sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Os donos do Estado

Pinho Cardão
Pelo que fui ouvindo nos diversos canais de televisão, a grande, senão exclusiva, questão do debate sobre o Orçamento de Estado para 2015 foi a reposição, integral ou parcial, dos vencimentos dos funcionários públicos. 

Confere em absoluto. O Estado é cada vez mais dos funcionários e para os funcionários. Melhor, dos seus Sindicatos e para os seus Sindicatos. Eles paralisam (apesar de tudo, não tanto como gostavam…), serviços públicos, escolas, estabelecimentos de saúde, transportes públicos, tribunais, perturbam o funcionamento do Parlamento, interrompem sessões solenes comemorativas de grandes acontecimentos históricos, sem respeito por nada, nem por ninguém, impedem discursos do Presidente da República, do Primeiro-Ministro e dos Ministros, sem se lembrarem dos problemas causados às populações que deviam servir.

Arrogam-se o direito de definir as políticas da educação, da saúde e da justiça, de estabelecer o que deve ser privado ou nacionalizado, de demitir ministros e até governos.  

Por interpostos deputados, criam leis de incompatibilidades que, não tarda, para exercer qualquer cargo público, só se poderá candidatar um sujeito liofilizado por curriculum exclusivo de funcionário. Eles e os seus Sindicatos e agentes políticos são o Estado, mandam no Estado e, por este andar, reivindicarão o exclusivo do voto que legitima os governos.

Nota: Para os leitores mais apressados, deixo já o aviso de que o post não é contra os funcionários. Mas é contra quem se serve deles. 
Título e Texto: Pinho Cardão, “4R– Quarta República”, 31-10-2014

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