quarta-feira, 31 de maio de 2023

Relator diz que STF não tem de se envolver na questão do marco temporal

Supremo marcou para 7 de junho o julgamento sobre demarcação de terras indígenas

O relator da proposta que estabelece o marco temporal para a demarcação de terras indígenas (PL 490/07), deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA) [foto], disse esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) paralise o julgamento sobre o tema, marcado para 7 de junho.


Com a aprovação do PL, o deputado afirmou que a Câmara envia uma mensagem ao STF. “Estamos mandando ao Supremo nossa mensagem de Poder harmônico, mas, ao mesmo tempo, de Poder altivo, que respeita as prerrogativas dos outros Poderes, mas não pode aceitar que outros Poderes invadam a nossa prerrogativa”, declarou, em plenário, ao defender a proposta. “Esta Casa está cumprindo seu papel de legislar, que não é razoável que permanentemente a nossa autoridade, o nosso poder, a nossa prerrogativa legiferante seja suplantada por decisões do Supremo.”

O julgamento no STF foi suspenso em setembro de 2021, com um voto favorável e outro contrário ao marco temporal. A suspensão foi motivada por um pedido de vista feito pelo ministro Alexandre de Moraes. O projeto aprovado na terça-feira 30 na Câmara vai, agora, para votação no Senado.

Oliveira Maia afirmou que o texto do PL 490 se fundamentou na decisão do STF que julgou o caso da Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. No voto do relator, o então ministro Carlos Ayres Britto definiu a data da promulgação da Constituição de 1988 como o marco temporal para a demarcação de terras indígenas, declarou o parlamentar.

Segundo ele, a aprovação do projeto pela Câmara dos Deputados vai garantir segurança jurídica aos proprietários rurais, inclusive aos pequenos agricultores.

Editorial do Estadão: ‘Lula envergonha o Brasil’

Jornal criticou recepção do petista ao ditador Nicolás Maduro

Crystian Costa

Editorial do jornal O Estado de S. Paulo publicado nesta quarta-feira, 31, sobe o tom com o presidente Lula, por causa da recepção ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, no Brasil. Segundo o Estadão, o petista “envergonha o Brasil” com seus acenos ao chavista.

Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

“Depois de estender o tapete vermelho para Nicolás Maduro, pária mundial por razões óbvias, o petista declarou que o tirano venezuelano é um governante legitimamente eleito e que a Venezuela, portanto, é uma democracia exemplar”, observou o jornal. “Na opinião de Lula, todas as inúmeras denúncias de violações de direitos humanos, de manipulação das eleições e de perseguição a dissidentes e jornalistas naquele país não passam de ‘narrativa que se construiu contra a Venezuela’. Lula então sugeriu ao ‘companheiro Maduro’ que ‘construa a sua narrativa’, que ‘será infinitamente melhor do que a narrativa que eles têm contado contra você’.”

Adiante, o Estadão afirma que Lula se refere à União Europeia e aos Estados Unidos, quando fala “nossos adversários”. “Na ‘narrativa’ de Lula, americanos e europeus simplesmente ‘não gostam’ de Maduro, por puro ‘preconceito’, e por isso resolveram inviabilizar o governo chavista — e as agruras dos venezuelanos, com hiperinflação, escalada da miséria e da fome e êxodo de 7 milhões de cidadãos em poucos anos, seriam resultado das sanções internacionais, e não da ruína do país promovida pelo chavismo.”

Descarte irregular de óleo de cozinha entope rede de esgoto e dá prejuízo à Águas do Rio

Anualmente, a concessionária tem que fazer 13 mil desentupimentos, gerando transtorno a moradores, comerciantes e trânsito da região atingida


Patricia Lima

O óleo vegetal consumido nas casas e nos restaurantes da cidade e descartado, de forma indevida, tem gerado um grande transtorno às redes de coleta de esgoto do Rio de Janeiro.

Ao serem solicitados para atender a demandas por vazamento ou mau cheiro na rua, os técnicos da companhia de água e esgoto já sabem que, nas tubulações, irão encontrar uma massa consistente, que não é dissolvida com facilidade e que entope a rede de esgoto.

