmio Nobel de Literatura, nos oferece em prosa
a imagem do espetáculo da criação em seu livro ‘A Evolução Criadora’ (1907).
Podemos dizer que neste livro Bergson pinta artisticamente com palavras o
big-bang qual fogos de artifício. O mundo (ou mundos, multiverso) é um
sempiterno devir. Há um movimento indeterminado de evolução criadora sem
finalismo em que há somente o dinamismo da ação criadora.
Tem por finalidade este artigo demonstrar que muitos autores da
literatura criam verdadeiras obras de arte, assim como grandes pintores com
seus famosos quadros. Bergson foi um artista da palavra escrita. Além de
artista da palavra foi também um grande filósofo. Nele a palavra escrita,
disposta com rigor filosófico, torna-se, igualmente, um arranjo artístico de
rara beleza. Pulsa em suas veias o fluido da arte escrita.
Em sua obra, A Evolução Criadora, assistimos
fascinados ao espetáculo da Criação onde tudo é minuosamente descrito através
de uma verve artisticamente elaborada. Valho-me da seguinte citação neste livro
para admirar a beleza literária e filosófica de Bergson:
“Tudo é obscuro na idéia de
criação se pensarmos em coisas que seriam criadas. (...) Não há coisas, há
apenas ações. (...) Se é a mesma espécie de ação que se realiza por toda a
parte, quer ela se desfaça, quer tente refazer-se, exprimo simplesmente esta
provável semelhança quando falo dum centro de onde os mundos jorrariam como os
foguetes dum imenso fogo-de-artifício, - contanto que eu, todavia, não tenha
esse centro como uma coisa, mas como
uma continuidade jorrante. Deus, assim definido, nada tem de já feito; é vida
incessante, ação, liberdade. A criação assim concebida não é um mistério, é em
nós que dela temos a experiência logo que agimos livremente”[1].
Esse quadro verbal cima, através de palavras visíveis entrelaçadas umas nas
outras, suscita um estado de fascínio, face ao invisível aí contido que o
leitor, num relance intuitivo, torna visível. Qual o estado que se forma nessa
consciência intuitiva? O dinamismo da vida: a criação. Uma criação inacabada
que se submete à força da ação em busca de engendrar o novo irrepetível, num
infindável processo de autocriação. Essa pintura verbal é capaz de enlevar
nossa consciência ao introduzir-nos na realidade que o escritor Bergson
vivencia.
Proponho-me neste artigo, pois, fazer a experiência do que visualizo no
dito de Bergson: “não há coisas, mas apenas ações” oriundas de uma força
criadora jorrando de um centro (centre de
jaillissement) de onde brotam a vida e a liberdade.
O
QUADRO DA EVOLUÇÃO CRIADORA
As palavras acima, num primeiro momento, nada me dizem, estão aí
embaralhadas sem sentido. Olho, mas não vejo. Não vejo o quê? O invisível do
visível das palavras. Fixo o olhar e apenas retenho uma imagem de letras,
palavras, intervalos e linhas. Seu conjunto me dá a figura de um quadro, um
quadro de palavras. É tudo muito estranho em apenas olhar sem o espírito, sem
simpatizar, sem sentir que também estou sendo olhado.
Como uma genuína austeridade gera crescimento econômico
Peter St. Onge
O termo
"austeridade" continua sendo utilizado na Europa. E a Alemanha
continua sendo criticada por promover essa visão. Afinal, a austeridade
pode fazer uma economia crescer?
Em primeiro lugar, é
necessário deixar claro alguns conceitos. A palavra
"austeridade" normalmente é utilizada para descrever duas coisas
totalmente opostas e contraditórias: reduzir os gastos do governo ou elevar
impostos.
Por que essas duas medidas são
opostas? Porque reduzir gastos do governo significa que menos recursos
escassos da economia serão apropriados pelo governo; significa que haverá mais
recursos disponíveis para pessoas e empresas.
