Pense em sua vizinhança, nas pessoas que
conhecia perto de sua casa, em seu bairro, em sua rua, ou quem sabe até mesmo
em sua antiga escola ou faculdade. Pense no ambiente em que brincou e nos
lugares a que ia, nos campos de futebol, nas praças, nas ruas.
Esse ambiente, essas pessoas,
esses laços importantes que construíram nossas vidas, contatos e
personalidades, para muitas pessoas não existem mais. Para muitos, até suas
casas foram violadas, então nem o ambiente em que jogavam videogames ou
assistiam à televisão é mais seguro ou retém memórias que não serão negativas.
Seu ambiente sagrado de sua infância foi destruído, sua liberdade de ir e vir
foi controlada, mas não por qualquer poder estatal: foi controlada pelo crime,
pelo poder de homens armados que não têm pudor em estuprar, torturar e matar.
Sua vida, os lugares que têm seu carinho e amor, foram postos abaixo por
sujeitos que podem te eliminar, enclausurar, que podem te roubar, molestar.
Agora, imagine esses
criminosos, com todo esse controle, decidindo o que é certo e o que é errado em
sua comunidade, e sem nenhuma punição. Pense nesses crápulas
mandando e desmandando em você, em seus filhos, em seus parentes, conhecidos e
amigos – conceba-os mandando até mesmo na polícia!
O poder que detêm é o poder de
resolver até mesmo disputas e problemas internos de onde você mora. Ali, por
conta de seus fuzis, eles são a lei. A força é a pena que possuem; seus
gatilhos são a diplomacia e a droga que vendem para seus sobrinhos e primos
mais novos é o poder econômico que você nunca terá.
Mas para que imaginar isso?
Não é improvável que você, leitor, viva ou tenha vivido isso; não é difícil
imaginar que uma boa quantidade dos meus leitores, ao menos, já
tenha presenciado isso na vida de outras pessoas, ou até mesmo em uma
localidade próxima de onde vivem. De fato, posso até fazer a pergunta: quantas
pessoas conhecidas suas morreram por causa desse cenário? O que você já
perdeu ou sabe que vai perder?
Os criminosos só governam
bairros ou regiões inteiras por um único motivo: tiveram o aval para
isso – e não apenas o aval de um sistema jurídico incompetente, uma
constituição imbecil e uma polícia corrupta: a permissão foi dada pelos
governos.
Tudo isso que você
já viu alguém perder ou já perdeu só ocorreu porque certas pessoas erradas, mas
nos lugares certos para fazer esse mal, tiveram o poder em suas mãos. Bandidos
mandam e desmandam onde você cresceu, morou ou mora por esse motivo. Drogas são
vendidas nas ruas onde você brincava; uma esquina onde gostava de passar tempo
e conversar com seus amigos virou uma boca de fumo; no seu antigo campo de
futebol agora jogam traficantes e seus filhos, jogam pessoas que vão
influenciar os filhos que você pode estar criando agora, podem influenciar seus
netos, sobrinhos e enteados – podem? Não, não podem, vão
influenciar. Seu filho pode provar cocaína durante a adolescência e talvez você
não possa fazer nada a respeito.
Você é cuspido na cara diariamente. Um cuspe do traficante, outro do político. Não pense, porém, que as cuspidas param por aí. A classe universitária também cospe em você. Para eles, criminosos em geral e traficantes só fazem o que fazem por conta da abstração ridícula do que chamam de “culpa social”. Eles não são os últimos e primeiros culpados, mas sim a sociedade, o sistema, ou seja, você, no final nas contas; seu estilo de vida, o modo como enxerga o mundo, suas noções de certo e errado, suas crenças. Tudo isso é posto abaixo dentro de uma gama enorme de estudos de ciências humanas. Um cuspe tem o cheiro de maconha, do tráfico; outro tem cheiro de caviar, do político; o último tem cheiro do café vendido nos blocos de uma universidade qualquer.
A sociedade opressora, no
entanto, é a que sofre com os crimes dos oprimidos que insistem em assaltá-la.
