domingo, 30 de setembro de 2018

[Foco no fosso] A contradição na contramão

Haroldo P. Barboza

As mulheres que pregam o #elenao contra Bolsonaro, poderiam ler este post n'o antagonista.

... e depois vir a público para explicar porque não usam a mesma “veemência” para exigir da Justiça (?) e dos parlamentares dos partidos (quadrilhas) que elas adoram, que algo efetivo seja feito para que estas barbaridades contra as mulheres sejam reduzidas.

Deveriam usar o fôlego armazenado e direcionado de forma distorcida, para lutar contra focos que efetivamente esgarçam o direito ao respeito que a classe feminina merece e não é observado por aqueles que usam suas canetas apenas para normatizar (legalizar os desvios) atos que tragam dividendos financeiros às suas contas bancárias às custas de nossos pesados impostos.
Título e Texto: Haroldo Barboza, 30-9-2018

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Carisma, Identificação, Confiança

Maria Lucia Victor Barbosa

Estrutura partidária e recursos financeiros são, sem dúvida, muito importantes para candidatos em campanha. Existe, porém, algo mais que vai além de imagens construídas artificialmente por marqueteiros. Trata-se dos elementos carisma, identificação, confiança.

Carisma, conceito geralmente confundido com populismo, significa “dom da graça”. Em seu estudo sobre autoridade carismática, Max Weber analisa essa característica atribuída a profetas e heróis vistos como forças realmente revolucionárias na história.


Transposto o conceito para a política, carismático é o personagem que foge ao habitual graças a sua ascendência sobre os demais, ao seu fulgor que impõe a adesão e admiração, ao seu talento pessoal.

Nesta eleição de 2018, se pode dizer que entre os candidatos à presidência da República, Jair Messias Bolsonaro é o carismático. Note-se que ele é chamado de mito. E mito tem simbologias ligadas a personagens como deuses e heróis. Esses componentes são por vezes misturados a fatos que caracterizam humanos. Assim sendo, Bolsonaro é percebido pelo inconsciente coletivo como uma espécie de herói por ser um homem contra o sistema.

Um homem sem estrutura partidária, sem recursos financeiros, que enfrenta um sistema onde avulta a infamação de sua imagem pela mídia mais poderosa. Um sistema infiltrado pelo PT em desespero para retornar ao poder.  Um poderoso sistema que quase deu fim sua vida.

A Liga das Senhoras Extraordinárias

Helena Matos

A Liga das Senhoras Extraordinárias diz “machista”, faz uma selfie, coloca tudo no Instagram e espera que o vilão da história desapareça pelos ares. O debate de ideias deu lugar ao fanico.

O grupo de deputadas portuguesas que respondeu positivamente “a um desafio do Bloco” e participou “na fotografia coletiva da campanha internacional #EleNão” (o #EleNão da questão é o candidato Jair Bolsonaro) é uma das manifestações em Portugal desse fenómeno internacional que se pode designar por Liga das Senhoras Extraordinárias.


A Liga das Senhoras Extraordinárias caracteriza-se por manter viva a táctica trotskista da revolução permanente e por simultaneamente ter recuperado das histórias infantis a crença no poder paralisante das palavras mágicas. Só lhes falta a varinha! Ou talvez nem isso porque o que é um “vídeo viral” senão uma varinha mágica?

A Liga das Senhoras Extraordinárias diz “machista”, faz uma selfie, coloca tudo no Instagram e espera que o vilão da história desapareça pelos ares. Todas as semanas as Senhoras Extraordinárias têm uma irritação. Há sempre algo que as enerva muito e as emociona ainda mais. O debate de ideias deu lugar ao fanico.

Os antagonistas das Senhoras Extraordinárias só por serem antagonistas das Senhoras Extraordinárias passam a personificar tudo aquilo que elas dizem combater: logo se elas declaram ser contra o racismo quem não as apoia é automaticamente racista. O mesmo exercício é válido para a misoginia, a homofobia…

Você se surpreende?

O que é preconceito?


Humberto Pinho da Silva

A cada passo, na “Globo News”, ouço afirmar que isso ou aquilo é preconceito.

E acontece o mesmo quando escuto comentadores radiofónicos: “É preciso, urgente, combater o preconceito.”

Mas, o que é preconceito?

Segundo Morais (Grande Dicionário da Língua Portuguesa) trata-se de: “Ideia, conceito formado antecipadamente e sem fundamento/ Obrigação de obediência inflexível ou tradicionalmente estabelecido”.

E o mesmo esclarece Dermival Rios, no “Dicionário do Estudante”, da Editora Brasil – São Paulo.

Dito isto, vamos refletir:

Será preconceito, atitude ou comportamento, fundamentado na Moral cristã ou islamita, ou opinião baseada na cultura e tradição de um povo?

No meu modesto pensar: não é.

