quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Ricardo Sá Pinto se despede do Vasco em nota e diz: ‘Saio inconformado’

Ricardo Sá Pinto lamentou não concluir seu projeto no Vasco da Gama e disse que levará o Gigante da Colina no coração

Anderson Montalvão

Após a demissão, sacramentada na última terça, o técnico português Ricardo Sá Pinto [foto] ou saída do Vasco. Em uma rede social, nesta quarta, o treinador publicou um texto de despedida no qual apontou os problemas políticos do clube como parte responsável pelo desempenho ruim do futebol.

Foto: Rafael Ribeiro/Vasco da Gama

A demissão ocorreu após a derrota por 3 a 0 sofrida para o Athletico-PR, no último fim de semana, que deixou o Vasco na 17ª posição, na zona de rebaixamento do Brasileiro.

– Infelizmente, chegamos ao clube num momento conturbado, tanto pelos acontecimentos recentes, mas também por anos de descuido e aproveitamento que em nada beneficiaram o nosso Gigante da Colina – disse o treinador.

Sá Pinto afirmou que, mesmo na situação pela qual o Vasco passa na tabela, acreditava que seu time poderia sair da zona de rebaixamento e se classificar para a Sul-Americana.

– Os próximos jogos contra adversários diretos que há muito aguardávamos, iam permitir-nos sair do Z4 e alcançar a Sul Americana. A nossa visão ia mais longe, levando este clube a disputar outros objetivos e títulos que merece – comentou.

O Vasco tenta a contratação de um novo técnico. Na manhã desta quarta, Zé Ricardo, que já trabalhou no clube, declinou de convite para um contrato de um ano. Com isso, o clube continua no mercado em busca de um novo comandante.

Remédios usados por Trump são eficazes contra a covid-19

É o que assegura a farmacêutica Regeneron, responsável pelo tratamento que curou o presidente dos Estados Unidos

Cristyan Costa

Pacientes com covid-19, e que precisam de aparelhos de oxigênio de baixo fluxo, apresentaram melhora ao serem submetidos ao tratamento da farmacêutica norte-americana Regeneron. A empresa é responsável por disponibilizar a infectados pelo coronavírus o coquetel de anticorpos conhecidos como casirivimab e imdevimab. Depois de uma semana tomando os medicamentos, o risco de morte ou de necessidade de ventilação mecânica caiu pela metade. Os dados dos testes clínicos apresentados pela Regeneron ainda são preliminares. O estudo focalizou em pacientes cujo organismo ainda não apresenta resposta imune ao coronavírus, o que sugere que são mais suscetíveis à infecção.

“Resultados preliminares em pacientes hospitalizados, bem como os dados do ensaio ambulatorial previamente anunciados, indicam que os anticorpos produzidos pela própria resposta imunológica de um paciente são importantes para controlar a infecção por covid-19”, declarou à imprensa o CEO da companhia, Dr. George Yancopoulos, na quarta-feira 30. Em setembro, a farmacêutica anunciou que a combinação das drogas reduziu o nível viral do patógeno, e que melhorou sintomas de pacientes hospitalizados devido à doença provocada pelo vírus chinês. O tratamento foi a aposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que conseguiu vencer a doença ao utilizar o casirivimab e o imdevimab.

Título e Texto: Cristyan Costa, revista Oeste, 31-12-2020, 10h

Críticas a Felipe Neto são censuradas por Instagram e YouTube

Propagador do “fique em casa”, youtuber foi flagrado jogando futebol

Anderson Scardoelli

Conteúdos negativos à imagem do youtuber Felipe Neto estão sendo bloqueados por plataformas de redes sociais. No decorrer dos últimos dias, Instagram e YouTube vetaram vídeos em que o influenciador digital aparece jogando futebol com amigos no Rio de Janeiro — apesar de se colocar como defensor do “fique em casa” desde o início da pandemia da covid-19 no país.

Foto: Reprodução/TV Cultura

Responsável por informar ao público o fato de Felipe Neto ter saído de casa para jogar futebol, o jornalista Rica Perrone denunciou o ocorrido na terça-feira 29: teve postagem censurada no Instagram. O que teria ocorrido mais de uma vez. “Derrubou duas vez o meu vídeo sobre o Felipe Neto”, avisou o comunicador por meio de seu perfil no Twitter e com divulgação da postagem derrubada, com o alerta de que a publicação teria violado as diretrizes da comunidade.

Até o momento, a direção do Instagram não se manifestou a respeito. “Por favor, se alguém encontrar algum discurso de ódio dele me avise”, pediu o jornalista, que foi bloqueado pelo youtuber no Twitter. “Só gostaria que ele [Felipe Neto] soubesse que sou a favor que ele jogue bola e vá para a rua todo dia. O ponto é a mentira. Não o ato”, havia publicado Rica Perrone anteriormente.

Preocupado com a imagem

Nesta quarta-feira, 30, foi a vez do YouTube barrar um vídeo que mostra Felipe Neto descumprindo a norma defendida do “fique em casa”. O atingido da vez foi o economista Rodrigo Constantino, colunista da Revista Oeste. A plataforma de vídeo mantida pelo Google chegou a suspender a live que ele realizou justamente com Rica Perrone. A conversa teve mais de uma hora de duração, mas chegou a sair do ar a pedido do influenciador. Ele alegou uso indevido de sua imagem — no caso, os segundos em que aparece jogando futebol.

Cristo Redentor transmitirá vigília e contagem regressiva de ano novo

Programação será exibida pela internet a partir das 22h30 

Vinícius Lisboa

O Santuário do Cristo Redentor vai transmitir ao vivo, pela internet, uma vigília para receber o ano de 2021, quando completará 90 anos. A programação será exibida no canal do reitor do santuário, padre Omar, a partir das 22h30 desta quinta-feira (31).