Os pobres oprimidos não cansam de invadir casas, sequestrar, matar, traficar
armas e drogas, trocar tiros uns com os outros e cometer um “estuprinho” de vez
em quando (parcialmente financiado pelas drogas que feministas consomem nas
universidades) – mas o culpado, o monstro, é o que chamam de “sociedade”.
Mas a verdade é que essa
sociedade é a verdadeira dilacerada e traumatizada pelo crime. Ela muda seu
padrão de moral, muda sua conduta, se adapta ao banditismo, ao poder de governo
local do tráfico. O traficante assume o papel de promotor, juiz, jure,
prefeito, governador e presidente. Ele tem o moral para isso.
Mas eis que, em 2018, chegam
as eleições, e, com elas, a reação em massa do povo sofredor, dos oprimidos de
verdade, aqueles que não são agraciados pelas teses filhas de Paulo Freire,
Foucault, Bourdieu, Marcouse, Derrida e Deleuze. Chega a tradução da realidade
dura, nua e crua que cada brasileiro normal vive, quando não é drenado pelo
ambiente riquinho de certas cidades, ou quando seu cérebro não foi impedido de
ver o óbvio, dentro de algum curso de humanas. O povo grita por justiça, o
verdadeiro povo implora para que se parem essas cuspidas que recebe diariamente
– e o povo já escolheu seu candidato.
Um candidato que conseguiu
condensar todo o patriotismo existente da nação; alguém que foi
quase morto pelo em que acreditava e, com isso, passou pelo que muitos já
passaram e a que muitos não conseguiram sobreviver para contar a história;
alguém que trouxe esperança real, concreta; um sujeito que levará a ordem para
dentro do inferno brasileiro, paz para dentro de comunidades assoladas pelo
crime. Jair Bolsonaro chegou como um trator contra quase tudo que há de errado
em nosso país.
Entre alguém que defende a
polícia e as forças armadas para manter a ordem e outros que, em nome do
sentimentalismo romântico e infantil da “não-violência”, preferem usar palavras
soltas e vazias como “democracia”, “diálogo”, para tentar solucionar um
problema que só pode ser solucionado na base da força; a razão, a honestidade,
a justiça, demandam que não tenhamos a ousadia e a burrice de
escolher outro que não acabe com esse mal na nação.
Ou é Jair Bolsonaro, ou é o
caos, a violência; ou é o capitão do exército, ou são amantes de ditaduras no
poder; ou é o esfaqueado, ou é o esfaqueador; ou é o bruto que odeia o crime,
ou são aqueles que fazem vista grossa para criminosos; ou é alguém que defende
a propriedade privada, ou aqueles que querem invadi-la de acordo com suas agendas
ideológicas; ou é o candidato honesto, ou aquele que promete soltar um bandido
da cadeia e que quer ser o fantoche dele. Ou nós, ou eles.
Escolha, caro leitor.
Título, Imagem e Texto: Hiago Rebello, Instituto Liberal, 25-9-2018
Graduando em História,
Licenciatura, pela Universidade Federal Fluminense, colunista do Instituto
Liberal.
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Candidatos incompetentes até para cargo de síndico e infinitamente menos competentes para presidente de um país possuidor de território gigantesco e problemas sociais gravíssimos.
ResponderExcluirO único problema SOCIAL DO BRASIL É A CORRUPÇÃO.
ResponderExcluirVocê fala de cima de uma situação de vida confortável. Seria bom perceber a realidade além do próprio umbigo.
ExcluirNo brasil existe uma tendência ,totalmente absurda , mas que faz parte da cultura!
ResponderExcluirDireita é ideologia de rico e esquerda de pobre , com as execessões que toda regra se permite!
Salvo uns ativistas de um lado e de outro!
Quando a realidade é que a maioria da população sequer sabe o que esquerda ou direita,politicamente falando!
E vota pelo simpático ou antipático sem analizar competência ou preparação , e quanto a ideologia (isto existe no Brasil?) não influi em nada para a massa .
paizote