Numa sociedade “ politicamente correta”, quando não se escreve, como os “democratas” pensam, rotulam-nos de: reacionário, “velho do Restelo”: preconceituoso.

Se cristão, asseverar publicamente que certo ato é criminoso, baseado na Moral da sua Fé, é, quase certo, taxado de preconceituoso.

O célebre Millôr Fernandes, definiu: “ Democracia, é quando eu mando em você. Ditadura, é quando você manda em mim”. Assim é o pensar e o agir de muita boa gente…

A democracia é o mais perfeito regime que se conhece; mas, infelizmente, – não sou eu que o digo, mas Rousseau, no Contrato Social, Cap IV –: “Um governo tão perfeito não convém aos homens, porque estes não são deuses”.

Por não serem deuses, nos países onde não há rei nem roque, os “democratas”, matam e mandam matar em nome de ideologias e crenças religiosas.

Uma semana em três atos

Alberto Gonçalves

A fotografia é um mimo. Dentro de São Bento algumas deputadas exibem o rosto fechado (porque a hora é grave). Outras riem desalmadamente (porque a gravidade é descontraída). Eu agradeço-lhes a coragem

Ato I
O momento redentor da semana foi a fotografia, ampla e merecidamente divulgada, de um conjunto de deputadas caseiras em protesto. Dado que o protesto de parlamentares de partidos que ou estão no governo ou influenciam o governo não faz muito sentido, as deputadas resolveram protestar contra os acontecimentos internos de um país estrangeiro. No caso, o Brasil. O facto de isso fazer ainda menos sentido não perturbou as senhoras, que interromperam o expediente para posar para o boneco com slogans a recusar a candidatura de um sujeito às presidenciais de lá, ao que sei legalíssima. Ou seja, enquanto as autoridades brasileiras aceitam o sujeito, dúzia e meia de ociosas portuguesas não pactuam com tamanho escândalo e desabafam através de “hashtags” (uns gatafunhos precedidos por um “#”). Ignoro se, de agora em diante, as ociosas tencionam emitir sentenças acerca de todas as eleições a realizar no planeta. Se tencionarem, avisem que tem piada.

Aliás, tem imensa piada. A fotografia, a que vale a pena regressar e que vale a pena contemplar, é um mimo. Dentro de São Bento, presume-se, algumas deputadas exibem o rosto fechado (porque a hora é grave). Outras riem desalmadamente (porque a gravidade é descontraída). Algumas levantam cartazes. Outras não tiveram direito a cópia. Quase todas parecem vestidas pelo costureiro dos UHF. Todas parecem estar ali de livre vontade. E eu agradeço-lhes a coragem.

Uma pessoa dotada de compaixão perderia uns minutos a imaginar a série de tragédias e equívocos que corroeram a vida de uma infeliz a ponto de a deixar, aos 30, 40 ou 60 anos, naqueles preparos, convencida da sua própria importância e de que segurar um papelinho com a frase “#EleNão” é uma atividade compatível com a idade adulta. Mesmo para deputados, a infantilidade é excessiva. À semelhança do que sucede nos acidentes aéreos, é necessário que demasiadas coisas corram mal para se acabar assim. Dramas familiares? Más companhias? Problemas clínicos? Cabe aos especialistas decidir.

Por sorte, não sou especialista. Donde prefiro usufruir da fotografia do que lamentá-la. Numa época em que, à conta de proibições e susceptibilidade, o “politicamente correto”, ou, mais exatamente, a cruzada moralista ameaça exterminar a comédia, exemplos de humor involuntário como o referido não se devem desperdiçar. Se não as tomarmos a sério, leia-se se não formos maluquinhos, a falta de noção de ridículo que as tais deputadas demonstram é genuinamente engraçada, daquela escola do burlesco que uma ocasião levou o falecido comentador Luís Delgado a exigir numa crónica: “Basta, senhor Clinton. Demita-se!”. Só não são impagáveis na medida em que lhes pagamos os salários.

[Foco no fosso] Já vimos estes filmes

Haroldo P. Barboza

Quando um dia uma ocorrência trágica acontece (por culpa da administração pública é pior) provocando a morte de várias pessoas, as autoridades governamentais aparecem em público para afirmar que serão realizadas investigações para punir os responsáveis e que medidas rígidas serão adotadas para que fatos deste tipo não se repitam. Passados algumas semanas ou meses, nada acontece e tudo se esquece. A irregularidade se eterniza, pois a fiscalização continua arcaica, omissa e subornável. Os autores dos trágicos eventos continuam atuantes e na pior das hipóteses, trocam de sigla, de ramo ou de cidade.

Dentre as ocorrências trágicas que tiveram manchetes em larga escala em passado não tão remoto, podemos citar:

1) Naufrágio do Bateau Mouche. Depois dele, centenas de embarcações já afundaram pela costa marítima e rios do Brasil. Como morreram cinco de cada vez e não existiam artistas no meio, tiveram no máximo duas linhas em algum jornal que precisava fechar uma página.

