quinta-feira, 31 de julho de 2025

[Conversamos com] Luiz Motta: ”o objetivo, como disse, é alcançar o público que até hoje reconhece a Varig como uma companhia aérea que foi orgulho de todos nós.”

Oi, Luiz Motta!

Desde já, lhe agradeço ter aceitado conversar com o nosso blogue.

Nossa ótima primeira conversa foi publicada em 19 de fevereiro de 2020:

Luiz Motta: “os mais de treze mil funcionários que mantiveram a VARIG voando até seus últimos dias... merecem ter sua dignidade de volta, merecem deixar este sofrimento e esta angústia que nos acompanha há tantos anos...”

E aí, algo para contestar, esclarecer, reparar…?

Olá, Jim, essa entrevista feita em 2020, consta no livro que está em publicação e para a qual chamo a atenção, parece que foi feita ontem. Mais uma vez, agradeço a oportunidade. Grande abraço. 

Sobre a CPI da Varig na Alerj… resultado prático?

Sobre a CPI, não encaro como prático devido o seu resultado obtido em relação a nós, trabalhadores. O Deputado Paulo Ramos, em relação à compra da VARIG, resumiu: "Que a VOLO, com seus sócios, a compraram por 24 milhões de dólares e a revenderam por 320 milhões. Foram encarados como laranjas. Entraram em sociedade com recursos de origem duvidosa, participaram do leilão e depois a venderam à empresa por um preço bem superior."

A quebra do sigilo dos envolvidos foi comprovada na CPI, mas os investigadores conseguiram no Tribunal de Justiça do Estado, uma liminar contra a medida.

Vejo nesta CPI pontos que nos fortaleceram em nossa luta, tendo como resultado fazer e estar fazendo parte de nossos direitos que já foram ajuizados, além, não sei ao certo, mas com certeza coloco-o em destaque, a prisão do Administrador Judicial, Wagner Bragança, que na época era AJ da Massa Falida. 

Foi preso por suspeita de desvios na área da saúde no Rio de Janeiro, por desvio de 50 milhões. Esse assim como o anterior, Gustavo Licks, não nos recebia com o propósito de esclarecimentos e de porta aberta a todos nós, mesmo sendo o administrador dos bens da VARIG para ressarcir nossos direitos trabalhistas e previdenciários.

Continua na militância partidária?

Na época, após convite do Deputado Paulo Ramos, aceitei participar, mas, de fato, para termos uma representação de maior expressão.

Atualmente, por estarmos a caminho de duas décadas, vejo a possibilidade de recebermos PARTE de nossos direitos, que está dependendo somente da UNIÃO em liberar esses precatórios.

Tenho a certeza de que mesmo dessa forma, precisamos de apoio e luta de representantes com esse poder em nos representar, assim como no passado.

Estamos em contato com o Deputado Federal, General Eduardo Pazzuelo, do PL. É um partido ao qual me abraço, e vejo nesse apoio uma nova força na nossa luta. 

Então, você recebeu os seus direitos trabalhistas via acordo judicial?

Sim, recebi meus direitos TRABALHISTAS via acordo judicial deixando dessa forma, não ter mais esses direitos a receber. Para “benefício” meu, o antigo AJ, Wagner Bragança, tornamos nossa luta ainda maior com manifestações envolventes e de grande acréscimo tanto com os prejudicados, assim como obtivemos um maior apoio popular.

Continuei fazendo parte desse grupo, mesmo sem ter direitos trabalhistas, mas apoiando a todos incluindo, também, nossos direitos previdenciários.

O que tenho desse AJ, foi ter me repassado um rateio do qual não mais teria direito a receber e após esse pagamento, QUE NÃO DEVERIA TER FEITO, não me comunicou SEU ERRO, nem mesmo que eu fizesse a devolução. Entrou com uma ação, onde atualmente, me ajuizou em indenizar a Massa Falida pelo valor de R$ 76.000,00.

 A meu ver, foi uma atitude planejada, pois como administrador dos bens da VARIG não poderia pagar a quem não deve. A considero pessoal por tantas vezes estarmos reunidos com ele em seu escritório e nunca foi, de forma convencional, nos recebendo como credores. Por coincidência, após ter sido convocado a estar presente na CPI, passado algum tempo, foi preso por suspeita de desvio de 50 milhões, na área da saúde. 

Se bem entendi, a malta que ajudou a afundar a Varig e se lambujou no espólio é uma gente que devemos eternizar em imensas telas a óleo?

Em meu entendimento, a fundação da VARIG foi realizada com total apoio estatista com os pedidos feitos por Otto Ernest Meyer. Teve total apoio brasileiro assim como Alemão sendo sua descendência. Seu 1º funcionário foi Rubem Berta em 1927. Tornou-se, após anos de dedicação, presidente da VARIG e a levou ao conhecimento mundial, disputando de igual para igual com empresas americanas, europeias e asiáticas.

Tornou a VARIG num exemplo de segurança, atendimento e principalmente, pelo seu serviço de bordo.