Quando o governo gasta, ele
está consumindo bens que, de outra forma, seriam utilizados pela população ou
mesmo por empreendedores para fins mais úteis e mais produtivos. Bens que
foram poupados para serem consumidos no futuro acabam sendo apropriados pelo
governo, que os utilizará sempre de forma mais irracional que o mercado, que
sempre se preocupa com o sistema de lucros e prejuízos. Portanto, os
gastos do governo exaurem a poupança (por ''poupança'', entenda-se ''bens que
não foram consumidos no presente para serem utilizados em atividades futuras'').
Logo, uma redução nos gastos
do governo permite que haja mais recursos disponíveis na economia.
Já uma elevação de impostos
significa o contrário: mais recursos da economia — principalmente o capital de
pessoas e empresas, que seriam utilizados para consumo e investimento — serão
apropriados pelo governo.
E esse é justamente o cerne da
questão: deveríamos dar mais ou menos recursos para o governo?
Como na fábula em que o
escorpião dá uma ferroada no sapo, keynesianos sempre inventam razões para
explicar por que gastos do governo são bons para todos. Um de seus
principais argumentos é o de que é "impossível alcançar a prosperidade
cortando". Como todas as propagandas, essa afirmação é enganosa —
austeridade não é sobre "cortar"; é sobre transferir.
Mais especificamente, retirar o controle de recursos produtivos de burocratas e
transferi-los para indivíduos e empresas.
Vamos analisar os argumentos
keynesianos. Segundo eles, os gastos do governo são bons para todos — o
que significa que a austeridade baseada no corte de gastos é ruim — porque
esses gastos governamentais criam um "efeito multiplicador".
Sendo assim, cada $1 gasto pelo governo cria, digamos, $2 de valor.
Dois tiros: um no pé, um na cabeça
José Manuel
Definitivamente, por mais que
eu queira achar a ponta do fio da meada, a contabilidade não bate.
Porém, como números são
números, e o provou o nosso grande escritor e professor Júlio
César de Mello e Souza, mais conhecido como o heterônimo de Malba Tahan, que
em 1938 eternizou os números com a obra épica da literatura infantil
chamada "O homem que Calculava ", hoje em
sua 80ª edição, e que com muitas saudades recordamos a nossa infância
literária.
Certamente as proezas
matemáticas do herói da obra, Beremiz Samir, não
permitiriam hoje, 76 anos após o seu lançamento, que ele conseguisse
acertar ou resolver esse problema causado com as últimas eleições para a
presidência.
Deixando de lado os milhares,
mas nos concentrando apenas nos milhões, a conta continua confusa. Vejamos:
30 milhões deixaram de votar +
7 milhões que anularam ou votaram em branco + 51 milhões que votaram no Aécio,
dá um total de 88 milhões, que é 62,05% superior à votação conseguida
pelo declarado vencedor.
E aí, Beremiz , como
é que você vai conseguir resolver mais esse problema?
Na realidade, eu muito mais
jovem que você e que não entendo nada de matemática, percebo claramente porque
todos os sinais me mostram isso e também não sou vidente, que foi péssimo
para o PT ter sido declarado vencedor.
Não esqueçamos que 88 milhões
ou 62,05 % do eleitorado que não votou na candidata do PT, o fez por que não
está satisfeito com os doze anos no poder, vai cobrar com unhas e dentes tudo o
que foi feito errado e o que está para aparecer ainda ao longo do
período.
É mais certo do que eu que
escrevi isto e você que o está lendo, de que os 37,95 % que declararam a
vitória, não vão conseguir segurar a avalanche de problemas que irão rolar
ladeira abaixo.
E o topo dessa ladeira começou
a aparecer ontem a apenas dois dias de encerrado o pleito, quando o governo
amargou duas derrotas simultâneas.
Mais uma derrota está para ser
confirmada no Senado esta semana e por aí, a ladeira começará a ser mais e mais
íngreme.
Prá não dizer que não falei de pássaros, sutilmente...