Brasil consume anualmente 3 bilhões de litros de óleo vegetal que, por desconhecimento ou comodidade, é jogado na pia ou no vaso sanitário. A Águas do Rio, concessionária da capital fluminense, teve que fazer 13 mil desentupimentos anuais em razão do descarte indevido.

Além de ser custoso, o desentupimento de uma galeria de esgoto é uma tarefa árdua. Na primeira ação é usado um caminhão hidrojato, com o qual os técnicos tentam desentupir a tubulação em baixo, com a pressão da água. Caso não consigam, devem quebrar o asfalto ou a calçada com britadeira, para substituir a tubulação danificada. A medida causa transtornos a moradores, comerciantes e ao trânsito da região atingida. Dependendo do caso, a operação pode levar até três dias, pois muitas vezes é difícil diferenciar o que é concreto e óleo.

terça-feira, 30 de maio de 2023

[Aparecido rasga o verbo] A prova do crime

Aparecido Raimundo de Souza

GLORINHA ENROSCA PENTELHO
tinha um ciúme danado do Frederico Língua de Gago. Chegava a ser doentio. Para alguns, algo anormal, fora dos limites e dos padrões de comportamento. Para outros, justificável a conduta dela, levando em conta que Frederico Língua de Gago não se fazia flor que pudesse ser cheirada. Por essa razão, volta e meia os dois entravam em atrito. Nessas ocasiões, as coisas acabavam em baixarias, ou seja, nos tapas e arranhões com direito a curativos, pontos e remendos na emergência do posto de saúde local.

Sabedor desse estado inconsequente e desesperador de Glorinha, um amigo do casal, o Confúcio Aloprado (lembrava o Albert Einstein naquela famosa foto com a língua de fora), numa atitude radical e meio bestificada resolveu botar lenha na fogueira só para ver o circo pegar fogo. Pensou em algo simples, que na prática, fizesse estragos a se perderem além horizontes. Como a casa de Frederico Língua de Gago vivia igual à de Mãe Joana, com gente entrando e saindo, a toda hora, passou a mão numa calcinha de sua mulher e partiu para a residência do amigo.

Não foi difícil levar à cabo seu intento cruel. Aconteceu domingo à tarde. Num intervalo em que a campainha tocou e Frederico correu a atender, Confúcio Aloprado ficou por alguns minutos sozinho na sala. Aproveitando a deixa, e reparando que a Glorinha se encarcerava, na cozinha, juntamente com a empregada Lucila, em passar um café novo, enquanto papeava animadamente com duas outras vizinhas, não perdeu tempo. Agiu rápido. Pendurou a dita calcinha no meio das cuecas de Frederico e outras peças da mulher dele que secavam num minúsculo varal contiguo à lavanderia.

Depois desse ato impensado e, diga-se de passagem, “mau” feito, amargou umas duas horas antes de se despedir do amigo e do outro rapaz que chegara e, logicamente, da esposa. Queria ver porrada e sangue. Contudo, naquele final de tarde, a coisa despercebeu à companheira, e, ele, não teve como se regozijar, de camarote, vendo a desgraça do outro tomar corpo e forma. Pelo menos, dia seguinte, se imbuiria de muita elasticidade emocional para aguentar os desabafos e choramingões do desditoso. Frederico Língua de Gago, além de pagar um baita mico, ficaria com o focinho em pandarecos de tantas unhadas e dentadas.

Estadão publica editorial com duras críticas ao STF

Jornal lamentou a postura de ministros da Corte e fez alerta

Cristyan Costa

O Estado de S. Paulo publicou um editorial nesta terça-feira, 30, com duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o jornal, os integrantes da Corte não têm tido postura adequada exigida pelo cargo.

Ao comentar a presença dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes em um churrasco promovido pelo presidente Lula no Palácio da Alvorada, o Estadão disse que ambos já deveriam saber que “toga não é traje esporte fino”. “É evidente que os dois ministros foram convidados não por suposta amizade com o presidente, e sim porque integram o STF, lugar por onde trafegam interesses do governo”, observou o jornal.

