quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ao amigo gaúcho

José Gobbo Ferreira

Buenas, Amigo Gaúcho:
Das bandas de São Paulo de Piratininga, tomo a liberdade de me dirigir a ti, tranquilito, no más, usando esse belo linguajar gauchesco, nativo de tua terra. Cada uma de minhas palavras carrega sinceridade e o desejo que tu me ouças como a um irmão que tem coisas graves a te pedir.

Durante a primeira carreira na cancha das eleições para presidente, a maioria dos teus patrícios deu por vencedora uma senhora matreira que já viveu nesses pagos e que por isso pôde assuntar bem uma maneira de lograr o coração acolhedor do povo Riograndense.

É por isso que agora me achego a ti para te recordar alguns causos farroupilhas e te explicar porque tens que convencer nossos irmãos gaúchos a correr com essa vivente, que nada de bom pode trazer ao Rio Grande e ao Brasil.

Foto: Julio Cordeiro

Te convido para chalrear no galpão da estância. De trás vem o murmúrio da água da sanga brincando co’as pedras do fundo. Mal que mal, de longe nos chega o canto às vezes triste, às vezes alegre, de um xiru gaiteiro, botando a alma pra lavar nas teclas da cordeona.

Água da chaleira fervendo, fica prá ti o preparo do amargo, que sou andante teatino nesses pagos. Depois, compartilhando cuia e bomba, quero te alembrar que teus ancestrais conquistaram, ocuparam, e protegeram a amada querência do Rio Grande. Pelearam c´os Castelhanos e co´a indiada braba, aliada deles, do Viamão até a Colônia do Sacramento, do Ingahyba até as barrancas do Uruguay.

Nos miles de entreveros daqueles tempos, nem um palmo de terra das coxilhas do Rio Grande foi tomado daqueles cutubas pelos castelhanos. Só os conchavos da política conseguiram les levar a Banda Oriental.

Nos entrementes, de doze anos prá cá, novos ventos, como um minuano sotreta, passaram  a soprar nos pampas e no Brasil. A moral, a ética, a honestidade, foram corridas do dia a dia de nosso País. A virtude, tradição maior do povo gaúcho, se foi a la cria.

Por quatro anos, aqui, um vivente caborteiro vem despacito se esforçando para apagar os ensinamentos que les chegaram por herança. Entre outros despautérios, permitiu que uma estação do Estado, por nome Educativa, que só devia trazer boa coisa para o povo, levasse para dentro dos lares gaúchos um bando de chinocas que não se avexam de se chamar “putinhas aborteiras”. Que barbaridade, tchê, essa debocheira no Rio Grande...

A anta mentirosa, cheia de pabulagem, corrupta e corruptora que ganhou mais votos no Rio Grande é a patroa do bando desse alarifaço, que está levando nosso País no lançante até o fundo do manancial.

Hoje, de conchavo com essa senhora, os castelhanos se achegam de novo. Não mais os Correntinos, agora vizinhos e amigos, mas aqueles de Cuba lá pras bandas do norte, pois essa mulher e seus compinchas vivem acolherados com eles. E já há cubanos à boche pelo nosso país afora.

Haverá outra carreira no dia 26 de outubro. O povo gaúcho não pode esquecer seu passado glorioso e desprezar todo o sangue derramado por seus antepassados para defender esses pagos, desde aquele do guasca mais despilchado até o de Sepé Tiaraju. Tem que negar estribo a esses calaveiras que querem les cabrestear, encilhar e les amadrinhar, mas de rebenque e chilenas, para o potreiro dos cubanos.

Reze ao Negrinho do Pastoreio para que ajude toda a gauchada a encontrar a verdade dentro do coração e a escolher os candidatos buenachos que hão de trazer de volta a moral e a virtude pampeiras pois tu bem sabes que:

                        Não basta para ser livre
                        ser forte aguerrido e bravo.
                        Povo que não tem virtude,
                        acaba por ser escravo.

Peça a teus patrícios que tomem tenência. Les diga que, se essa mulher continuar patroa deste país e o caborteiro imoral capataz do governo do Rio Grande, a liberdade em breve desaparecerá de vossas querências, como alerta teu hino. Os CTG´s ficarão vazios; as guaiacas murchas; em lugar da pilcha o chiripá; ao invés do mate amargo e quente o tereré frio e sem gosto, pois essa é a vida que merece o escravo.
Te deixo meu abraço fraterno.
Até breve.

Título e Texto: Coronel José Gobbo Ferreira, Outubro de 2014

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