Jonathas Filho
Hoje cedo, logo após uma xícara de café, preocupado
com a “vida” e pelas más notícias que venho recebendo com relação a um dinheiro
que me devem, sentei-me na varanda lá de casa e fiquei apreciando o tempo
passar e o cantar dos pássaros. Era cedo, coisa de seis e meia ou sete da manhã
com o prenúncio de um belo dia de sol. Ainda não estava quente todavia, a
aragem trazida do mar transformava a brisa numa bafejada de ar morno bastante
agradável. De onde eu estava, podia ver que o nosso jardim merecia mais
cuidados do que os que tenho concedido, motivado pelas minhas dores nas “costas”
que também merecem cuidados e que ainda não me permitem ficar abaixado ou
curvado durante muito tempo para retirar alguns capins e as ervas daninhas
inconvenientes. Coisas que para a minha idade são consideradas verdadeiras
torturas.
Sanhaço-cinzento, foto: Dario Sanches, São Paulo |
A todo instante escuto o chilrear alegre dos
sanhaços que se comunicam, trocando informações. O mesmo acontece com os bem-te-vis
cujas respostas são quase que imediatas. Enquanto isso, nessa temporada de
acasalamento dos sabiás, cada macho empertigado com sua melhor plumagem,
instala-se comodamente em uma ponta de telhado das casas vizinhas com a real
intenção de se fazer notar e então entoa os mais longos gorjeios com tons e
semitons variados, numa disputa que provavelmente será analisada e avaliada pelas
pretendidas fêmeas. Aquela que considerar o canto mais harmonioso e
interessante, se aproximará cada vez mais, emitindo um trilar que todo macho
entende como aceitação. Pouco a pouco, se apresentam também com cantos
maviosos, coleirinhos e canários da terra mas, em pequenas famílias. De
repente, chegam em pequenas nuvens tomando de “assalto”o jardim, um bando de pequeninos bicos de lacre com
seus biquinhos avermelhados e seus estrilos intermitentes, para se alimentar
das sementes de alguns tipos de capins e assim como vieram, vão-se embora estrilando.
Ainda não é hora de aparecerem as maritacas
com o ruidoso matraquear que abafa todos os outros cantos. Quando chegarem, irão
aboletar-se nos fios, nos postes ou nas mangueiras e não cessarão o alarido até
deslocarem-se repentinamente para outro lugar nas redondezas. Dirijo meu olhar
para o céu e o vejo sendo cruzado por um grande número de biguás numa formação
em “V”, se dirigindo à outra praia num outro ponto desta ilha. Em órbitas,
giram elegantemente, algumas fragatas no majestoso balé aéreo das correntes
térmicas ascendentes. Vindo do leste para o oeste, gritando bem alto mas em
baixa altitude, vejo uma linha verde formada por papagaios cujos machos e
fêmeas voam quase colados, parecendo uma estranha ave de quatro asas. Parecem
gargalhar durante as várias etapas do tortuoso voo e na tardinha, ao sol poente,
seguirão de volta para o leste, à procura de seus ninhos para descansar e
dormir.
As prematuras questões
Luís Pais Antunes
Poucos dias após a
apresentação da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2015 e passado
aquele "entusiasmo inicial" sobre as eventuais novidades do último
ano de mandato do actual governo, as atenções parecem estar voltadas para todo
o lado menos para as coisas verdadeiramente importantes.
Discutem-se cenários
eleitorais, antecipam-se virtudes e desconfortos de eventuais alianças à
direita e à esquerda, "trocam-se cromos" sobre putativos candidatos à
Presidência da República em 2016, escreve-se sobre auroras radiosas e ocasos
tristes, mas pouco ou nada se diz sobre os problemas em aberto e as possíveis
soluções a adoptar para os enfrentar.