2) Incêndio do edifício Joelma [imagem] e do Serrador. Depois deles, dezenas já queimaram sem muito alarde. E milhares de outros estão prontos para um criminoso churrasco humano, tal a situação precária de segurança em seus interiores.


3) Morte de idosos na casa de idosos Santa Genoveva. Todo mês, pelo imenso território brasileiro, morrem dois a cinco idosos nestas espeluncas por negligência de seus dirigentes, que são eficientes para cobrar as mensalidades dos familiares, mas não concedem um mínimo de dignidade aos que precisam de apoio.

4) Falsificação de medicamentos em geral. Após o alarde feito pela imprensa (até para desviar a atenção de algum escândalo na corte), os laboratórios permanecem pomposos alterando rótulos e embalagens para terem motivos que justifiquem os aumentos inexplicáveis acima da inflação.

Peraí!! Você não vai votar em Jair Messias Bolsonaro?!?! A gente não acredita!!


[Foco no fosso] Apresentação

Haroldo P. Barboza

Prezados colegas do “canil (canal) cultural” onde o cão é viciado em charutos (cubanos?)!

Cheguei por aqui no final de novembro de 2017 contando com a alta generosidade do Jim, que com seu enorme coração, me permitiu a publicação de algumas matérias polêmicas e a consagração do “Gato Ferreti”, meu secretário nascido em torno de 2000, que me substitui quando estou pouco inspirado para escrever mais de 15 linhas.

Apesar de ser diplomado em Licenciatura de Matemática em 1973, adquiri gosto pela Literatura ao ganhar meu primeiro concurso em 1999. A partir daí, comecei a escrever sobre qualquer área, focando mais nas falhas de nosso sistema político, que é um prato cheio de munição para fortalecer nossas denúncias. Eu as faço para tentar criar uma polêmica saudável que nos leve a uma proposta para consertar (remendar) o futuro que vamos deixar para nossos herdeiros.

Talvez em função disto, o prezado Jim agora me convidou para ter uma coluna personalizada.

Combinamos batizá-la de “FOCO NO FOSSO”. Este título já sintetiza a causa de todos os nossos problemas: o enorme ralo existente na área central do país, por onde e(s)coam os desvios de nossos pesados impostos e por onde brotam as imundícies que criam o pântano que sufoca nossa sociedade anestesiada por eventos de baixa qualidade oferecidos pela mídia televisiva.



Como devo cansar meus leitores (corajosos) com novas matérias, vou poupá-los aqui deixando de escrever umas quinze linhas.

Grato pela atenção de todos.

Alo Jim! Que soe uma trombeta fenomenal para nossa entrada triunfal!
Texto: Haroldo P. Barboza, Rio de Janeiro, 30-9-2018

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[Viagens, Produtos e Serviços] Fuja da Media Markt: não compre lá nada

Rui A.

Não costumo expor casos pessoais no espaço público, tampouco no Blasfémias, mas, dado o que considero ser a pertinência pública do que vou em seguida contar, resolvi abrir uma excepção. O caso é o seguinte:


No dia 15 de junho de 2017 comprei, na Media Markt-Aveiro, um computador Microsoft NB Surface LAPT, por € 1169,00. A este valor acresceram € 139,00 para pagar um seguro de três anos;

No mês de fevereiro de 2018 o computador deixou de carregar e logo me dirigi à loja que me vendeu. Depois de se experimentar outro carregador, conclui-se que este alimentava a máquina, pelo que era aí que estava a avaria;

Em face disto, a loja ficou de me arranjar um novo carregador, no que me disseram que demoraria pouco mais de uma semana;

Quinze dias passados, dirigi-me à loja e informaram-me que, afinal, só a Microsoft poderia vender o carregador original, o que demoraria, através deles, cerca de um mês a conseguir. O melhor seria – disseram-me – levar o computador e eu mesmo contatar a Microsoft, que logo me resolveria o problema;

Caí na esparrela e aí começou um novo calvário, porque a Microsoft se revelou incontactável por telefone e e-mail, sendo que resolvi comprar um outro carregador, com a mesma potência, embora de «marca branca», o único que consegui arranjar no mercado;

A corte dos anjos

Cesar Maia

"Governar é fazer crer", dizia Maquiavel. As lideranças míticas, sejam políticas, sociais ou religiosas, se afirmam por dois caminhos distintos.

De um lado, os líderes cuja autoridade se afirma como guias de seus povos. São os detentores da legitimidade pelas ideias que conduzirão seus povos ao paraíso. Perón e Vargas são exemplos.

Outras lideranças legitimam a sua autoridade pela ausência. Representam divindades. O que os legitima está ausente deles, está em outro plano. padre Cícero, no Ceará, e Santa Dica, em Goiás, são exemplos. Maria de Araújo, beata de padre Cícero, em transe, ao meio de milagres, conversava com os anjos.

