Humberto Pinho da Silva
Ao participar no Congresso
Interconfessional de Madrid, tive ocasião de conviver com o Movimento Ecuménico
de Espanha e conhecer as dificuldades que enfrentavam.
Com espanto, verifiquei
que alguns crentes não recitavam fórmulas, mas conversavam com o Pai, como se
falassem com familiares e amigos íntimos.
Nessa recuada época, os
crentes, na Europa, decresciam e o agnosticismo galopava.
Reconheceu-se que havia católicos que frequentavam o templo, como quem vai às compras no supermercado. Batizam, casam-se (desde que o Estado equiparou a União de Facto ao casamento, nem todos) e realizam cerimónias fúnebres.
Acaba de ser publicado o
Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística-IBGE, que indica a redução de católicos (8,4%) desde 2010.
Por sua vez, os
evangélicos cresceram no mesmo período (5,2%).
Os descrentes, os que
assim o declararam, são cerca de 10,5% da população.
Devo dizer que a população
brasileira, ronda 203.080.756 habitantes. Sabe-se também que a natalidade
decresce, e muitos emigram para a Europa e Estados Unidos. Trata-se de dados
estatísticos, portanto, não exatos.
Ao conhecer-se esses dados, buscam-se – como é costume – culpados: a maioria, responsabiliza o clero por não evangelizar, olvidando que a má conduta dos fiéis também afasta muitos da Igreja.
Preocupam-se, os
católicos, com a debandada de fiéis para hostes evangélicas. A meu ver, o que
os devia preocupar não é a transferência, mas a perda de fé da população. Não
são as Igrejas que salvam, mas Jesus.
Verdade é que algum clero
costuma nas homilias, espraiarem-se em teorias filosóficas e políticas, em vez
de pregar o Evangelho, tal qual como Jesus O ensinou.
O Arcebispo de São Paulo
Dom Odilo Pedro Scherer, em artigo publicado na "Folha de São Paulo",
reconhece a "nossa prática pastoral, que contempla pouca pregação e pouca
catequese, não consegue inflamar nem sustentar a fé nos corações."
A Igreja tem que ser
missionária, procurar as ovelhas desgarradas, catequizando-as, inculcando os
crentes, a porem em prática, o ensinamento do Evangelho.
A frequência na missa
dominical, é diminuta: "que faz pensar numa religiosidade, sem convicção e
superficial."
A Igreja deve ser mais
cristocêntrica e os fiéis não podem ser "duplos" – crentes no templo
e agnósticos ou "envergonhados" na vida quotidiana.
Tem carradas de razão Dom
Jaime Spengler, não só preocupar-se com o abandono de fiéis, mas principalmente
pela perda de fé de muitos, que já foram cristãos.
Devia ser a primordial
preocupação do clero e dos crentes, de todas as denominações – espalhar a
Semente, pelo exemplo, para que frutifique.
O Espírito Santo fará, de
imediato, ou mais tarde, a colheita, não em quantidade, mas em qualidade,
enviando novos e melhores trabalhadores para a seara.
Título e Texto: Humberto
Pinho da Silva, julho de 2025
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