Enquanto cidadão e eleitor,
gostava de saber o que pensam, em concreto, as principais forças políticas e os
seus responsáveis sobre os grandes desafios que temos pela frente: o
financiamento dos sistemas de saúde e de segurança social; a sustentabilidade
das nossas finanças públicas e o insustentável peso da dívida; a evolução da
política fiscal para as famílias e para as empresas; as reformas do Estado e do
sistema político. Há certamente outras questões relevantes que justificam a
atenção dos agentes políticos, mas não quero ser demasiado exigente: já me dava
por muito satisfeito se conseguisse ter uma ideia aproximada das soluções que
cada um defende. Não meras proclamações de intenções ou tiradas mais ou menos
jocosas sobre o que o "outro" propõe. Refiro-me a um rumo claro,
medidas quantificáveis e resultados esperados.
Por muitas críticas que possam
merecer os caminhos que vêm sendo trilhados pela actual maioria - e algumas são
bem certeiras - conseguimos antever aquilo que nos é proposto, pelo menos
nalguns dos aspectos que acima mencionei. Podemos discordar, mas conseguimos
perceber. Podemos não gostar, mas ao menos sabemos do que é que não gostamos e,
se for o caso, contrapor outros caminhos.
Calhandrice e corrupção
Eva Gaspar
Se um país só pode ser tão
bom quanto os meios de comunicação social que tem, como diz o filósofo suíço
Alain de Botton, só haverá país bom com uma imprensa que compreende e protege o
direito ao bom nome de cada um dos seus cidadãos e que compreende e protege a
credibilidade e o prestígio das instituições com que se rege a vida em
sociedade.
Um país bom não pode ter toda
uma imprensa calhandreira a atirar suspeitas para as capas dos jornais como
quem atira meias para o ar enquanto procura o par que combina. Um país bom
tem de ter uma imprensa consciente de que a denúncia leviana e banal cobre
de suspeitas de leviandade qualquer denúncia que se faça.
Um país bom, concluiria, exige
uma imprensa que tem e aplica como regra a não violação do segredo de justiça.
Quanto mais regra for essa regra, mais o genuíno e insubstituível jornalismo de
investigação dispõe de condições para a furar com consequência. Porque um
país bom tem profundo respeito pelos deveres de sigilo e leva, portanto,
muitíssimo a sério qualquer denúncia.
Não é o caso do Brasil, onde a
devassa na imprensa é pão nosso de cada dia. Mas há meritosas e melindrosas
excepções. Em plena campanha presidencial, a revista Veja trouxe a público o
esquema de corrupção que esteve (ainda estará?) instalado na Petrobras e que
está a ser investigado pela justiça que lá chegou ao puxar o fio de um outro
esquema, de branqueamento de capitais.
Independentemente das
conclusões a que se chegue e do grau efectivo de impunidade que venham a
merecer os culpados (veja-se o que se passou com o "mensalão"), o
caso Petrobras tem de ser conhecido no mundo inteiro. porque a dar crédito
(e não há razões para não dar) às declarações de Alberto Youssef, o cambista
("doleiro") que geria e lavava parte do dinheiro desviado da estatal
que vale hoje em bolsa metade do valia há quatro anos, quem governa o país há
12 anos e acaba de vencer as eleições mudou, ou pelo menos, ajudou muito a
mudar o paradigma da crónica corrupção no país.
Farronca e vagueza. As duas estratégias do PS
Paulo Tunhas
Com o PS, a minha vida social
melhoraria e o dinheirinho dava jeito. O problema é que o dinheirinho, tirando
um breve período destinado à prova ritual da existência do socialismo, logo
desapareceria
É muito sensato uma pessoa
andar com medo. Desde que António Costa, com o auxílio dos “simpatizantes”,
mandou Seguro pela borda fora, anda por aí um arzinho de felicidade a vir que
não augura nada de bom. Essa felicidade tem um nome: dinheirinho. Vamos todos
ter mais dinheirinho.