Santa Dica, em transe, ia até a "corte dos anjos" e voltava com as orientações a serem seguidas. Padre Cícero elegia e elegeu-se. Santa Dica elegeu seu companheiro. O monopólio da legitimação pela ausência trouxe e traz conflitos inter-religiosos.

A autoridade legitimada pela ausência não é restrita à esfera religiosa. Líderes políticos, em diversas épocas, ao se incluir no universo dos deuses, assim se legitimavam.

Ramsés 2º, Júlio Cesar e Hirohito são exemplos. Em outros, a própria nação é uma divindade. Agitam com símbolos milenares, cenografia e coreografia relativas. Representam essa divindade-nação ausente. Hitler (a raça germânica superior) é um caso.

O que as pessoas acham de Jair Bolsonaro?

Encerrando a nossa série de vídeos sobre os candidatos à Presidência da República deste ano. Hoje é a vez do candidato Jair Bolsonaro, do partido PSL. O que você acha dele? Comente!!

Se gostaram do vídeo não esqueçam do like e de se inscrever!!

Para seguir no Face: www.facebook.com/canalopovofala
Falas de Bolsonaro citadas no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-UeMN... (minuto 18:57)

Músicas utilizadas no vídeo: Vinheta: Titãs - Pra você ficar? https://www.youtube.com/watch?v=suxUo...


Título, Texto e Vídeo: O Povo Fala!,publicado em 30 de set de 2018

Relacionados:

QUIZ: Checoslováquia, 1968

Em 1968 teve lugar uma tentativa de reforma liberalizadora do comunismo na Checoslováquia. Como ficou conhecido este período?

A – Primavera de Praga
B – Revolução de Praga
C – Revolução de Veludo
D – Praga e o Veludo

Charada (625)

Os professores, Leopoldo,
Rolando e Conceição foram
à biblioteca buscar 29 livros
para os seus alunos.
Leopoldo e Rolando
trouxeram o mesmo
número de livros, mas
Conceição trouxe mais dois
livros do que Leopoldo.
Então, quantos livros trouxe
cada um dos professores?

Felipe Moura Brasil: resumão de hoje, 29 de setembro

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

A busca pela bala de prata contra Bolsonaro


[Aparecido rasga o verbo] A eloquência dos que almejam o poder e o obscurantismo retrógrado dos brasileiros sem visão

Aparecido Raimundo de Souza

APRECIAMOS OS NOSSOS PRESIDENCIÁVEIS, ou melhor, cobiçamos as formas cômicas, atreladas às maneiras “umildes e umanas” de como eles agem em épocas eleitoreiras. As caras de paus, os vernizes usados, as maquiagens, tudo nos encanta e seduz. Como se olhássemos por uma janela escancarada em direção a um ponto obscuro e fugazmente precoce.

O negócio, agora, até o dia sete de outubro, aliás, dia esse fatal, é a caça aos votos. E no encalço a eles, vale qualquer coisa. A cartilha da civilidade ficou esquecida em algum lugar desse enorme buraco de ozônio que nos contempla de algum lugar lá do alto.

Vamos, em rápidas pinceladas, discorrer o que encontramos na cobertura a essas figuras burlescas, país afora. Em Salvador, Bahia, na Estação Aeroporto da malha do Sistema Metroviário local, nos deparamos com um desses candidatos passeando nos vagões da recém-inaugurada linha, imaginem, senhoras e senhores, de ônibus e metrô, e o mais comovente, em horário de rush, fazendo, claro, o maior fuzuê. Sem baderna, sem algazarra, sem alarido, nenhuma campanha que se presa seguirá adiante. Nenhum candidato a um posto tão ambicionado, quase clerical prosperará.  

O mais interessante, e, de certa maneira, hilariante, esse nosso “futuro representante” pulando roletas, pagando cafezinhos e sanduiches, distribuindo balinhas e pirulitos para mostrar que acima de qualquer suspeita, é candidato povão, que está ao lado da raia miúda, que fala a sua língua e dejeta na mesma privada, como se estivesse sentado no cagatório particular de um palácio suntuoso.

Em troca de votos amadas e amados, até injeção nos colhões objetiva a sua validade verossímil. Todas essas barbáries, grosso modo, tem o condão de misturar aos tecidos do nosso temperamento matuto, o visgo mocorongo de uma falha pecaminosa, um elo sombrio que em tempo algum esqueceremos, decorra o período que se fizer necessário para a sua total consumação. 

Charada (623)


Se três
moinhos de vento
moem três toneladas
de farinha em três dias,
em quantos dias quatro
moinhos de vento moerão
quatro toneladas
da mesma farinha?