“Em particular, foi uma oportunidade para alinhar as bases após as medidas do Congresso que evisceraram o Ministério do Meio Ambiente e outros”, afirmou o Estadão. “O caso pode parar no STF. Como fica a percepção de independência dos ministros? Lula aproveitou para comunicar aos comensais que indicará seu amigo e advogado, Cristiano Zanin, para a vaga de Lewandowski.”

domingo, 28 de maio de 2023

Esquerda aprova ‘calabouço fiscal’, que pode arruinar o país com o apoio da direita burra e vendida

Geringonça econômica permite que o PT promova a gastança generalizada do dinheiro do trabalhador

Adrilles Jorge

Você sabe o que diabos é este famigerado arcabouço fiscal que o governo petista aprovou e que provavelmente vai arruinar o país? É simples de explicar, ao contrário do que dizem alguns economistas. Uma dona de casa sabe que não pode gastar mais do que a casa ganha, certo? Senão ela se endivida, atrasa o aluguel, o supermercado… Senão os credores vão atrás dela, as contas ficam no vermelho, os credores vêm atrás, os juros de suas dívidas vão aumentando, as contas ficam no vermelho. E para pagar os custos dos filhos, da casa, da água, da luz, do mercado, ela contrai mais dívidas, mas como fica com fama de má pagadora, ninguém quer dar mais dinheiro pra esta mulher. Bem simples e trágico. 

Foto: Ricardo Stuckert

Assim, da mesmíssima forma, ocorre com um governo de Estado. Só que piorado: um governo não faz dinheiro. Recebe dinheiro do contribuinte, leia-se, do pagador te impostos, do dinheiro que você produz, dileto leitor trabalhador brasileiro. É você quem sustenta o Estado brasileiro. Daí, com a aprovação da gastança generalizada deste arcabouço fiscal, o governo pega o seu dinheiro e promove gastança generalizada com pagamento de 37 ministérios e inúmeros funcionários públicos, aumentando imposto de empresário, desestimulando o empresário a gerar emprego e trabalho — porque é obrigado a pagar três vezes o salário do empregado ao Estado. Empresário aqui digo o dono de boteco, o dono de padaria, de mercado de esquina, o médio e micro empreendedor que é eternamente demonizado por todo governo de esquerda do Brasil e do mundo. Empresário é justamente quem alimenta o mercado de trabalho, e o Estado que o sacaneia sugando seu dinheiro até o osso — a ponto de o empresário desanimar de vez de empreender e deixar justamente de gerar o emprego que o povo precisa. 

Onde é?

Foto: Rafa Pereira

[As danações de Carina] Perguntas e respostas que nos fazem parar e pensar

Carina Bratt  

NUMA REUNIÃO EM FAMÍLIA, um jovem na esteira dos seus poucos anos de espantos e tribulações, perguntou, a seus pais, tios e avós, como eles conseguiram viver num ‘ontem’ sem as comodidades encontradas nos  dias de hoje, ou seja, como não sucumbiram num mundo antigo e retrógrado, sem as cores ou as perspectivas, sem as ruas asfaltadas, sem os trens balas, sem os metrôs subterrâneos e outros inventos de tirarem o fôlego, e, por conta de todo esse rebuliço infernal, em dias de elevados sufocos e inquietações, amarguras e turbulências, como explicariam, em detalhes, o que é, ou o que foi verdadeiramente feito de uma palavrinha esquisita chamada carinhosamente de ‘PASSADO?’.  

O garoto foi mais longe e se atreveu a indagar como seus consanguíneos se divertiam sem a febre maldita da televisão, sem o Wi-fi, sem a tecnologia que batizaram de ponta? Pior, como sobreviveram sem as comodidades da internet, sem o auxílio dos computadores, sem os drones rasgando o céu, sem os smartphones? Como faziam para se comunicarem sem o Facebook, sem o Twitter, sem o You Tube, sem o WhatsApp, sem o MSG, Instagram e o Netflix?  