Confesso que a coisa a mim
também me dava jeito. Ao ponto de por vezes me perguntar porque carga de água
ando para aqui a compreender a austeridade e a reconhecer algumas virtudes
razoáveis em Passos Coelho. Não ganho nada com isso e ainda por cima a conversa
com alguns amigos torna-se delicada. Tive que apurar a sensibilidade para
detectar certos rumos que as discussões ameaçam tomar e, em nome das boas
regras do são convívio, aprender mil artes para as desviar daí. É cansativo e
muitas vezes a imaginação falha.
Verdade seja dita que não é a
primeira vez que isto me acontece. Não sou pessimista nem optimista, mas o
optimismo manifestamente deslocado irrita um pouco. Há matérias em que é
relativamente fácil lidar com ele. Não se ofendia excessivamente ninguém
manifestando, por exemplo, uma boa dose de cepticismo em relação ao glorioso
destino da “primavera árabe”. Quando muito, ouvia-se uma palavra ou duas sobre
supostos traços de carácter pouco recomendáveis, o que está na ordem normal das
coisas. Noutros assuntos a coisa piava mais fino, como foi o caso com o nosso
fatal Sócrates. Aí a acusação mais vulgar era a de “obsessão”, algo claramente
mais forte. Há, apesar de tudo, uma certa diferença entre não ser um ser humano
exemplar, dotado de uma confiança absoluta no progresso para o melhor da
humanidade toda entre os dois pólos, e ser uma criatura cuja patologia se
encontra detalhadamente analisada num compêndio de doenças mentais.
Neo-tradicional hipocrisia revisitada
Vitor Cunha
A neo-tradicional hipocrisia
ocidental, a da “chega de austeridade”, tem a vantagem de purgar sentimentos de
culpa por barreiras necessárias à imigração descontrolada. Da mesma maneira que
“não se aguenta mais” o corte na pensão do Dr. Bagão Félix, algo manifestado
nos media com histórias hiperbolizadas de fome que automaticamente
desaparecerão quando o Dr. Costa proceder ao milagre da multiplicação do
crescimento, lamenta-se o tratamento desumano que consiste em erguer barreiras
que evitam milhares de novos beneficiários do Estado Social, o tal que é
declarado morto sempre que o PSD está no governo. Em Espanha é igual.
Na visão mais benignamente
humanista-porque-sim-e-parece-sempre-bem, estaríamos dispostos a permitir a
entrada de toda a gente oriunda de África que quisesse entrar e, em simultâneo,
conseguiríamos manter o discurso do aumento do salário mínimo “pela dignidade”?
Certamente que sim: a lógica nunca foi abundante nos auto-consagrados
detentores da moral. O que isto demonstra é que este povo retratado pelos media
ainda não sabe o que quer: não é possível defender o proteccionismo dos
privilégios que já não conseguimos pagar e alargar a base de protecção social a
um número crescente de imigrantes em busca do mesmo.
As barreiras são feias mas
necessárias. Quem não aguenta a sua presença, se tiver um único neurónio
funcional, em segredo agradece ao tipo cujo trabalho é manter essa feiura.
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias,
30-10-2014
Relacionados:
Europe: Building a Banking Union
The symbol for the Euro currency sits in front
of the European Central Bank's headquarters in Frankfurt, Germany. Photo: Daniel
Roland/AFPGetty Images
|
Summary
The recent stress tests by the European Central
Bank offered few surprises and did not cause any significant political or
financial reactions in the Continent. However, these tests were only the
beginning of a complex process to build a banking union in the European Union.
Unlike the stress tests, the next steps in this project could create more
divisions in Europe because national parliaments will be involved at a time
when Euroskepticism is on the rise. More important, the stress tests will not
have a particular impact on Europe's main problem: tight credit conditions for
households and businesses. Without a substantial improvement in credit
conditions, there cannot be a substantial economic recovery, particularly in
the eurozone periphery.
Analysis
The European Central Bank had two basic
short-term goals for this year's stress tests. On one hand, it had to come up
with a test that was tough enough to be credible after tests held in 2010 and
2011 were widely seen as too soft and lacking in credibility. On the other
hand, the tests could not produce results dire enough to generate panic. The
European Union is going through a phase of relative calm in financial markets,
and the European Central Bank was not interested in creating a new wave of
uncertainty over the future of Europe's banks.