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Eu apoiava Amoêdo, agora apoio Bolsonaro


João Cesar de Melo

Sou formado em arquitetura e urbanismo pela UFES, mas trabalho como artista plástico desde 1999. Vivo exclusivamente de vender pinturas para pessoas comuns  e empresas.

Sete anos atrás comecei a ler e escrever sobre liberalismo. Publiquei mais de trezentos artigos artigos no IL e no ILISP, muitos criticando Bolsonaro. Com muita satisfação, vi o movimento liberal ganhando público. Vinha até aqui apoiando a candidatura de João Amoêdo. Na semana passada, eu estava procurando uma camisa do NOVO para comprar. Então, me dei conta de que estou fazendo o jogo do PT. Eu e muitas outras pessoas. O PT está manipulando até os antipetistas.

Permita-me gritar uma verdade em seu ouvido: ESTAMOS NO BRASIL!

Aqui, meu amigo, um cidadão comum não tem condições de alimentar purismos ideológicos durante uma campanha eleitoral.

Imersos nessa tragédia democrática, nosso principal esforço deve ser tirar o PT do poder, não levantar bandeirinhas legais que nos fazem sentir pessoas puras. ESTAMOS NO BRASIL!

Tudo o que o PT quer é que, nesse primeiro turno, liberais mantenham o idealismo e votem no Amoêdo, que os sociais democratas votem em Alckmin, que os paranaenses votem no Álvaro Dias, que os “sustentáveis” votem na Marina. Isso dilui o antipetismo, não permitindo que uma massa de pessoas vote em Jair Bolsonaro, o único candidato que pode derrotar o PT em todo o seu significado.

A campanha contra Bolsonaro é apenas mais um factoide que a esquerda criou para beneficiar o PT.

Uma pergunta: qual o sentido de se votar no João Amoêdo por idealismo e logo depois ver a classe política comemorando a vitória do Haddad, a liberdade de Lula e a continuação do sistema do qual todos nós reclamamos?

O fato é que, se o Brasil virar uma Venezuela, João Amoêdo vai pegar sua fortuna e vai morar num país desenvolvido, enquanto eu vou para a sarjeta, revirar o lixo atrás de comida.

Quem tem medo de Bolsonaro

Pedro Borges de Lemos

Enquanto dominar em Portugal o malabarismo ideológico da esquerda, vazio de substância e de razão, iniciativas patéticas destas lamentavelmente continuarão para gáudio de grande parte da nossa classe política, refém de um discurso hipócrita e populista.


Algumas parlamentares de esquerda juntaram-se ontem para um retrato de família [foto acima] contra a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência do Brasil.

Esta patrulha ideológica constituída pelas deputadas Catarina Martins, Mariana e Joana Mortágua do BE, Isabel Moreira do PS e Heloísa Apolónia do PEV, entre outras, uniu-se em protesto com um único fim — impor autoritariamente a sua vontade, seguindo a velha tradição estalinista da denúncia dos desvios ideológicos como forma de ajudar a codificar uma linha totalitária de pensamento e de ação.

Para estas deputadas tudo o que escapar a esta codificação deverá ser necessariamente patrulhado e severamente punido. Mas constará também das suas preocupações a violação das liberdades individuais e dos direitos humanos perpetrada por Maduro ou esta violação será um facto secundário perante a necessidade de se fazer vingar na Venezuela o Socialismo à outrance?

O jogo democrático não deve silenciar as opiniões opostas, eliminá-las ou evitar que se manifestem. Deve promover o confronto livre dos contrários para uma escolha consciente da melhor alternativa.

O discurso que apele ao combate à corrupção, ao enriquecimento ilícito e à violência no Brasil e que defenda a restituição dos valores morais e da liberdade de expressão, com um profundo respeito pelas diferenças e pelo contraditório, que a esquerda no Brasil como em Portugal prega mas não cumpre, é o discurso que deve vingar.

No, Kavanaugh Shouldn't Withdraw. A Serious Look At The Allegations Against Him Shows Why

Ben Shapiro


So, we now have four separate allegations against Judge Brett Kavanaugh with claims of various types of sexual abuse. These claims are all, thus far, unsubstantiated; nonetheless, Democrats have been disingenuously claiming that they spell doom for Kavanaugh, and that Kavanaugh should remove himself from convention. That’s absurd.

Let’s look at each allegation in turn.

1. Christine Blasey Ford. 
The first allegation came courtesy of Christine Blasey Ford, a professor from California, who alleges that when she was 15 and Kavanaugh was 17, she attended a party: date unknown, location unknown, how she got there unknown. At this party, she said, were either four boys and two girls (according to her polygraph note), or four boys and her (according to her note to Senator Dianne Feinstein). She says that at this party, Kavanaugh and his friend Mark Judge forced her into a room and turned up the music, and that Kavanaugh forced her onto a bed, where he attempted to take off her clothes and then placed his hand over her mouth when she tried to scream. No other witness has verified her account. The first time she told anyone is when she told her husband that she was abused in high school – in 2002. The first time she mentioned Kavanaugh’s name was 2012, to her psychiatrist. There is no corroborative evidence of any sort to back her allegation. Both she and Democrats have been remarkably unforthcoming in turning over materials (she won’t turn over her medical records or therapist notes) or facilitating her testimony at a hearing. She has hired Democratic hacks as her lawyers. Kavanaugh fully denies the charges.