— ‘Me expliquem -, continuou o guri, ávido e sedento -, para que eu entenda, como venceram barreiras, como chegaram até os meus dias de agora, sem as praças chamativas das alimentações as mais diversificadas? Me mostrem como rolavam os finais de semana sem os brinquedos eletrônicos disfarçados de gatos, cachorros, macacos, elefantes movidos a controles remotos que hoje atrapalham os corredores dos ‘paradisíacos centros de ajuntamentos de pessoas?’.  Franzindo o cenho, o pequeno moleque curioso, seguiu adiante: como se vestiam sem as marcas de roupas e sapatos famosos, sem as fabulosas lojas de departamentos que cotidianamente nos consomem e nos sufocam?...’’. 

 — ‘Mesmo soco na barriga, como vocês viajavam para outras cidades e países além-mares insondáveis sem os modernos aviões cortando o infinito; como se deleitavam não estando ao dispor os ônibus de dois andares e os regalos dos tais carros elétricos?  Como engoliam o dia a dia atrelado às futilidades e bobices, como alimentavam as calorias a as fragrâncias do ‘Amor’ para que ele se mantivesse robusto e indestrutível e não sucumbisse ou esfriasse amputado e sem o empolgamento e o entusiasmo nas suas melhores formas de entendimento...?’’ 

sexta-feira, 26 de maio de 2023

[Aparecido rasga o verbo] O defunto inesperado

Aparecido Raimundo de Souza 

O LADRÃO RESOLVEU
assaltar a funerária do bairro. Estivera sondando a loja de souvenirs cadavéricos quase uma semana, e, na sua busca, descobriu que, por dia, em média, de dez a doze corpos depois de preparados por funcionários especializados, partiam despachados para o cemitério com todas as pompas e regalias a que tinham direito, e, em paralelo, seus familiares desembolsavam uma boa soma em dinheiro em nome da memória e da última vontade do “de cujus”.

Depois de pesar prós e contras, de filmar a movimentação e o entra e sai intermitente dos carros que traziam os restos mortais dos hospitais das redondezas e logicamente das pessoas aflitas em busca da eterna morada para seus entes queridos, decidiu que a sua hora de agir havia dado sinal verde. Optou pelo melhor horário, ou aquele após às dezenove horas, quando o entra e sai se fazia demasiadamente ralo e nenhum vivente estaria por perto espreitando seus passos a ponto de atrapalhar seus planos maldosos na derradeira hora de dar o bote certeiro nas finanças da empresa.

Antes de se pôr em movimento, acendeu um cigarro – deu duas longas tragadas e voltou a perscrutar para os lados, intencionando se certificar de que não cairia numa possível emboscada da qual não conseguisse sair ileso e vitorioso. A barra se fazia calma e tranquila. Limpa e cristalina. Aproveitou também para observar se o revolver, sobre a camisa, aguardava às suas ordens em ponto de bala, se caso necessário. Tudo nos conformes. Atravessou a avenida sem pressa de chegar ao objetivo almejado. Naquele horário, o vai e vem diminuía consideravelmente. Do lado da calçada onde se posicionara, apenas um barzinho vazio com dois bêbados diante de copos com cervejas pela metade.

Em contíguo à loja fúnebre, uma gráfica, uma vitrine de roupas infantis, uma banca de jornais e um salão de beleza. Todos com suas movimentações encerradas. Nos demais prédios ao longo da alameda, predominavam apartamentos e quitinetes com grades nas portas e janelas. De certa forma, em face de estar num bairro praticamente dormitório, essa condição de calmaria e pouca gente transitando, ajudaria naquilo que ele pretendia pôr em prática. Assim pensando, cruzou de uma margem à outra. Em frontal, bateu com os nós dos dedos na corrediça envidraçada.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

[Fotografando por aí] Estimação

Novo Leblon, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, 25 de maio de 2023, foto: JP

[Fotografando por aí] Linha de Sintra

Foto: JP, abril de 2023

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Na sombra 
Primavera 
[Fotografando por aí] Cadeira

[Daqui e Dali] Ser alguém

Humberto Pinho da Silva

Quando era adolescente e andava na escola, meus pais, muitas vezes, diziam-me: "Estuda, para vires a ser alguém!" Mas eu não entendia bem o que era ser "alguém".