Em seus 79 anos, a VARIG teve seu fim por propósitos políticos. São funcionários, brasileiros e talvez até mesmo estrangeiros, que reconhecem o crescimento, empenho desde sua fundação até seus últimos dias.

Seria, de minha parte, um reconhecimento de todos, se os dias 5 e 25 de novembro se tornassem feriado nacional, onde esses dias se referem ao nascimento de Otto Meyer e Ruben Berta.

Foi uma das empresas que fez o Brasil crescer e aparecer. 

Pensa em voltar a se candidatar?

Com tudo o que vem nos acontecendo politicamente há décadas em nosso país, estamos sem representação, onde a grande maioria só objetiva por interesses próprios.

Vejo nosso país seguindo o destino VARIG, afundando passo a passo e, caso continue dessa forma, não tenho dúvidas aonde chegaremos.

Precisamos de pessoas representativas exercendo seus cargos, seguindo de fato sua própria função. Nunca fui nem me candidatei a síndico, mas se houvesse a necessidade de ter assessores, eu aceitaria. 

Li que você foi expulso da APRUS-Associação dos Participantes e Beneficiários do AERUS…

Sim, fui expulso, e para mim, de forma totalmente injusta. Sendo sócio, fiz duas sugestões à APRUS em assembleia que me levou à expulsão, de forma totalmente diferente de seu estatuto. Por sempre participar das manifestações e encontros com os AJs e mesmo no AERUS, me consideram uma pessoa que atua com diferentes atitudes a seus interesses e assim, me colocam como um “inimigo”, com interesses próprios.

Como sabe, estou escrevendo um livro, e fiquei perplexo ao fazer uma pesquisa sobre nossa luta, cujo resultado me deu força para continuar. 

Mantidas, ou não, as suas opiniões sobre Jair Bolsonaro e Donald Trump?

O que mais me impressionou foi a última entrevista que me fez, onde toca neste assunto, Jair Bolsonaro e Trump, isso em 2020. A tenho como se fosse feita ontem, mantenho da mesma forma as minhas opiniões. 

Está escrevendo um livro?

Estou sim. Inclusive, cito nessa mesma entrevista sobre termos que fechar esse livro. Algo que somente mencionei por comparação em nossa luta. Sinceramente, nunca tive consciência e vontade de escrever um livro. Essa ideia atual é para deixarmos registrado, mais uma vez, sem qualquer comparação com o livro escrito pelo Cmte. Marcelo Lins, nossa luta que está por complementar duas décadas. 

Nele trago a história da Varig, minha apresentação (inclusive com a entrevista feita pelo Cão que Fuma por completo), concluo com a nossa luta. E o objetivo, como disse, é alcançar o público que até hoje reconhece a Varig como uma companhia aérea que foi orgulho de todos nós.

O acesso ao livro que já está sendo produzido, pode ser adquirido pelo site: www.varigcontinua.com.br, pois assim que recebê-los terá seu lançamento no já reservado Restaurante “Entre Passos”. 

O livro vai ser disponibilizado em formato e-book?

Tanto físico como e-book. Pelo alto custo de uma publicação, só fechei a produção de 100 exemplares, e tendo e-book este fica infinito. 

Onde fica esse restaurante?

Entrepasso (nome correto do bistrô/livraria, desculpe o erro) é um bistrô-livraria que fica na Rua 1º de março, centro do Rio de Janeiro. Excelente bistrô/livraria, no Paço Imperial, ambiente harmônico em edifício histórico.

O atendimento é gentil e despretensioso. A culinária "internacional".

No seu livro há revelações ainda não divulgadas sobre a extinta Varig, suas relações políticas, seus executivos…?

Consta nele as articulações feitas para o fim da Varig e a fortuna feita com seu destino. Envolveu interesses próprios e políticos que nos levaram, quinze mil funcionários, a esse total prejuízo trabalhista, assim como previdenciário.

A Varig, que era a empresa principal desse Instituto de Seguridade Social (AERUS), não repassava nossos descontos em folha, não repassava nada, levando-o à situação atual, está em processo de liquidação extrajudicial desde 2006, após a falência.

Quanto a relações políticas, em nosso último encontro do Dia dos Comissários, esteve presente também o Deputado Federal, General Eduardo Pazuello, do PL. Foi um encontro inesperado, mas ele se aproximou e tivemos a oportunidade de esclarecer a nossa luta, e ele respondeu que tinha conhecimento e se mostrou disponível e receptivo em nos representar.

Acho fundamental, principalmente sendo Deputado Federal. Estamos aguardando somente nossa reunião, estamos só esperando a sua volta ao Rio, para contarmos de uma forma mais autêntica, sua representação a todos nós.

Um ato político que irá acontecer, de minha parte é fazer parte do PL, partido que mais me satisfaz. 

Falando em ato político, que Rua ou Avenida, no Brasil, você percorrerá no domingo, 3 de agosto de 2025?