While the tests did attract some criticism, the
central bank achieved both goals. Of the 130 banks involved in the tests, 25
had capital shortfalls, a finding slightly more severe than forecasts
projected. Of those 25 banks, 13 must raise fresh capital and come up with 9.5
billion euros ($12.1 billion) in the next nine months. None of the failed tests
came as a surprise, however. Italy's Monte dei Paschi, the worst performing
bank in the tests, has been in trouble for a long time and had to receive
assistance from the Italian government in 2012. Other failing banks are located
in countries such as Slovenia and Greece, which have been severely affected by
the financial crisis. And while the price of several banks' shares dropped
during the Oct. 27 trading session, no collapses occurred.
The tests were not perfect -- they used data
from December 2013 and were mostly done by each participating state. The
methodology and scenarios were also criticized. For example, the most extreme
"adverse scenario" included in the tests considered a drop in
inflation to 1 percent this year, although the rate has already fallen to
around 0.3 percent. The decision to include only 130 "systemic" banks
while turning a blind eye on smaller -- and probably weaker -- institutions
also drew criticism. But overall, markets considered the tests legitimate,
especially in comparison with the weak tests that have taken place since the
beginning of the European crisis.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Chorando... Esperando... Confiando... Até quando, velhinhos e velhinhas do Aerus?...
Valdemar Habitzreuter
Não me refiro a Buddy Holly e
sua música em que ele externa seus sentimentos para conquistar sua bem-amada de
volta (“... crying, waiting, hoping, that you'll come back, baby. Maybe someday soon things will
change and you'll be mine...”). Não. Nada disso. Se bem que os nossos
sentimentos são similares pela perda do nosso bem precioso: a qualidade de vida
em nossa velhice por falta dos recursos necessários, desde 2006, quando a nossa
aposentadoria complementar foi-nos negada integralmente com a intervenção no
Aerus.
Parece que o governo nos trata
de otários. Contribuímos por longos anos para termos um complemento extra na
composição do minguado provento do INSS, e agora vira as costas e sacode os
ombros como se dissesse: “danem-se, seus otários... suportem a velhice como puderem”...
É vergonhoso ver este governo
insistir em negar sua responsabilidade pela sangria do dinheiro praticada no
Aerus, quando tinha o dever de fiscalizar o instituto para que os contribuintes
tivessem seus proventos garantidos na velhice.
E agora sentimo-nos nus e sem
a quem mais recorrer para que se faça justiça, pois ele menospreza as
determinações da Justiça e não defende as minorias necessitadas como apregoa em
sua propaganda ideológica. É antes um farsante ludibriador, interessado em
refestelar-se e perpetuar-se no poder.
O nosso choro, a nossa espera
e nossa confiança de um dia termos de volta a nossa complementação salarial
parece não ter fim. As tentativas de todas as formas, através de vias judiciais
dando-nos pleno amparo, são infrutíferas. Este governo não acata as sentenças judiciais.
Julga-se acima das leis e ultraja o poder judiciário, não reconhecendo sua
independência e autonomia.
Não aceito equivalência moral dos dois lados. Ou: Dá para ter amigo petista? Ou ainda: Quem é o raivoso aqui?
Rodrigo Constantino
A sessão de carta dos leitores do GLOBO de hoje publicou quatro comentários bastantes negativos contra minha coluna de ontem, e nenhum favorável. Estranho, pois choveram elogios pelas redes sociais e aqui no blog.
Os comentários falam que é um
desrespeito eu chamar a outra metade do país de desonesta ou alienada, que sou
agressivo, raivoso, dissemino o ódio, escrevi algo abominável, e deveria haver
limites para a liberdade de expressão. Lá vamos nós…
Constatei apenas o que para
mim é um fato: só pode ter votado em Dilma após tantos escândalos de corrupção
bem no centro de seu governo quem é conivente, indiferente ou cúmplice dessa
podridão toda. Ou alguém muito alienado mesmo. Não vejo outra alternativa.