Envelheci, passei sarilhos e cadilhos, meditei e observei a vida, não com olhos de quem a vive, mas como mero espectador, e conclui: ser "alguém", para muitos, é entrar numa Faculdade. Obter licenciatura. Alcançar cargo de relevo e auferir milhões.

Entra-se na escola não para se instruir e adquirir cultura, que possa servir a sociedade, mas para se sobreviver nesse mar encapelado, que é a coletividade e, se possível, vir a ser… "Alguém".

Logo que se dá os incipientes passos, pretende-se que o menino seja o melhor e superior aos condiscípulos da escolinha. Assim se inicia, na escola, a ser "alguém".

Se, por infelicidade, fraqueza de memória ou estranha psicose, fracassa, começa a ser… "Ninguém".

No correr dos anos o "Alguém" forma-se, obtêm o pomposo título de "doutor", não para servir, mas para ser servido. Alguns, ainda alimentam o desejo (sádico?) de mandarem e humilharem os "Ninguém" Há, felizmente, muitas honrosas exceções.

terça-feira, 23 de maio de 2023

[Livros & Leituras] A Ucrânia e a Rússia – Do divórcio civilizado à guerra incivil

De Paul D’Anieri, Relógio D’Água Editores, março de 2023.

Esta obra apresenta uma análise profunda, revista e atualizada da guerra em curso na Ucrânia. Nela, Paul D’Anieri aborda as dinâmicas no interior da Ucrânia, o conflito entre a Ucrânia e a Rússia e entre a Rússia e o Ocidente alargado, que emergiu do colapso da União Soviética e resultou na invasão russa de 24 de fevereiro de 2022.

Numa sequência cronológica, o autor mostra como a separação da Ucrânia e da Rússia em 1991, na época designada por divórcio civilizado, levou a um dos mais violentos conflitos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

D’Anieri considera que, nesta evolução, pesaram sobretudo três fatores, a saber: a questão da segurança, o impacto da democratização na geopolítica e os objetivos incompatíveis surgidos na Europa no pós-Guerra Fria.

E à página 440 o autor conclui:

A conclusão geral do presente livro é que as causas do conflito eram profundas e mantêm-se persistentes. Assim, solucioná-lo será difícil. Quando Radoslaw Sikorski criticou a “atitude à século XIX da Rússia” relativamente à segurança em 2013, salientou um aspecto importante: a Rússia procura uma ordem baseada na superioridade das grandes potências, que foi geralmente aceite no período anterior à Primeira Guerra Mundial. O Ocidente rejeita esta ideia, insistindo, ao invés, numa ordem baseada numa combinação de democracia e instituições internacionais.

[Aparecido rasga o verbo] Apagão

Aparecido Raimundo de Souza 

NÃO ERA A PRIMEIRA VEZ que aquilo acontecia com ele. Vinha pela rua, cabisbaixo, fumando seu cigarrinho. De repente, uma jovem dos cabelos compridos, pintados de vermelho, um sorriso encantador no rosto de princesa, lhe estancou os passos no exato momento em que parava numa banca para comprar um jornal:
— Garcia, há quanto tempo! 

Garcia olhou para a pessoa que lhe chamava pelo nome e tentou se lembrar de onde a conhecia:
— Verdade. Faz bastante tempo mesmo!
— Por que não foi mais lá em casa?
— Falta de tempo.

Naquele momento, pela segunda vez, falhava a memória. Garcia não conseguia se recordar daquela moça bonita, parada, ali, na sua frente, os dentes muito brancos, um corpo perfeito cheio de curvas pecaminosas.

