sexta-feira, 11 de julho de 2025

Oeste está no ar!

O confronto entre os EUA e o Brasil, o verdadeiro gabinete do ódio, a radicalização das milícias digitais e o fracasso da reunião do Brics estão entre os destaques desta edição


No esforço para atender aos desejos de regimes ditatoriais companheiros e, sobretudo, na tentativa desesperada de reverter o declínio do PT, de seu governo e dele próprio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu bater de frente com Donald Trump. Nunca um mandatário brasileiro havia confrontado o presidente da maior democracia do mundo e um dos principais parceiros comerciais do país. Se a estratégia para ganhar visibilidade renderá dividendos políticos, só o tempo dirá, mas a investida do bravateiro contumaz colocou o Brasil na mira de Trump.   

“Pela primeira vez na história deste país, o presidente dos Estados Unidos da América chamou a atenção do mundo para um problema que avança no Brasil: a ditadura disfarçada do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como representante à frente do governo o petista Lula da Silva, disposto a atrapalhar o Ocidente”, afirma Silvio Navarro.   

Além de impor uma taxação de 50% aos nossos produtos, Trump classificou como “caça às bruxas” a perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro e declarou que está de olho no que acontece por aqui. E está de olho mesmo, conforme escreve Ana Paula Henkel, que assina, junto com Navarro, a reportagem de capa desta edição.

Internamente, o desespero para salvar o petismo da derrocada levou à retomada, de modo ainda mais radical, do falso e perigoso dilema “pobres x ricos”. Conforme lembra J. R. Guzzo, “num país onde o Estado não consegue garantir a vida dos cidadãos, e no qual os índices de violência estão entre os piores do mundo, atiçar hostilidades e jogar deliberadamente uns contra os outros é um convite aberto para o crime político”.   

Trata-se de uma falsa dicotomia, afinal, “o PT adora bilionários! E, vale notar, vários bilionários adoram o petismo”, diz Rodrigo Constantino. A hostilidade é amplificada pela investida, desta vez sem freios, da verdadeira milícia digital, que sempre foi a da esquerda, como relata Rachel Díaz. O reforço dos guerrilheiros de internet não torna menos difícil conduzir o PT neste momento, encargo que caiu no colo de Edinho Silva, confirmando a predileção de Lula por perdedores, conta Anderson Scardoelli

Carlo Cauti escreve sobre a fracassada cúpula do Brics, que ele define como um “clube dos Estados canalhas”. Guilherme Fiuza pergunta: “Se era para fazer uma reunião ‘esvaziada’, por que os países membros do Brics não se falaram por e-mail?”. Tiago Pavinatto narra sua experiência no Gilmarpalooza, um “luxuoso festival de mentiras sobre o Estado de Direito no Brasil”. Dois eventos emblemáticos do momento que o Brasil atravessa e da falta de noção de seus governantes. 

Boa leitura.

Branca Nunes, Diretora de Redação, Revista Oeste, 11-7-2025

Um comentário:

  1. Curioso. No governo Bolsonaro (no período em que fui Chanceler), a cada questão envolvendo a China, a cada tentativa chinesa de determinar os rumos do Brasil, que nós repelíamos, a esquerda, o centrão, a mídia, parlamentares do agro, alto empresariado e agentes do sistema dentro do próprio governo exigiam que nos curvássemos até o chão e beijássemos os pés da China para evitar restrições comerciais. Nunca me curvei. Hoje, diante das tarifas americanas, os mesmos atores batem no peito, proclamam em verde e amarelo que não podemos ceder diante de Trump, e exigem a defesa da “soberania”. Como se explica essa contradição? Fácil: não é sobre soberania. A influência chinesa reforça o poder das elites políticas corruptas que mandam no país, e por isso será sempre por elas muito bem vinda. A influência americana - principalmente com Trump - tende a enfraquecer esse esquema corrupto e por isso é combatida.

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