2. Deborah Martinez. 
The New Yorker reported Martinez’s allegations on Sunday – but the allegations were full of holes. According to Martinez, Kavanaugh thrust his penis in her face at a frat party at which he was drinking. But The New Yorker piece is extraordinarily weak: according to the publication, she was hesitant to speak publicly because “her memories contained gaps because she had been drinking at the time of the alleged incident,” and she was “reluctant to characterize Kavanaugh’s role in the alleged incident with certainty.” Only after “six days of carefully assessing her memories and consulting with her attorneys” did she decide to come forward. No corroborating witnesses have come forward. According to The New Yorker, “The New Yorker has not confirmed with other eyewitnesses that Kavanaugh was present at the party. The magazine contacted several dozen classmates of Ramirez and Kavanaugh regarding the incident. Many did not respond to interview requests; others declined to comment, or said they did not attend or remember the party.” Kavanaugh, again, fully denies the charges, stating, “This is a smear, plain and simple. I look forward to testifying on Thursday about the truth, and defending my good name—and the reputation for character and integrity I have spent a lifetime building—against these last-minute allegations.”

51 tons de dívidas

Haroldo P. Barboza


No final de 2001, fui convidado (com mais dois moradores) para participar da elaboração do novo texto do regulamento (convenção) do nosso condomínio, para registrá-lo e ganharmos um número no CNPJ. Parecia uma tarefa simples: pegar um texto num prédio próximo, juntar com o nosso antigo texto e apresentar o óbvio aos moradores para aprovação geral. Num primeiro momento imaginei que na Assembleia Constituinte antes de 1990, tal procedimento teria ocorrido. Esperávamos leis bem elaboradas, tal o grande número de personalidades reunidas. Até membros da ABL existiam neste grupo. Deu no que deu. Até "ponto-e-vírgula" prejudicou o necessitado (pobre) no momento de interpretar o texto usado para defendê-lo.

Fizemos o trabalho de editar a espinha dorsal do referido texto. Reunimo-nos a cada duas semanas para efetuar os ajustes, no intuito de evitar dupla interpretação das normas. Juntamos várias sugestões de outros moradores. Não pretendíamos incorrer nos mesmos erros das leis que regem a nação. Apesar de não termos a mesma disciplina das forças armadas pretendíamos definir regras fáceis de serem seguidas por todos. É o que está faltando entre os defensores da libertinagem que rotulam de "democracia" o estado de desrespeito às normas começando pelos que deveriam dar o exemplo, mas usam das imunidades "para lamentares" - perdoe o trocadilho – para burlarem as leis em proveito próprio.

Mas começamos a perceber que cada item mais rígido no sentido de permitir uma convivência equilibrada e respeitosa entre nós, era alterado para conceder abertura de interesses das pessoas que se acham mais espertas que a esperteza e não queriam ser punidas pelas suas atitudes menos ortodoxas. E aqueles que aplaudiam e prometiam comprometer-se com o texto em elaboração eram os primeiros a transgredi-los, explicando que a situação do momento justificava a burla. Então propus que para não gastarmos tempo e papel inutilmente nosso regulamento tivesse apenas uma norma: "fica proibida qualquer ação danosa ao prédio ou aos seus moradores, exceto nos casos em que o praticante tenha uma justificativa plausível para não ter se portado de maneira adequada". Pelo visto tudo seria burlado desde que se apresentasse uma "explicação comovente".

Eleições 2018: ou nós, ou eles!


Hiago Rebello

Pense em sua vizinhança, nas pessoas que conhecia perto de sua casa, em seu bairro, em sua rua, ou quem sabe até mesmo em sua antiga escola ou faculdade. Pense no ambiente em que brincou e nos lugares a que ia, nos campos de futebol, nas praças, nas ruas.

Esse ambiente, essas pessoas, esses laços importantes que construíram nossas vidas, contatos e personalidades, para muitas pessoas não existem mais. Para muitos, até suas casas foram violadas, então nem o ambiente em que jogavam videogames ou assistiam à televisão é mais seguro ou retém memórias que não serão negativas. Seu ambiente sagrado de sua infância foi destruído, sua liberdade de ir e vir foi controlada, mas não por qualquer poder estatal: foi controlada pelo crime, pelo poder de homens armados que não têm pudor em estuprar, torturar e matar. Sua vida, os lugares que têm seu carinho e amor, foram postos abaixo por sujeitos que podem te eliminar, enclausurar, que podem te roubar, molestar.

