Aparecido Raimundo de Souza
HOJE, especialmente no “Dia das Mães”, meu coração se enche de saudade e
amor ao lembrar de você. Sua presença, mesmo que não física, continua viva em
cada memória, em cada gesto de carinho e em cada ensinamento que você me
deixou. A falta que sinto não é ausência, mas sim um espaço preenchido pelas
lembranças dos momentos que compartilhamos juntos. Você foi o meu porto seguro,
num mar tenebroso, a minha inspiração mais solidificada, e a luz-guia que
clareou meus passos. Ainda agora, sinto as suas risadas, me vejo cativo em seus
abraços, e a sua voz cheia de mansidão são tesouros que guardo com carinho num
lugarzinho que só eu sei onde fica dentro de mim.
Neste dia especial, (e não só nele), em todos os demais enquanto eu
viver, quero homenagear você. Venerar a sua presença em mim, não apenas pelo
que você representou em vida, mas também pelo impacto eterno que deixou na
minha alma. Aprendi, embora tardiamente, que a saudade é o reflexo de um amor
que nunca se apaga. E por não se extinguir, a cada minuto se renova, se
multiplica e se agiganta dentro de meu corpo. Hoje, no seu dia especial, a
minha saudade dorida fala mais alto, e “meu todo por dentro” se agiganta, se
enche de memórias suas. Uma das lembranças mais queridas que carrego é de você
na varanda do apartamento, esperando pacientemente quando eu me despedia para
ir embora.
Você não arredava o pé até que eu pegasse o ônibus. Era como se, ao ficar
ali, você quisesse garantir que eu estivesse seguro, que eu soubesse que você
estava olhando por mim, mesmo à distância. Esse simples gesto dizia mais do que
palavras poderiam expressar. Ele traduzia todo o seu amor, cuidado e a conexão
única que compartilhávamos. Agora, quando passo por ali, em frente ao prédio
onde você morava, seja a pé, de carro ou de ônibus, espio compridamente saudoso
para o alto e busco a varanda. Meu Deus, você não está mais lá... mas perceba,
mãe, ao passar, e só olhar, eu lhe vejo sorrindo, me dando acenos de adeus e me
mandando beijos.