Como dizia o embaixador Meira
Penna, um doce de pessoa e nada raivoso, mas sincero, ou o marxista é um
patife, ou burro. Marxista honesto e inteligente eu desconheço. E o pior é que ainda
citaram, como prova de meu equívoco, gente como Chico Buarque, Caetano,
Francisco Bosco e Xico Sá. Sério?
O PT rachou o país ao meio.
Fomentou o ódio, a luta de classes, apelou para o “nós contra eles”, criou
inimigos fantasmas, segregou a nação toda. Agora, após uma vitória questionável
do ponto de vista legal e inquestionavelmente podre do ponto de vista ético,
quer “conciliação”, quer “paz”, quer “diálogo”. Não!
O lado de cá não quer dialogar
com quem joga tão sujo, dissemina o ódio, abusa da máquina estatal, compra
votos de miseráveis, faz terrorismo eleitoral, difama os adversários, vistos
como inimigos mortais. Não quer diálogo com quem quer dialogar com terroristas
islâmicos que degolam inocentes, ou com quem se alinha aos piores ditadores do mundo.
Eis o que não aceito: a
equivalência moral dos dois lados. É o que a máquina ideológica deles tentará
fazer agora. Já tentam colar em gente como eu a imagem de ser o que dissemina o
ódio, a raiva, enquanto estou apenas indignado, como 51 milhões de brasileiros,
e defendendo a ética e a democracia.
Será que quem se mostrou
indignado e agiu com firmeza, sem contemporizar, com figuras como Chávez ou
Kirchner, eram “intolerantes” ou “raivosos”? Não! Eram democratas lutando
contra regimes opressores, aquilo que o PT pretende ser. E quem não enxerga
isso é alienado. Quem enxerga e não liga, é desonesto ou patife.
Um artigo publicado pelo jornalista Felipe Benjamin no mesmo
jornal tenta levantar uma bandeira de paz também, aparando as arestas. Diz que
os dois lados têm seus extremos, mas que desejam as mesmas coisas: “serviços
públicos da melhor qualidade para nós e para os filhos que temos ou (não) teremos;
uma economia que não esmague os trabalhadores, nem arruíne os empreendedores;
uma sociedade mais justa e inclusiva”. Falso!
O PT deseja o modelo
venezuelano. Quem não enxerga isso é alienado. Quem enxerga e não liga, é
patife. Mas o jornalista continua, como se houvesse equivalência moral de ambos
os lados:
Vocês
sabem que não devoramos criancinhas ao som de rumba cubana e — embora certos
discursos ainda assustem de vez em quando — nós também sabemos que vocês não
querem essas criancinhas trabalhando 18 horas por dia nas minas de carvão.
Aí é que está: comunistas de
fato devoraram crianças, como mostram os livros sérios de história, enquanto o
capitalismo não foi o responsável pela desgraça das crianças trabalhadoras, e
sim sua salvação: antes da revolução industrial elas morriam de fome!
Continuaram morrendo nos países que não abraçaram o capitalismo. O PT é
companheiro da ditadura cubana, que prende e mata pelo “crime” de opinião.
Alguma mentira?
O Brasil dividido salomonicamente
Valmir Fonseca Azevedo
Muitos historiadores pregaram
no passado que o Brasil deveria ser dividido em duas ou até três regiões, e
apresentavam as suas razões.
Graças ao Duque de Caxias,
muitas tentativas de repartição do território fracassaram, inclusive a da
gauchada, na célebre GUERRA DOS FARRAPOS.
Os séculos foram passando e,
mesmo assim, sempre tivemos os adeptos de que o País deveria ser dividido, e
muitos argumentavam que o Norte, em especial o Nordeste, sobrevivia graças ao
desenvolvimento das outras regiões.