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O evento - Vigília 90 Anos Cristo Redentor: Por um Ano Novo repleto de Paz, Saúde e Desenvolvimento Sustentável - começará com uma missa celebrada pelo cardeal Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. 

Logo depois, o público assistirá a um show de projeções e presenciará a contagem regressiva de ano novo. Segundo o santuário, além de imagens de doações realizadas na campanha "Cristo Redentor, Eu Quero Doar", haverá mensagens de união, saúde, solidariedade, arte, fé, ciência e amor.

Depois do show de imagens, a vigília continuará com a apresentação musical do padre Omar, que também é cantor, e de Bianca Cardoso e Marcelo Negrão. O repertório terá músicas icônicas de bairros do Rio e sambas-enredo. A festa marcará também o pré-lançamento da Academia Brasileira do Samba.

Título e Texto: Vinícius Lisboa; Edição: Kleber SampaioAgência Brasil, 31-12-2020, 11h12

[Diário de uma caminhada] Os patetas do «populismo» de «extrema-direita» face à força messiânica de André Ventura


Gabriel Mithá Ribeiro

Nos textos que publico e intervenções que faço tenho a preocupação insistir no fundamental, no que determina o resto. É o caso da particularidade que nos define enquanto espécie humana, o pensamento. Quando procuramos captá-lo, compreendê-lo, interpretá-lo, valorizá-lo preservamos o hábito saudável de ver a árvore, mas revelamos enormes dificuldades em abandonar o erro crasso de não vermos a floresta. Daí em diante a compreensão do mundo fica turva, até o óbvio fica difícil de enxergar.

A árvore é o pensamento individual. É o pensamento do intelectual, do filósofo, do escritor, do ensaísta, do romancista, do poeta, por aí adiante. São aqueles indivíduos, alguns notáveis, que traduzem o seu pensamento em livros e escritos. É para esses que tendemos a reservar a categoria de pensador. A floresta é outra coisa, é o nosso lado cego, abandonado, é o pensamento social ou pensamento coletivo. A floresta é o pensamento de senso comum que as sociedades produzem à medida que os indivíduos se relacionam uns com os outros nas ruas, cafés, zonas de residência, locais de trabalho, transportes, convívios, redes sociais, por aí adiante.

Porque essa é a natureza humana, a árvore e muito mais floresta do pensamento nunca são estáticas no tempo e no espaço, estão em reinvenção permanente. Por essa e por todas as razões, na sua eterna caminhada o ser humano necessita de liberdade para se ir adaptando com sabedoria ao mundo.

Sociedades que são sociedades renovam-se pensando por si mesmas sem pedir licença a quem quer que seja, muito menos a umas quantas figuras intelectuais ou políticas, tanto pior quando a sua credibilidade é duvidosa. Perceber e respeitar as sociedades é, acima de tudo, tratá-las como sujeitos coletivos que pensam, atitude reveladora de uma forma superior de inteligência que alguns indivíduos possuem por intuição ou por via da reflexão, do estudo, da meditação. É uma das qualidades de André Ventura.

Por defeito congénito ou teimosia, os seus adversários acantonados na comunicação social, nos partidos políticos do regime, nos meios académicos, intelectuais e artísticos para parecerem muitos, mas que representam quase nada no universo coletivo pensante, manifestam ufanamente possuir uma dimensão fundamental da sua inteligência castrada, justamente a que lhes permitiria compreenderem o mundo além do seu umbigo, o sentido da realidade vivida pelas pessoas comuns tal como se manifesta nos seus quotidianos. Enquanto uns aprendem a corrigir-se, outros julgam disfarçar o seu estado de inteligência seriamente danificada insistindo em acusar quem a possui integral e saudável de populista de extrema-direita, o que agrava o seu narcisismo patológico herdeiro direto da castração mental imposta pelos soviéticos. 

Alegrias da vida

Nelson Teixeira

Estamos vivendo de forma tão atribulada, onde os dias passam tão rapidamente, que não nos damos conta que ela pode estar sendo ignorada por nós.

Muitos de nós se dizem ocupados demais para pensar nessas coisas…

Outros dizem que trabalham demais, para poder garantir a felicidade no futuro.
Se envolvem tanto nas questões do trabalho que, quando retornam ao lar, estão esgotados e não conseguem desfrutar da alegria de ter uma família.

Pensamos tanto em garantir um futuro confortável em termos materiais, que nos esquecemos de viver bem o presente.

Estamos buscando a tão almejada felicidade que não percebemos que a alegria de viver está nas coisas mais simples.

Título e Texto: Nelson Teixeira, Gotas de Paz, 29-12-2020

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Contos loucos dos moucos (XLVI) – Todo o dia


Acordou às 8h23. Levantou-se e foi para o banheiro. Escovou os dentes, arrumou-se. Foi para a cozinha. Espremeu três laranjas. Tomou o suco e um nexpressozinho. O dia estava chuvoso. 

Ficou por casa o dia todo. 

A noite chegou. 
Tomou um banho, vestiu o pijama. E foi para a cozinha preparar o jantar. 
Foi para o quarto lá pelas 23h. 

Acordou às 8h23. Levantou-se e foi para o banheiro. Escovou os dentes, arrumou-se. Foi para a cozinha. Espremeu três laranjas. Tomou o suco e um nexpressozinho. O dia estava claro. 

Ficou por casa o dia todo. 

A noite chegou. 
Tomou um banho, vestiu o pijama. E foi para a cozinha preparar o jantar. 
Foi para o quarto lá pelas 23h. 

Acordou às 8h23. Levantou-se e foi para o banheiro. Escovou os dentes, arrumou-se. Foi para a cozinha. Espremeu três laranjas. Tomou o suco e um nexpressozinho. O dia estava claro.