Coisa de uma semana, Garcia vinha passando por esse desconforto. As pessoas se encontravam com ele e o desditoso não conseguia atinar de onde as tinha visto anteriormente. Por mais que se esforçasse, dava um branco. Zerava tudo dentro da sua cachola. Pensou com seus botões:
— Pai Amado! Agora, com essa joia rara, a coisa se repete. Que pedaço de mau caminho, essa guria e eu não faço a mínima idéia de onde a vi em vezes anteriores...
A beldade, sem se dar conta do problema, seguiu adiante:
— Como vai dona Bárbara?

Dona Bárbara era a mãe dele:
— Bem, graças a Deus.
— E seu pai, o velho Juvenal?
— Firme, forte e rijo.
— E a menina Glorinha?
— Casou!
— Casou? Nossa, não diga! Acaso com Bartolomeu?

— Não, com o Zeca.
— Com o Zeca?
— Pois é. Para você ver como são as coisas.
— E o Bartolomeu?
— Escafedeu do pedaço.
— Nossa! Glorinha casou com o Zeca! Quem diria!...
Garcia seguia dissimulando a aflição que o invadia. Estava passado. Realmente, não recordava daquela figura tão fogosamente bela e exuberante.

[Livros & Leituras] Fables, de Jean de la Fontaine

Illustrations de Gustave Doré. Kontre Kulture, octobre 2022, 600 páginas.

Les Fables de La Fontaine ont bercé notre enfance. Tous, nous citons parfois, sans toujours savoir de quel texte elle est tirée, une rime, une maxime, une morale des Fables. Et nous oublions que derrière ces strophes, qui appartiennent à notre patrimoine commun aussi sûrement que les châteaux ou les vignobles de France, il y a un homme, et même souvent deux. L’un français, né en 1621, l’autre grec, né vers 620 avant J.-C.

En effet, le premier recueil, composé de six livres, parut sous le titre de Fables d’Ésope mises en vers par M. de La Fontaine. Mais il s’inspira aussi d’Horace, de Tite-Live, d’Hippocrate, de Phèdre et de bien d’autres auteurs de l’Antiquité, de récits animaliers médiévaux et même de textes orientaux, notamment issus de la tradition indienne.

Particulièrement présente dans le premier recueil dédié au Dauphin Louis de France, alors âgé de sept ans, la fonction éducative de ces textes est essentielle pour l’auteur lui-même : « Je me sers d’animaux pour instruire les hommes » dira le fabuliste. Dès le début du XVIIIe siècle, ces apologues sont utilisés comme support d’enseignement par les jésuites et les précepteurs privés, et deviennent, à partir de la IIIe République, des incontournables de l’école primaire.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Estadão afirma que ‘revanchismo’ se consolida como política do governo Lula

Jornal disse que o PT não tem rumo, ideias nem base no Parlamento

Cristyan Costa

O jornal O Estado de S. Paulo afirmou nesta segunda-feira, 22, que o “revanchismo” se consolida cada vez mais como política do governo Lula. A postura da gestão petista diante da cassação do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) é citada em um editorial.

“Ante a decisão da Justiça Eleitoral de cassar o mandato do deputado Deltan Dallagnol, por supostamente não atender aos requisitos da legislação eleitoral, um lacônico ‘nada a declarar’ seria a única resposta desejável de um governo responsável e cônscio de que não há tempo a perder para congregar forças aptas a enfrentar os desafios do país”, observou o Estadão. “Mas, ao invés disso, o governo petista, como se fosse liderado por crianças pirracentas, encontrou tempo para empregar a máquina do Estado para fabricar memes tripudiando seu desafeto.”

Adiante, o Estadão constata que, em vez de “jogar água na fervura, o governo sopra a brasa”. “A euforia juvenil ante os revezes de adversários como Dallagnol sugere nervosismo e até mais: uma estratégia calculada”, disse o jornal. “O governo se inclina cada vez mais a apelar à emoção, ao passado e à polarização para justificar sua presença no Planalto como um muro de contenção à barbárie bolsonarista. Mas essa cortina de fumaça não disfarça a realidade da falta de rumo, de ideias novas e de base. Neste vácuo, o revanchismo se consolida cada vez mais como política de governo.”