Apesar da veracidade daqueles
nacionalistas, o País prosseguiu sempre em passos lentos pelo desgaste
provocado pelo atraso e pela falta de desenvolvimento das regiões Norte-Nordeste.
A seca, diziam os “coronéis”
nordestinos riquíssimos, era a causa do atraso. E assim, vivemos por muitas e
muitas décadas.
Hoje, graças ao social-lulo-petismo,
descaradamente, podemos
dividir a nação em duas partes. O território dos “QUE PAGAM”, e o território dos “QUE SÓ RECEBEM”. Simples assim.
A divisão, basicamente, seria
a do Sul e a do Norte, evidentemente, permitindo-se a transferência obrigatória
dos “QUE SÓ RECEBEM” e que
sobrevivem no Sul, para a sua verdadeira região, o Norte; e a transferência dos
“QUE PAGAM” e vivem no Norte, para o
Sul.
Varig, a herança maldita
José Manuel
É uma vergonha que vou
carregar para sempre na minha consciência se não fizer nada para resgatar, pelo
menos, a ignomínia, a desonra, a infâmia ao nome da empresa pela qual demos suor,
lágrimas e por muito, muito pouco, até mesmo sangue.
A VARIG, talvez
tenha sido a primeira das grandes vítimas, a cobaia, o tubo de ensaio,
para o assalto final que se perpetrou contra os órgãos públicos.
Uma vez concebida e executada
com tanta facilidade contra uma empresa privada, já estavam prontos para
a "pièce de résistance", centrada nos
principais órgãos públicos e à sua disposição após devidamente aparelhados.
Mas, não se enganem, pois
essa herança maldita não será para nós, ex-funcionários
desta grande empresa genuinamente brasileira que, assim como tentaram com
a Petrobras, jogaram na lama junto com suas famílias milhares de seres humanos
que tiveram os seus salários, os seus empregos sequestrados quando da
intervenção do nosso fundo e do fechamento da empresa, sendo que o único erro
na vida destes trabalhadores foi contribuir duro durante décadas para o
engrandecimento deste país.
É inacreditável o que sabemos
hoje sobre a abrangência corrupta no Estado, e ainda tomaremos conhecimento de
todos os desdobramentos que irão ocorrer até ao fim do ano com as futuras CPIs.
Já se sabe, por exemplo, de
que as comissões de corrupção cobradas ao Estado, e por consequência a nós,
como cidadãos, vai da Petrobras, passando por portos, aeroportos,
hidrelétricas, chegando até aos fundos de pensão públicos, onde se instalaram à
vontade roubando o quanto quiseram. Tudo isto está fartamente documentado pela
mídia e alguns, não todos ainda, já estão presos fazendo as
suas delações premiadas, ou fugindo para o Exterior.
O que mais nos
impressiona é o desmonte atual do Estado brasileiro e como nós, enquanto VARIG,
nos deixamos levar por essa quadrilha que retalhou a empresa nas nossas barbas,
enriquecendo advogados suspeitos, políticos, líderes sindicais de
araque e empresas alienígenas, jogando no lixo mais de oitenta anos de
trabalho sério e patriota.
Dilma, não haverá reconciliação!
No seu discurso da vitória a
presidente eleita Dilma Rousseff pregou a reconciliação dos brasileiros. Este
vídeo é minha resposta direta: não haverá qualquer conciliação! A oposição será
forte e sistemática. O momento é de enfrentamento e luta.
Comemorando o dia 29 de outubro…
Elizeth Cardoso não tinha Aerus
mas cantava assim:
Você não me amou
Mentira, foi tanta mentira
Que você contou
Tão meigos seus olhos
Por deus, eu nem desconfiei
Histórias tão tristes você contou
Eu acreditei!
Pois quase chorei!
E agora, desfeita a farsa,
Só resta esquecer
Mentiras que calam na alma
Fazendo sofrer
Rasquei suas cartas
Queimei suas recordações
Mentiras!
Cansei de ilusões!
Oferecido por Alberto José, 29-10-2014
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