Agora, imagine esses criminosos, com todo esse controle, decidindo o que é certo e o que é errado em sua comunidade, e sem nenhuma punição. Pense nesses crápulas mandando e desmandando em você, em seus filhos, em seus parentes, conhecidos e amigos – conceba-os mandando até mesmo na polícia!

O poder que detêm é o poder de resolver até mesmo disputas e problemas internos de onde você mora. Ali, por conta de seus fuzis, eles são a lei. A força é a pena que possuem; seus gatilhos são a diplomacia e a droga que vendem para seus sobrinhos e primos mais novos é o poder econômico que você nunca terá.

Mas para que imaginar isso? Não é improvável que você, leitor, viva ou tenha vivido isso; não é difícil imaginar que uma boa quantidade dos meus leitores, ao menos, já tenha presenciado isso na vida de outras pessoas, ou até mesmo em uma localidade próxima de onde vivem. De fato, posso até fazer a pergunta: quantas pessoas conhecidas suas morreram por causa desse cenário? O que você já perdeu ou sabe que vai perder?

Os criminosos só governam bairros ou regiões inteiras por um único motivo: tiveram o aval para isso – e não apenas o aval de um sistema jurídico incompetente, uma constituição imbecil e uma polícia corrupta: a permissão foi dada pelos governos.

Tudo isso que você já viu alguém perder ou já perdeu só ocorreu porque certas pessoas erradas, mas nos lugares certos para fazer esse mal, tiveram o poder em suas mãos. Bandidos mandam e desmandam onde você cresceu, morou ou mora por esse motivo. Drogas são vendidas nas ruas onde você brincava; uma esquina onde gostava de passar tempo e conversar com seus amigos virou uma boca de fumo; no seu antigo campo de futebol agora jogam traficantes e seus filhos, jogam pessoas que vão influenciar os filhos que você pode estar criando agora, podem influenciar seus netos, sobrinhos e enteados – podem? Não, não podem, vão influenciar. Seu filho pode provar cocaína durante a adolescência e talvez você não possa fazer nada a respeito.

Porque o #EleNão é ineficaz contra Jair Bolsonaro


Luan Sperandio

Algumas mulheres criaram a hashtag #EleNão para repudiar eleitoralmente Jair Bolsonaro na corrida ao Palácio do Planalto. A ideia é difundir que o presidenciável é machista, homofóbico e racista, além de atentar contra a democracia, sendo, portanto, indigno, de merecer o voto dos eleitores. Estão marcadas, ainda, manifestações de rua do movimento por todo o país no dia 29 de setembro.

Como toda forma de expressão que não infrinja o direito de terceiros, trata-se de um movimento legítimo. Contudo, sem fazer juízo de valor sobre o candidato em questão, é possível afirmar que o #EleNão fracassará em atingir os seus objetivos.

Essa estratégia de desconstruir Jair por suas opiniões e posturas diante de minorias é uma tática que já vem sendo utilizada por veículos de comunicação e adversários políticos desde 2011. E, paradoxalmente, trata-se de um dos fatores responsáveis pela ascensão do deputadoboa parte do público o enxerga como uma vítima de ataques desproporcionais e fica anestesiada com eventuais críticas legítimas e robustas a que ele está sujeito, como figura política que é.

Os argumentos que sustentam o #EleNão se embasam em restrições morais, mas que politicamente não se sustentam. Quando se critica o voto em determinado candidato em uma eleição, analisá-lo é apenas parte da tarefa; compará-lo aos outros presidenciáveis, a outra. Não fazê-lo é incorrer no mesmo equívoco da reportagem da The Economist sobre Bolsonaro: o de não verificar todo o contexto presente na eleição – e que influencia na decisão do eleitor.

[Discos pedidos] Rachid Taha (Província de Muaskar, Argélia, 18 de setembro de 1958 – Paris, 12 de setembro de 2018)



[Pensando alto] O segredo da confraria dos últimos e os homens que se negam a morrer

Pedro Frederico Caldas

Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem, lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracterize – Boaventura de Souza Santos

Primeiro de setembro do ano de 2050. Noé Trajano de Castro terminara o desjejum: dois ovos, carne de sol frita em cubos, farofa de bacon e cebola queimada, macaxera, café preto, tudo após coalhada de leite cru com duas colheres de sopa de rapadura moída, não sem antes descer goela abaixo uma talagada de infusão de cachaça, folhas e raízes, chamada “pratudo” ou “pau-de-resposta”. Debaixo de sete capas, refestelara-se nessas iguarias, numa verdadeira ruptura de ter que comer tofu com iogurte, leite desnatado, café adoçado com planta natural e hambúrguer de soja. Na verdade, acabara de violar regras de saúde e higiene pública, baixadas pela Secretaria Nacional do Bem Viver, comandada por um tal de Dr. D. Varela, órgão que martelava dia e noite, nos meios de comunicação e nas escolas, as “regras impositivas do bom viver”.