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Contos loucos dos moucos (XLV) – EUA
(XLIV) – Papillon
Contos loucos dos moucos (XLIII) – Manifestação
(XLII) – Os buracos na vitrine
Contos loucos dos moucos (XLI) – O mar
(XL) – Chuva

Aborto na Argentina e o silêncio calculado de Francisco

FratresInUnum.com

Na madrugada de hoje, às 4h10min, o aborto foi legalizado na Argentina por uma votação no Senado (por 38 votos a favor, 29 contra e 1 abstenção). As feministas gritam, choram, comemoram: agora, as mães argentinas poderão matar os filhos dentro do próprio útero com respaldo da lei, e as portas para o avanço deste genocídio silencioso se abrem na América Latina. A morte avança como um cão furioso sobre os nossos países, mas, enquanto isso, uma pergunta não quer calar:

O que faz Jorge Mario Bergoglio?…

Vaticano, janeiro de 2020

Quando era já iminente a legalização do aborto em sua pátria de origem, Bergoglio limitou-se a três intervenções discretas: a primeira, uma carta escrita a um grupo de mulheres pró-vida; a segunda, uma carta a ex-alunos seus; e a terceira, uma carta a um sacerdote chamado Padre Pepe, em que sublinha que a reprovação ao aborto não é um tema religioso, mas científico. C’est tout!

Por que, quando o tema é o aborto, ele age de modo tão comedido, temperante, discreto, mas quando o assunto são os imigrantes e a ecologia, escreve encíclicas, convoca sínodos, dá entrevistas, faz telefonemas, lança todo tipo de impropério contra seus opositores e mobiliza todo o seu lobby papal? Será uma mera desatenção?

Já em 2013, em sua polêmica entrevista ao Padre Spadaro, Bergoglio disse que “não podemos insistir somente sobre questões ligadas ao aborto, ao casamento homossexual e uso dos métodos contraceptivos. Isto não é possível. Eu não falei muito destas coisas e censuraram-me por isso. (…) Os ensinamentos, tanto dogmáticos como morais, não são todos equivalentes. Uma pastoral missionária não está obcecada pela transmissão desarticulada de uma multiplicidade de doutrinas a impor insistentemente”.

Na verdade, ele pensa exatamente como os progressistas que infestam o clero da Igreja Católica: não fazem uma apologia descarada à legalização do aborto — a não ser em casos excepcionais, como o de grupos de freiras ou padres ultra-feministas —, mas anestesiam a opinião pública; são não apenas voluntariamente tímidos no combate ao aborto, mas são sobretudo proselitistas da timidez, inventando argumentos para neutralizar a militância pró-vida, tirando importância do assunto e o silenciando através da gritaria em torno de toda a agenda esquerdista.

Documentos da vacina de Oxford chegarão à Anvisa até 15 de janeiro

A informação foi dada hoje pela presidente da Fiocruz

Vinícius Lisboa

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade [foto], comemorou a aprovação, no Reino Unido, da vacina desenvolvida pela farmacêutica Astrazeneca e pela Universidade de Oxford. Devido a um acordo de transferência de tecnologia, a Fiocruz vai produzir o imunizante no Brasil e prevê concluir o envio de documentos sobre a vacina para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até 15 de janeiro.

Foto: Peter Illiciev/Fiocruz

"Estamos todos com a esperança reanimada, digamos assim, com a notícia do registro da vacina da Astrazeneca, que será, no Brasil, uma vacina Astrazeneca/Oxford/Fiocruz", disse Nísia Trindade. "É um dia histórico, porque é mais um elemento de esperança diante de uma situação de tanto sofrimento. Uma esperança que vem da ciência e de uma visão de saúde pública, porque essa vacina é não só eficaz, não é só de alta qualidade, mas também é uma vacina adequada para países de população do tamanho do nosso país, com as suas diferenças regionais e sociais. É uma vacina adequada para o nosso Sistema Único de Saúde".

A Fiocruz prevê produzir 100 milhões de doses da vacina a partir de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado no primeiro semestre do ano que vem. No segundo semestre, mais 110 milhões de doses devem ser produzidas inteiramente no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), vinculado à fundação.

A produção deve começar antes mesmo da concessão do registro da vacina no Brasil, para que já haja doses disponíveis quando a aplicação for liberada. Documentos referentes ao desenvolvimento da vacina já vem sendo analisados em bloco pela Anvisa desde outubro, e o último bloco de informações deve ser enviado à agência no mês que vem. Em seguida, a Fiocruz espera entregar o primeiro 1 milhão de doses ao Ministério da Saúde antes de 8 de fevereiro.

Doação

A presidente da Fiocruz recebeu parlamentares estaduais do Rio de Janeiro e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para uma cerimônia que marcou a doação de R$ 20 milhões do Fundo Especial da Alerj, que serão destinados a um plano de enfrentamento à covid-19 nas favelas do Rio de Janeiro. A elaboração do plano será coordenada pela Fiocruz.

Trump et les accords de paix entre Israël et les pays arabes - Géopôles avec André Bercoff - TVL

Des Emirats Arabes Unis au Soudan en passant par le Sultanat d'Oman ou le Maroc, la plupart des pays arabes, notamment du Golfe, ont signé un accord de paix avec Israël entre septembre et décembre 2020.

Après un conflit de plus de 70 ans, ces accords inespérés ont eu lieu de manière apaisée et rapide.

Donald Trump avait promis lors de son élection en 2016 un projet de paix dans la région, ses opposants politiques ainsi que les media s'étaient moqués de lui.

Son plan ayant réussi, il passe presque inaperçu, comme une banalité, alors que même l'Arabie saoudite, abritant les lieux saints de l'Islam, est sur le point de faire la paix avec l'Etat hébreux.

