Quando um dia uma ocorrência
trágica acontece (por culpa da administração pública é pior) provocando a morte
de várias pessoas, as autoridades governamentais aparecem em público para
afirmar que serão realizadas investigações para punir os responsáveis e que
medidas rígidas serão adotadas para que fatos deste tipo não se repitam.
Passados algumas semanas ou meses, nada acontece e tudo se esquece. A
irregularidade se eterniza, pois a fiscalização continua arcaica, omissa e
subornável. Os autores dos trágicos eventos continuam atuantes e na pior das
hipóteses, trocam de sigla, de ramo ou de cidade.
Dentre as ocorrências trágicas
que tiveram manchetes em larga escala em passado não tão remoto, podemos citar:
1) Naufrágio do Bateau Mouche. Depois dele, centenas de embarcações
já afundaram pela costa marítima e rios do Brasil. Como morreram cinco de cada
vez e não existiam artistas no meio, tiveram no máximo duas linhas em algum
jornal que precisava fechar uma página.
2) Incêndio do edifício Joelma [imagem] e do Serrador. Depois deles, dezenas
já queimaram sem muito alarde. E milhares de outros estão prontos para um
criminoso churrasco humano, tal a situação precária de segurança em seus
interiores.
3) Morte de idosos na casa de idosos Santa Genoveva. Todo mês, pelo
imenso território brasileiro, morrem dois a cinco idosos nestas espeluncas por
negligência de seus dirigentes, que são eficientes para cobrar as mensalidades
dos familiares, mas não concedem um mínimo de dignidade aos que precisam de
apoio.
4) Falsificação de medicamentos em geral. Após o alarde feito pela
imprensa (até para desviar a atenção de algum escândalo na corte), os
laboratórios permanecem pomposos alterando rótulos e embalagens para terem
motivos que justifiquem os aumentos inexplicáveis acima da inflação.
Em qualquer ramo da sociedade
que se investigar por quinze minutos, encontraremos falhas primárias que
colocam nossas vidas em risco. E não encontraremos nenhum processo para
correção destas anormalidades que, na maioria das vezes, têm um executivo,
legislador ou parentes destes. E as autoridades da vez, nas quais votamos por
negligência cívica para contornar estes transtornos, se prevalecem dos cargos
para o enriquecimento ilícito em velocidade indisfarçável.
Sob o manto da impunidade
regular alicerçada em magistrados que usam canetas de forma suspeita, escudados
em parágrafos mal descritos e criminosamente mantidos no texto da lei (?) para
reutilização futura.
E nós continuamos votando
neles. Além das urnas viciadas, o assunto da moda, onde a cada dia surgem novos
fatos que demonstram o rumo que estão tentando definir para os futuros pleitos.
Texto: Haroldo P. Barboza, Rio de Janeiro, 30-9-2018
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