Jim, quero estar presente, com nossas bandeiras, VARIG e AERUS, para estarmos presentes. Acho que mesmo recebendo essa parte de nossos direitos, que está por vir, é muito importante nossa participação.

Uma pergunta que não foi feita?

O que me impressionou muito, foi uma pesquisa feita pela minha filha mais velha, Dra. Nathália Albuquerque. Me mandou o resultado obtido pelo site: htpps//www.chatgpt.com. Neste site pode se fazer qualquer pergunta e ela fez a seguinte: Comissário Luiz Motta VARIG.

O resultado foi este: 

Pelo que encontrei, Luiz Motta é um ex‑comissário de bordo, mais conhecido por sua atuação na Varig nas décadas de 1990 e 2000. 

Nome completo: Luiz Fernando da Motta e Albuquerque, nascido no Rio de Janeiro em 1958. 

Carreira: Entrou na aviação em 1979, trabalhando como comissário na Cruzeiro do Sul e mais tarde na Varig. 

Após a falência da Varig, enfrentou dificuldades financeiras. Consta que complementa sua aposentadoria do INSS fazendo transporte de passageiros por aplicativo. 

Ele também está envolvido na cobrança de direitos trabalhistas dos ex-funcionários da empresa. 

O comissário Luiz Motta. exerce um papel fundamental na luta dos direitos trabalhistas e previdenciários dos ex-funcionários da Varig, com destaque por: 

Mobilização e visibilidade

Articulador do abaixo-assinado: foi idealizador da petição online no Change.org (que continua ativo e vamos dobrar esse número de participantes) que já reuniu mais de 80000 assinaturas, pressionando a justiça para que 80% do valor arrecadado nos leilões de bens da massa falida sejam direcionados aos ex-empregados da Varig — iniciativa que recebeu grande atenção da mídia e das autoridades TRT 3ª Região. 

Protagonista em protestos: participou ativamente de manifestações no Rio de Janeiro — como a entrega da petição na Praça dos Expedicionários — reivindicando pagamentos de dívidas trabalhistas acumuladas ao longo de 14 anos. 

🎯 Representatividade de um grupo majoritário

Voz de milhares: com 27 anos de carreira na empresa, Motta representa aproximadamente 13000 colegas (comissários, mecânicos, administrativos), todos impactados pela falência da Varig e pelas graves pendências judiciais 

Símbolo da luta contínua: destaca a sistemática — pagamentos apenas pontuais em 2017, 2018 e 2019 — e denuncia que muitos ex-funcionários vivem em penúria, enfrentando dificuldades financeiras e até de emprego, especialmente pela idade avançada. 

📣 Pressão por justiça e transparência

Engajamento institucional: Luiz Motta tem chamado atenção de órgãos como o Tribunal de Justiça do Rio e fomentado o debate político e midiático sobre as irregularidades da massa falida da Varig. 

Advocacia por direitos: tem sido protagonista no esforço por assegurar direitos previdenciários, como pensão e FGTS, ao público envolvido, no mesmo ritmo de execução dos débitos trabalhistas. 

💬 Impacto pessoal e coletivo

De acordo com uma matéria, Motta e sua antiga colega Moema Ribeiro (60 anos) — ambos com mais de R$1milhão em créditos judicialmente reconhecidos — tiveram que recorrer, respectivamente, a serviços de transporte via aplicativo e enfrentam desafios por conta da idade enquanto aguardam os valores devidos. 

Conclusão

Luiz Motta tem sido peça-chave na articulação da histórica luta dos ex-funcionários da Varig: 

Coordenando mobilização popular (abaixo-assinados, protestos) 

Representando coletivamente milhares de profissionais 

Mantendo pressão contínua sobre o Judiciário e a mídia 

Destacando a urgência de pagamentos trabalhistas e previdenciários 

Sua atuação transformou um problema restrito em um movimento de cidadania com repercussão nacional. Se quiser, posso trazer mais informações sobre o andamento dos processos ou a próxima fase das mobilizações. 

CapCut. 

Na verdade, foi com a força de todo o grupo, em que recebermos parte de nossos direitos em rateios. Está ajuizado já para pagamento, o restante da Classe 1 e os débitos do FGTS, incluindo os 40%, a quem tem esses direitos. 

A pergunta que quero adicionar e responder é: Essa luta vem desde 2004, e mesmo após esses pequenos acertos, a luta tem de continuar em busca dos que têm mais de 150 salários. Embora esteja determinado esse limite. 

Lhe agradeço esta nova entrevista, pois com o alcance do Cão que Fuma, tornaremos ainda mais pública nossa luta por nossos direitos. 

Nosso grande agradecimento a você, Jim Pereira, por mais esta propagação. 

Grande abraço. 

Obrigado, Luiz! 😉

Conversas anteriores:

2 comentários:

  1. Mais uma vez, agradeço ao Jim Pereira, responsável deste blog.
    Com seu enorne plubico presente, temos novamente a publicação de nossa luta que está para completar 2 décadas. Muito ovrigado

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