Pour Géopôles, Richard Haddad reçoit André Bercoff, spécialiste des Etats-Unis (le seul journaliste français ayant rencontré Donald Trump) mais aussi du monde arabe dont il maîtrise la langue et la culture politique, afin de nous éclairer sur la méthode Trump de politique étrangère tant décriée. Ils aborderont aussi les intérêts stratégiques des acteurs régionaux avant de conclure sur une analyse des élections américaines et leurs conséquences sur la politique intérieure et internationale.

Chaîne officielle TVLibertés, 30-12-2020

[Língua Portuguesa] O que é um oxímoro?


Colunas anteriores:

“De mais” e “Demais”…
Site, Saite ou Sítio?
O valor de Camões
Se você já foi ‘roubado' sentiu a diferença ao ser ´’furtado’, certo?
Moderação x ponderação: qual a diferença?
Fim-de-semana ou fim de semana?
Vírgula, ponto e vírgula
Língua Portuguesa
Quais os nomes desta fruta?
O que já foi publicado

[Diário de uma caminhada] O senso comum africano: o legado colonial português (2)


Gabriel Mithá Ribeiro

«Antigamente nós não éramos assim. O próprio colono mudou-nos. Construções, esta língua que estamos a falar para nos entendermos, por exemplo. Aprendemos essa linguagem. Posso dizer que o colono civilizou-nos. Trouxe escola, trouxe educação. Hoje em dia temos fábricas. (…) Embora tenham trazido progressos, no lado negativo posso dizer que desses progressos havia poucos benefícios para nós. O benefício maior era para o lado deles. Eles ensinaram-nos as coisas, demonstraram as coisas, como se faziam, mas os benefícios eram para o lado deles. Eu posso dar um exemplo daqui. Ensinaram-nos a explorar as minas, mas os lucros iam para o lado deles. Os moçambicanos trabalhavam, mas não ganhavam nada. Escravatura: também levavam pessoas para lá [Portugal e outros países coloniais]. (…) Se valeu a pena ser colonizado? Valeu, valeu. Pelo menos temos uma linguagem oficial e outra coisa foi o progresso. As coisas negativas eram próprias desse tempo. Isso não foi só no nosso país. Se não houvesse colonização não estaríamos desta maneira [desenvolvidos].» 

Registro de trabalho de campo – Moçambicano, negro, 30 anos, Cidade de Tete/Moçambique, 29-7-2004.

Título e Texto: Gabriel Mithá Ribeiro, Vice-Presidente do CHEGA!, 30-12-2020

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«Colonialismo»: a lavagem cerebral soviética
O senso comum africano: o legado colonial português (1)
O tumor maligno entre Poder e Povo. Três teses. Tese Três
O tumor maligno entre Poder e Povo. Três teses. Tese Dois
O tumor maligno entre Poder e Povo. Três teses. Tese Um

Bolsonaro está como ele quer

O único problema real para o presidente da República seria a existência, já agora, de um candidato de oposição de verdade 

J. R. Guzzo

Poucas coisas parecem deixar mais impacientes os analistas políticos e frequentadores de mesas-redondas na televisão do que as pesquisas sobre a aprovação do presidente da República. Os números que registram a popularidade de Jair Bolsonaro deveriam estar em queda — sobretudo depois de nove entre dez cérebros da politologia nacional terem dado como indiscutível e definitiva a derrota maciça que ele teria sofrido nas últimas eleições municipais.

Foto: Arquivo Agência Brasil

Mas os números estão em alta; o que está em queda são os índices de reprovação. O motivo é que a derrota anunciada não aconteceu, simplesmente, e que Bolsonaro não está na situação de desmanche definitivo que os comentaristas atribuem a ele.

Uma maneira talvez mais prática de olhar para o status atual do presidente é fazer uma comparação com o passado recente. Bolsonaro estaria realmente na miséria descrita pela mídia em geral se estivesse, digamos, na situação em que Dilma Rousseff foi se meter em seu segundo mandato. Mas não está. Basta pensar um pouco. Ele objetivamente não está; desperta a ira dos editoriais, mas parece fazer cada vez mais amigos no Congresso Nacional.

É como nas pesquisas de aprovação: os índices de Bolsonaro sobem entre os congressistas, em vez de cair. Para quem quer o homem fora do Palácio do Planalto, é um problema. Nenhum presidente fica fraco por obter o apoio de senadores e de deputados, por mais viciados que sejam os métodos utilizados para isso.

Prazo de inscrição para doações da Caixa termina hoje

Serão doados mais de 60 mil itens para entidades assistenciais

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Agência Brasil

Termina nesta quarta-feira (30) o prazo para que pessoas jurídicas sem fins lucrativos, como associações e fundações que fazem filantropia, possam se inscrever para receber da Caixa doações de mobiliários do banco como: geladeira, computadores, mesas e cadeiras.

O presidente da instituição, Pedro Guimarães, disse que serão doados 64 mil itens que estão em bom estado e não há expectativa de utilização pela Caixa. As regras para seleção das entidades que podem receber os itens estão disponíveis no site www.caixa.gov.br/doacao.  “Essa é a primeira grande onda de doações, teremos outras depois”, disse Guimarães.

O presidente da Caixa também destacou outras ações sociais do banco, como o plantio de árvores para ajudar no reflorestamento, contratação de mais de 2 mil funcionários com deficiência, patrocínio de esportes paraolímpicos e financiamento de hospitais e entidades filantrópicas.

Guimarães ressaltou ainda que a Caixa liberou mais de R$ 28 bilhões de crédito para 300 mil pequenas e médias empresas, promoveu a inclusão bancária de 35 milhões de brasileiros, abriu 105 milhões de contas digitais gratuitas e obteve lucro recorde de R$ 21,1 bilhões. 

