José Manuel
Com tudo o que está
acontecendo em relação à sanção econômica americana imposta ao Brasil, vem à
minha cabeça alguns flashes de adolescência, e vejo como sempre fomos muito
engraçados, constatando ao mesmo tempo que em 65 anos nada mudou, e que
continuamos na praia do subdesenvolvimento ativo e enfadonho.
Lembro que lá pelos meus 15
anos, tanto na escola como nas rodas de colegas de bairro e praia, o papo e
chavão da moda era sempre o tal do "Americans go home".
Cuba estava na moda e,
naturalmente, Fidel Castro, o herói dos desprotegidos do mundo odiento,
capitalista e opressor representado pelo vizinho próximo mais ao norte e o seu
"American way of life" hipnotizava a manada com seus discursos
inflamados.
Os latino-americanos, claro, hipócrita e
ambiguamente, odiavam e desejavam, mas não conseguiam chegar nem perto, pois
nunca entenderam que teriam que trabalhar muito para alcançar aquele status de
vida.
Era interessantíssimo ver
aquela turba de adolescentes ideologicamente perturbados, gritando vivas ao
comunismo/ socialismo, sem entenderem muito bem o que aquilo significava, e
sempre com uma garrafa de Coca-Cola nas mãos, desafiavam o establishment da época.
Muito interessante e engraçado
também, era ver a unanimidade dos que se autodenominavam comunistas de
carteirinha, com suas calças Lee ou Lewis Strauss, camisas Ban-lon, tênis All
Star, enfim um espelho do já citado “American way of life ", importado a
peso de ouro.
Para não fugir ao estilo, a indefectível Coca-Cola sempre na mão, mastigando Cheese burguer nas portas dos Bob's do Bob Falkemburg, mais capitalista impossível.
Ou seja, uma mistura bem
latina de Sociocapitalmunismo em terras da tropicália.
Mais interessante ainda, é que
esses adolescentes que, claro, foram se tornando adultos, trabalhando em
empresas americanas como Esso, IBM, Shell, Ford, Chevrolet, Dodge e tantas
outras, jamais tiveram o ideário de visitar uma Sierra Maestra ou algum Gulag
soviético.
Em contrapartida, no maior
parque de diversões do mundo, a Disney, tropeçava-se em brasileiros
avermelhados que se divertiam a valer no capitalismo e muitas compras em Miami
e Nova Iorque.
E aí, sessenta e cinco anos se
passaram, os adolescentes envelheceram, hoje usam a Internet capitalista e,
claro, americana, para tudo, não abrindo mão por nada, deste mundo
extraordinário, mas constatando ao mesmo tempo de que nada mudou, ou seja,
continuamos no ostracismo dependente “EM TUDO" dos coleguinhas
americanos.
Para não deixar o Fidel
morrer, nem o sonho soviético esquecido, alguns velhinhos decrépitos do mundo e
para matar as saudades ainda invadem países limítrofes, causam tragédias
humanitárias e econômicas, querem publicamente trocar a moeda dos gringos, formar
novos blocos comerciais que não se sustentam, tudo para enfrentar aqueles que
sempre desejaram, mas nunca tiveram a coragem de copiar.
Só que... foram-se 65 anos.
O mundo mudou, envelhecemos,
ninguém de bom senso e caráter acredita mais em devaneios socialistas, e o
resultado é essa hecatombe prestes a desembarcar em terras de Santa Cruz.
Moral da história:
"Se a calça Lee não te
atrai mais, mude seu estilo, mas não seja ingênuo."
Título e Texto: José Manuel,
julho de 2025
Carmen Miranda
A luta é aqui!
P A R V O N I A
O momento atual e a história
Engraçadolândia, o País do Nunca
A N.O.M. e a Ucrânia
Mentiras & вранье
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-