Como fazia a cada dia primeiro do mês, ligou o computador e goolgou “The Resistence, Tuscaloosa, Alabama, USA”. Aberto o website do jornal, acessou a coluna de efemérides, correu os olhos, e lá estava a tão esperada notícia: “Mark´s party was in IX.XVI.MCMLXX” (A Festa de Mark foi em...). Passada do algarismo romano para o arábico, a data era 9.16.1970. Como o jornal era escrito em inglês, sabia que os dois primeiros números eram o mês, os segundos, o dia, e os demais, o ano. Feita a devida conversão, a data era 16.9.1970. Pelas instruções já recebidas, deveria desprezar o ano. Assim o importante era que em 16. 9 deveria procurar, no mesmo jornal, uma propaganda de bathrobe (roupão de banho).

Transcorridos os quinze dias, conferiu o caderno de propaganda do The Resistence. Olhou uma, duas, três vezes, quando viu, quase no fim da página, à direita, o discreto anúncio “Sale bathrobe any size. We also have size 26-37-45n x 70-53-1w” (“Venda de roupão de banho de qualquer tamanho. Temos também o tamanho 26-37-45 X 70-73-1”). Os números deviam ser lidos 26º 37´ 45´´ N, 70º 53´1´´W. Sabia que se tratava de uma coordenada geográfica, portanto significava 26 graus, 37 minutos e 45 segundos de latitude Norte e 70 graus, 53 minutos e 1 segundo de longitude Oeste.

As mensagens não acabavam aí. Mais quinze dias e deveria olhar a coluna de eventos sociais do mesmo jornal. Feito isso, lá estava “Jack´s 50º birthday will be celebrated on November the first, 2050. All friends must be present” (A festa de 50 anos de Mark será celebrada em primeiro de novembro de 2050. Todos os amigos devem estar presentes.).

Pronto, já tinha todos os elementos em mãos para o grande evento. Finalmente tinha a tão esperada informação. A “festa” seria no dia primeiro de novembro daquele ano de 2050. Estava instruído a chegar, para não chamar a atenção, com prolongada estada, no dia do evento pela manhã. Restava conferir as coordenadas geográficas para saber o lugar do evento.

Carreatas no sábado, manifestações no domingo

No sábado, 29 de setembro, carreatas na Barra da Tijuca, Bangu, em São Paulo...


E no domingo, a MEGA Manifestação na Avenida Paulista:


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Tanto faz, logo se vê, que se lixe…

José Manuel Fernandes

Dizem que é um modo de governar, e é o modo de Costa: baseia-se no "logo se vê". No "tanto faz". É esse o segredo da sua habilidade. Mas é também o veneno que está a dar cabo da Administração Pública.


Lisboa, Hospital de Santa Maria, setembro de 2018. Uma jovem levada para a urgência pelos bombeiros depois de um acidente de viação e de uma perda de consciência, com suspeita de traumatismo craniano, está três horas à espera para ser vista por um médico. Porque só há um médico nessa urgência para todos os doentes traumatizados. Porque esse médico anda a empurrar macas de doentes que chegaram não acompanhados pois não estão lá auxiliares para o fazerem.

A história é pública porque a mãe da jovem é jornalista e escreveu uma carta aberta ao ministro. Mas a história não é única, porventura nem será incomum. Recentemente, num outro hospital central de Lisboa, também depois de um acidente de viação, uma idosa esteve longas, longuíssimas horas à espera que lhe fizessem exames urgentes. Como é que eu sei que os exames eram urgentes? Porque estava acompanhada por duas filhas médicas – e médicas do SNS – a cujos apelos ninguém ligava. Pior: quando desesperadas começaram a tratar de transferir a mãe para um hospital privado (porque podiam fazê-lo, a esmagadora maioria dos portugueses não pode), começaram a ser tratadas com desdém.

É difícil explicar como se chega a este ponto no país onde tudo corre bem, onde temos os melhores profissionais do mundo em tudo e onde histórias como estas são sempre tratadas como episódios apresentados fora de contexto. Mas não são. No hospital público de uma daquelas médicas – um dos mais importantes da Grande Lisboa – há muitas macas nos corredores da urgência, e ao mesmo tempo muitas camas sem utilização em salas fechadas por falta de recursos humanos. Todos sabem que é assim, todos sabem que o ministro sabe, todos sabem que mesmo assim nada acontece.

E se é assim, se eles sabem e nada fazem, se tanto faz, até onde vai o seu brio profissional, a sua capacidade esforço, a sua dedicação? Se um dia eu, médico, tenho de andar a empurrar macas em vez de estar a ver doentes que esperam há horas, será que depois prolongo um pouco mais o meu horário sem qualquer compensação? Ou faço como no outro hospital, espero que alguém desista e vá tratar-se a um privado?