Título e Texto: Agência Brasil; Edição: Aécio AmadoAgência Brasil, 30-12-2020, 7h20

A passagem

by Henrique Monteiro

São onze. Lembra algo?

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Les Français écrasés entre le vaccin et le confinement - JT du mardi 29 décembre 2020

Norbert Kleinwächter (AfD) : « Les droits de l’Homme sont en danger en Allemagne »

Le monde entier a été secoué, en 2020, par l’émergence du Covid-19.

Tout comme la France, l’Allemagne – première puissance économique et industrielle d’Europe – a connu des politiques de confinement cette année, un recul drastique de son économie, mais aussi une opposition populaire aux mesures  sanitaires du gouvernement fédéral (notamment à l’Est du pays). Une résistance sans équivalent en Europe.

Selon Norbert Kleinwächter, député fédéral au Bundestag issu du parti populiste AfD (Alternative pour l’Allemagne), la situation est assez grave pour considérer que les Droits de l’Homme sont en danger dans son pays. Il redoute également que les élections fédérales prévues pour septembre 2021 ne soient repoussées à une date ultérieure en raison des décisions politiques prises au seul prétexte de la crise sanitaire.

Dans un long entretien accordé en français à TV Libertés, répondant aux questions de Nicolas de Lamberterie, Norbert  Kleinwächter évoque aussi un avenir économique qu’il estime très difficile pour des millions d’Allemands, ainsi que le plan de relance européen, qu’il considère n’être qu’une nouvelle mouture du « Green New Deal » voulu de longue date par Ursula von der Leyden, la présidente de la Commission européenne. 

Chaîne officielle TVLibertés, 29-12-2020

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A fragilidade do Chega

Manuel Rezende

Um dos meus comediantes preferidos é o canadiano Norm Macdonald. Uma das coisas que o Norm diz é que não se pode fazer comédia com as coisas que desprezamos, porque se o fizermos as coisas vão sair forçadas. Citando a linguagem da moda, vai ser “cringe”. É por isso que a grande maioria das rábulas sobre Donald Trump não tem piada nenhuma.

O mesmo se passa, eu diria, com o jornalismo. Entrevistar uma pessoa, seja um candidato a qualquer coisa, seja um membro de alguma organização, que odiamos profundamente e que repudiamos com horror é o caminho certo para falhar nessa entrevista e passar uma péssima imagem do jornalismo.

Se o jornalista não tem capacidade para ser adulto e colocar-se acima dos ódios mesquinhos na hora de entrevistar alguém, mais vale não fazer nada.

Já muito se escreveu sobre as duas entrevistas que se fizeram ao candidato presidencial André Ventura. Todos nós vimos Miguel Sousa Tavares a dirigir-se ao candidato por “Você”, em vez de “Sr. Deputado”, todos nós vimos João Adelino Faria a interromper consecutivamente o mesmo candidato e a lançar todo o tipo de acusações possíveis, desde racismo a radicalismo. Em ambas entrevistas o tempo de antena de Ventura foi cortado e em ambas entrevistas Ventura, que tem um treino bestial em conversa curta e domina como um mestre os pequenos espaços de tempo que a televisão proporciona, respondeu com sucesso com frases treinadas e palavras de ordem.

Ventura é treinado na arena da discussão desportiva e aprendeu toda esta treta no duelo com outros treteiros que sobrevivem na árida paisagem do comentário desportivo. Não se deixa amedrontar por acusações acaloradas nem por tons acusatórios – aliás, toda esta animosidade alimenta o seu estilo e permite-lhe ripostar, ainda que sem elegância, todos esses toscos comentários. Ventura tem as respostas treinadas para as acusações de racismo e extremismo e aproveita o tom dos seus acusadores para obter para si o papel de vítima.

Os jornalistas que entrevistaram Ventura, assim como todo o coro de incansáveis detratores de Ventura no espaço público, conhecem mal Ventura, conhecem mal o Chega e conhecem ainda pior os portugueses comuns. Se a conversa de Ventura é repugnante para a maioria dos portugueses, repugna ainda mais o tom com que o atacam, um tom de snobismo, de precária superioridade moral e de desprezo pelas opiniões de um candidato que, para o bem e para o mal, é a voz de um eleitorado que acredita que, pela primeira vez, vai votar num candidato que fala pelas suas preocupações e pelos seus desejos.

Ricardo Sá Pinto não é o único a deixar o Vasco

O português Ricardo Sá Pinto não é mais técnico do Vasco. A diretoria do clube decidiu demitir o treinador após a derrota sofrida para o Athletico, que dificultou ainda mais a situação do time no Campeonato Brasileiro.

Foto: James Williamson

Ele deixa o clube após pouco mais de dois meses no cargo. Foram 15 partidas à frente do time cruzmaltino, com apenas três vitórias — contra o Caracas, pela Sul-Americana, e Sport e Santos, pelo Brasileiro —, seis empates e seis derrotas, tendo um aproveitamento de 23,1%. O português deixa o time na zona de rebaixamento do Brasileirão, em 17º lugar, com 28 pontos.

A decisão foi tomada após uma reunião da cúpula de futebol do clube na noite de ontem (28). O anúncio deve ser feito ainda hoje, em um consenso do atual presidente, Alexandre Campello, com Jorge Salgado, que assumirá a presidência a partir de janeiro. Além do treinador, deixam o clube o auxiliar Rui Mota, o preparador físico Miguel Moreira e o analista Igor Dias, todos portugueses.

Agora, a diretoria vai ao mercado em busca de um novo técnico, que chegará a São Januário com a missão de tirar a equipe da zona de rebaixamento do Brasileiro. Zé Ricardo é o favorito para assumir o comando da equipe.

Sá Pinto já vinha muito pressionado desde a derrota para o Ceará e o tropeço para o Defensa y Justicia, da Argentina, que fez o time da Colina dar adeus à Copa Sul-Americana. Depois, ganhou sobrevida com o empate com o Fluminense e a vitória sobre o Peixe no Brasileirão, mas sucumbiu a mais uma má atuação da equipe na derrota para o Furacão.

Sá Pinto foi anunciado pelo Vasco no dia 14 de outubro. Ele foi uma aposta do presidente Alexandre Campello para substituir Ramon Menezes, que teve um bom começo no Campeonato Brasileiro, mas depois viu o time desandar. À época, o mandatário justificou a troca no comando técnico apontando que o time "não estava mais reagindo".

Fonte: UOL Esporte, via SUPER VASCO, 29-12-2020, 10h35 

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Ensino técnico

Edmundo Gonçalves

Um estudo publicado há dias indica que há cada vez mais jovens interessados em cursos profissionais. Este é o resultado lógico de não haver em Portugal mercado de trabalho para tantos licenciados e doutorados, mas continuar a haver falta de canalizadores, soldadores, pedreiros, eletricistas etc., que muitas vezes ganham salários superiores aos que concluíram um curso universitário

Ao longo das últimas décadas, muitos ingênuos caíram no engano das doutorices (engano estimulado pelo próprio Estado), para concluir que o canudo apenas lhes servia para serem ‘caixas’ de supermercado.

A vaidade vã de um título que de nada vale em termos práticos está agora a dar lugar a um realismo mais são.

Que mal há em ser eletricista ou fiel de armazém? Quarenta anos depois, voltamos às escolas técnicas do “fascismo”. Demorou a perceber!

Título e Texto: Edmundo Gonçalves, o Diabo, 2295, 24-12-2020
Digitação: JP

Estado de direito

Cândido Morais

A bazuca da União Europeia que vai ajudar Portugal e os corruptos foi retardada porque países ex-comunistas são acusados de não respeitar certas regras definidas pelos políticos do ‘politicamente correto.’

Não sei se nós somos melhores, pois temos a informação manipulada (“comprada” com o dinheiro das vítimas-contribuintes), os pobres não têm o direito de escolher a escola para os filhos nem o hospital para si (tem de ser tudo do Estado), há portugueses a viver em barracões, o número dos sem-abrigo a subir, os reguladores (deveriam ser independentes) “domesticados”, a Justiça idem…

Mas sei que esses países conseguiram libertar-se de uma cruel ditadura socialista que não conseguiu exterminar o cristianismo; e sei que esse sinistro socialismo (os dois maiores assassinos em série no século XX foram dois comunistas/socialistas – Hitler está em terceiro lugar, segundo o historiador Andrew Marr!) tem vindo a destruir o cristianismo em Portugal, onde o aborto e a eutanásia demonstram que em Portugal não é respeitado o direito à vida!

Título e Texto: Cândido Morais, o Diabo, 2295, 24-12-2020
Digitação: JP


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Democracia e participação política

Henrique Neto

Os partidos políticos portugueses, desde o 25 de abril até hoje, têm vindo, pouco a pouco, a limitar e a desmotivar a participação livre dos cidadãos portugueses na atividade cívica e política.

O resultado prático é que cada vez mais portugueses se recusam a votar e o descontentamento tem conduzido à radicalização da esquerda e da direita, em que o centro quase desapareceu.

A política oficial do PS e de António Costa é manter o domínio dos partidos da esquerda sobre a sociedade e a economia, independentemente dos seus resultados, apenas com o objetivo da manutenção do poder a qualquer preço.

Aparentemente, não chegou a experiência das nacionalizações feitas a seguir ao 25 de Abril e temos agora uma recaída, como no caso da TAP.

Esta política do poder para uso do poder é muito facilitada por a escolha dos representantes do povo, como os deputados da Assembleia da República, ser feita pelas hierarquias partidárias, não dando aos eleitores a oportunidade de escolher, ou de reprovar, os seus representantes, como acontece na generalidade das democracias europeias.

Razão por que Portugal não é hoje uma verdadeira democracia, mas um Estado de fachada democrática, do modelo soviético do chamado centralismo democrático. É este o ponto de partida que está no centro de todos os nossos problemas: o domínio político e não democrático dos partidos no poder desde o 25 de Abril, potenciado pela propaganda.

Título e Texto: Henrique Neto, o Diabo, 2295, 24-12-2020
Digitação e Marcação: JP


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Gabriel Mithá Ribeiro

A palavra «colonialismo», por tudo o que implica, condensa um dos processos mais perversos de lavagem cerebral ocorrido durante a era soviética (1917-1991), estratégia de guerra psicológica antiocidental cujos agentes no terreno acabaram por ser os meios universitários. Estes existem por razões inversas, para defenderem a sanidade mental dos povos através da socialização do rigor e da qualidade conhecimento. Para assumir tais características, o conhecimento tem de ser sustentado em conceitos (ou teorias) de validade universal e em evidências empíricas (factos integralmente comprováveis). A palavra «colonialismo» representa uma engenharia mental que regou tudo isso.

Ainda que não existissem outras razões, o que está em causa chega e sobra para obrigar as ciências sociais e humanas a uma reforma profunda. Todavia, acadêmicos e intelectuais resistem a tão elementar dever três décadas após o fim do comunismo soviético. Às pessoas comuns resta, por isso, a dignidade de recusarem utilizar um termo que as humilha, «colonialismo», uma vez que está ao seu alcance a decência e neutralidade do velho termo «colonização». Este trata da mesma maneira, com justiça, ocidentais e não-ocidentais, ao mesmo tempo capta com equilíbrio o bem e o mal associados a encontros civilizacionais entre colonizados e colonizadores ao longo dos muitos séculos de história nos mais variados continentes.

Um exercício simples ajuda a clarificar a questão, bastando que cada um de nós construa uma tabela de dupla entrada. De um lado, pode colocar como título «Contributos da herança colonial de romanos e árabes para a transformação civilizacional dos povos europeus» (século I a.C. ao século XV). Do lado oposto, pode colocar como título «Contributos dos portugueses/europeus para a transformação civilizacional dos povos africanos» (finais do século XIX a finais do século XX, o período da ocupação colonial efetiva de África). Depois, não é difícil preencher a tabela.

Do lado esquerdo, sobre os europeus enquanto colonizados (os territórios ancestrais de Portugal e Espanha são significativos), proponho alguns tópicos da herança civilizacional romana ou árabe: cultura escrita, ideia de estado territorial centralizado fundado na lei escrita, um modelo de civilização material até aí desconhecido (casas, cidades, estradas e demais edificações), monetarização e complexificação das economias (autoconsumo e troca direta substituídos por troca indireta, produto por moeda, e aparecimento de mercados), cálculo, novos hábitos de vida (como tomar banho e beber vinho), cristianismo (a crença no Deus único não foi indiferente ao desenvolvimento do pensamento conceptual abstrato), os mais variados progressos técnicos e científicos, a imposição da pax romana ou a tolerância religiosa islâmica da época.

[Aparecido rasga o verbo] Ontem, ainda...

Aparecido Raimundo de Souza

ONTEM, AINDA, EU ACREDITAVA que havia um caminho. Uma senda desconhecida, imaginariamente virgem, a ser seguida, sem a pressa dos meus medos, sem a confusão espectral que assola a minha cabeça, sem os dissabores e transtornos, anojamentos e abominações que insistem em me fazer um cara completamente sorumbático e infeliz. 

Ontem, ainda, lendo meus pensamentos como um jornal aberto, eu pensava em recomeçar. Mas recomeçar de onde? Exatamente de qual lugar? Do nada, do pó, do chão, do barro, apesar de ter perdido tudo? Quem sabe a resposta fosse esta: sim senhor, do pó, do chão de barro... É somente isto que lhe resta agora...

Quem dera, ressuscitar, reverdecer, começar de algum ponto obscuro, longínquo, fora do foco normal do cotidiano que deixei passar sem perceber, sem olhar com o cuidado devido para as portas que se abriam às oportunidades. Oportunidades que estavam bem ali, bem aqui, na minha frente, quase atropelando meu nariz.

Por algum motivo inexplicável, eu não as vi. Não as enxerguei. Quem sabe, levado pela imbecilidade do meu desespero vultuoso e mórbido, pela minha falta de parar, pensar e refletir, quem sabe, por conta disto, todas as possibilidades de melhora, de enobrecimento e elevação, todos os benefícios atrelados se esvaíram como fumaça.

Nada restou para um segunda chance. Foi como se tivesse recebido uma sentença condenatória do destino. À coisa alguma, pois, me apego agora, para tentar um recomeço. Minha resistência às adversidades está a zero. De contrapeso, parece que uma negridão interna, momentânea, provisória, fugaz e passadiça, me tolheu às vistas. Me deixou cego. Percebo, passado o tempo, havia um desvão e nele, uma luz que aclarava a escuridão.

Todavia, sequer me dispus a parar, a empacar a burrice, a refletir esmiuçadamente, a ruminar, a magicar ou sopesar os prós e contras, ao menos especular numa maneira de sair, de fugir, de me ver livre e liberto daquela loucura introspectiva que me fazia olhar só para dentro de mim mesmo. Isto, hoje, me causa desanimo, me esmaga uma tribulação amofinada que se converte em soluços.

Em nenhum momento, confesso, me veio à cabeça procurar um canto sossegado, de paz acolhedora, onde, realmente, pudesse estar me esperando uma escapatória, um subterfúgio, uma brecha confiante, tipo uma tábua de salvação, e, com ela, a chance de ter de volta, numa rota segura, a esperança de vencer os receios e me edificar, me soerguer, me alçapremar... Enfim, me reconstruir e me remontar enaltecido e novamente dono da situação.

Ser feliz

Nelson Teixeira

Ser feliz é um estado de espírito, um processo pessoal.

Decida ser feliz. Sim, você está no comando!

A felicidade não mora numa roupa nova, nem numa outra pessoa.

Ela está dentro, e não fora! Tenha fé no futuro, temos um Pai amoroso que nunca abandona um filho seu.

Cultive os bons pensamentos e ame o próximo.

Com confiança e alegria limpe seu coração.

E então, quando estiver pronto, que a felicidade venha inteira!!

Colorida, encantada de amor e ternura.

Que traga um tanto bom de doçura.

De paz, carinhos, gargalhadas…

Deixando que todas as horas abençoadas sejam de semear sorrisos, de todas as maneiras!

Título e Texto: Nelson Teixeira, Gotas de Paz, 29-12-2020

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Duas pandemias

A pandemia do vírus chinês provocou, ou melhor, mostrou uma outra pandemia tão letal quanto a chinesa: a da delação, dedurismo.

O que enxameia de alcaguetes na imprensa escrita e televisionada apontando aquele que não está usando máscara; esta que está abraçando o filho sem açaimes, ela e ele; esse que juntou nove familiares em casa, para a ceia de Natal…

Teve um jornalista que não descansou até fechar uma festa numa boate… não descansou até testemunhar e ‘noticiar’ o fechamento pela Polícia. Que ele tanto implorou pela presença!

Asquerosos! Como todos os alcaguetes.

Banco Inter cede ao Sleeping Giants e acaba ‘cancelado’ no Twitter

A hashtag #CancelaBancoInter chega ao topo de assuntos mais comentados na rede social

Anderson Scardoelli

A semana começou com mais um anunciante cedendo à pressão promovida pelo movimento Sleeping Giants Brasil nas redes sociais. Após ser cobrado publicamente pelo grupo virtual, o Banco Inter resolveu bloquear seus anúncios no canal do Terça Livre no YouTube. A atitude, no entanto, despertou a ira de internautas. Sob acusação de censura a projetos conservadores, eles começaram a promover a hashtag #CancelaBancoInter.

No Twitter, o termo contra a instituição financeira se tornou o assunto mais comentado no Brasil na tarde desta segunda-feira, 28. De acordo com a própria plataforma, foram mais de 12 mil mensagens publicadas com a hashtag somente nas últimas horas.

Com mais de 436 mil seguidores no Twitter, o influenciador Leandro Ruschel foi um dos promotores da ação que pede o cancelamento de contas do Banco Inter. Para ele, a empresa “cedeu à chantagem” organizada por um movimento vinculado à extrema esquerda. “O Banco Inter se colocou ao lado da censura das vozes conservadoras”, lamentou.

Cristiano Ronaldo é escolhido melhor jogador do século

Goleador recebe o Globe Soccer Awards em Dubai

Foto: Fabio Ferrari/Reuters/Lapresse
Juliano Justo

Cristiano Ronaldo foi o grande vencedor individual do Globe Soccer Awards, premiação organizada pelo Conselho de Esportes de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O artilheiro recebeu neste domingo (27) o troféu de melhor jogador do século XXI. Dono do prêmio de melhor jogador do ano nas seis edições anteriores, em 2020, ele faturou também a categoria de "melhor do século" criada nesta edição.

Iker Casillas, goleiro aposentado desde o início deste ano, e Piqué, zagueiro do Barcelona, foram homenageados por suas longas e vitoriosas carreiras. O Real Madrid foi escolhido o maior clube desde 2001. O Bayern de Munique foi eleito o melhor desta temporada. O egípcio Al Ahly foi lembrado como o maior vencedor do Oriente Médio. Pep Guardiola, que colecionou títulos e fez história no Barcelona, Bayern de Munique e Manchester City, recebeu a premiação de melhor técnico do século.

Os melhores de 2019, Robert Lewandowski, entre os jogadores, e Hansi Flick, entre os treinadores, também foram lembrados durante a cerimônia. O juri foi composto por personalidades do futebol, como Deco, Figo e Antonio Conte. 

Título e Texto: Juliano Justo; Edição: Gustavo FariaAgência Brasil, 28-12-2020, 16h59

Ano Novo na desorientação


Péricles Capanema

2021 está na esquina. Quantas diferenças em um ano! Sobre um ponto quero abaixo compartilhar reflexões. Quase mais nada existe da generalizada atmosfera de superficial otimismo que perpassava dezembro de 2019. Em linhas muito gerais, a economia crescia, Trump tinha a reeleição provável, a via de novas conquistas parecia aberta para grande parte da população. O que gerava a sensação de segurança, de rumo e de perspectivas realizáveis, condições favoráveis ao equilíbrio emocional. Dava para caminhar.

De repente se fechou o carreiro ascensional, o mundo afundou, apareceram abismos antes encobertos pelo otimismo generalizado. Já em fevereiro a pandemia do COVID-19 veio forte, logo depois as cidades foram fechadas e as ruas ficaram desertas. Empresas faliram, explodiu o desemprego, milhões e milhões despencaram na pobreza. Os governos abriram as burras para auxílios emergenciais e o déficit fiscal disparou. De outro lado, a pandemia provocou intensas disputas entre grupos políticos, o choque das opiniões esgarçou ainda mais a sociedade. A recuperação, se vier, será difícil. E não deveria ser apenas econômica. Comentarei abaixo a respeito.

Joe Biden ganhou nos Estados Unidos à frente de coligação que inclui correntes radicalizadas, socialistas e libertárias. Ele terá que satisfazê-las (e já as está contemplando na alta administração) ao cumprir compromissos assumidos na campanha. O que virá dali? É ponto que exige atenção e preocupa. Observei que a recuperação econômica, se vier, será difícil. Como todos sabem, suporá a aplicação de vacinas seguras, fazendo realidade a imunidade de rebanho. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, advertiu que os investimentos em vacinas contra a COVID-19 são muito mais baratos que as aplicações em auxílios emergenciais. Deseja aplicações maiores e urgentes. É preocupação do mercado, lembrou ainda: “Há uma disputa por vacinas. Quem terá a vacina primeiro e como a logística será feita muda todos os dias. Estamos concentrados nas vacinas e o mercado também”. Na mesma direção, advertiu Marcelo Pacheco, secretário executivo do ministério da Fazenda: “Com a vacina a população vai se sentir mais segura e, com isso, a economia vai se recuperar. Temos feito de tudo para prover os recursos necessários para a vacinação”.

[Diário de uma caminhada] O senso comum africano: o legado colonial português (1)


Gabriel Mithá Ribeiro

«Em termos culturais, os portugueses civilizaram-nos. Nós tínhamos a nossa terra e eles a civilização. Fizemos uma troca. Houve uma série de humilhações, escravatura… Mas houve benefícios. Temos pessoas que são quadros que foram formados nessa época. Alguns desse tempo até hoje choram. Querem de volta esse tempo [colonial]. Mas o que foi, foi. Não é mais possível. Tivemos também grandes vantagens na abertura comercial que os portugueses trouxeram. Está certo que antes dos portugueses já se fazia negócio, mas eles desenvolveram isso com vantagens positivas. Mesmo no aspecto político trouxe coisas boas. Foi o passado, como tudo, com coisas positivas e negativas. (…) A religião trazida pela colonização foi também um progresso.»

Registro de trabalho de campo – Moçambicano, negro, 27 anos, Cidade de Tete/Moçambique, 21-07-2004

Título e Texto: Gabriel Mithá Ribeiro, Vice-Presidente do CHEGA!, 28-12-2020

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