Muro de São Januário é pichado com protestos contra Barbieri, Salgado e 777 Partners

Maurício Barbieri, Jorge Salgado e a 777 Partners foram alvos do protesto da torcida do Vasco, com pichações no miro de São Januário.

França Fernandes

Após a derrota para o São Paulo por 4 a 2, no Morumbi, o muro de São Januário foi pichado ainda na noite do último sábado. O técnico Maurício Barbieri, o presidente Jorge Salgado e a 777, empresa dona da SAF do Vasco, foram alvos do protesto.

As frases “Fora Barbieri” e “Fora Salgado e 777” foram pichadas no estádio do Vasco. As imagens foram publicadas pelo perfil “Gol do Vascão” nas redes sociais.

Rio terá semana de céu ensolarado e sem chuvas

Desta segunda (22) até o próximo sábado (27), temperaturas na capital fluminense variarão de 15 a 31 graus

Raphael Fernandes

Os cariocas que gostam céu ensolarado podem comemorar! Isso porque esta semana será de tempo firme e sem chuvas no Rio de Janeiro.

Foto: Rafa Pereira

De acordo com o site especializado ”Climatempo”, desta segunda-feira (22/5) até o próximo sábado (27/5), a as temperaturas na capital fluminense variarão de 15 a 31 graus, com predominância de sol, apesar de momentos de nebulosidade. Já a umidade do ar ficará entre 55% e 85%.

Vale ressaltar que a previsão é que só volte a chover na Cidade Maravilhosa em 31/5, justamente o último dia do mês.

Título e Texto: Raphael Fernandes, Diário do Rio, 21-5-2023

Rodrigo Marcial: “O que temos são direitos à expressão, à associação e ao voto”

Sinto a necessidade de escrever estas palavras, não apenas para minha segurança, mas em defesa da minha família e de todos os brasileiros que ecoam suas vozes nas ruas contra os abusos de Brasília. Sim, @alexandre e @STF_oficial, nós vamos nos manifestar. Não, @gilmarmendes, não temos gérmen de fascismo.

O que temos são direitos à expressão, à associação e ao voto, garantidos pela Constituição supostamente em vigor. Não estamos ligados a qualquer atividade criminosa, ao contrário de tantas figuras que parecem ser beneficiadas pelas cortes superiores.

Nossa causa é pacífica e constitucional. Não somos responsáveis por condutas de infiltrados que tentem macular nossas intenções.

Em vez de criminalizar as liberdades dos Brasileiros, contribuam com mais transparência, prudência e respeito ao texto legal e constitucional. E se ainda lhes sobra alguma consciência, ajudem-nos a construir um Brasil mais forte e justo, em que nossos direitos são respeitados. Que devolvam o mandato do @deltanmd e que essa publicação sirva simbolicamente como um Habeas Corpus Preventivo, para mim e para todos os Brasileiros, para que possam, hoje e sempre, exercer a sua sagrada liberdade.

Texto: Rodrigo Marcial, Twitter, 21-5-2023 

domingo, 21 de maio de 2023

Ausência

Generoso(a) Leitor(a):

Saudações! 😉

É o seguinte: a nossa “equipe” estará viajando entre os dias 22 e 30 de maio (inclusive).

Já estamos com saudades!

Abraços e beijos de carinho./-



Aeroporto do Galeão mantém bebedouros desligados mesmo após fim das restrições; passageiros reclamam

Situação seria específica do aeroporto internacional do RJ, com outros Brasil afora já estando com os bebedouros liberados para utilização

Raphael Fernandes

No último dia 5/5, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19 não é mais tratada como uma emergência sanitária de status global. Apesar disso, algumas medidas de proteção seguem mantidas Brasil afora.

De acordo com informações da ”Rádio BandNews FM”, no Aeroporto Internacional Tom Jobim (GIG), principal porta de entrada de turistas estrangeiros no Rio de Janeiro, os bebedouros continuam desligados, o que tem gerado reclamações por parte dos viajantes.

Já o site ”Aeroin”, especializado em aviação, afirma que, percorrendo diversos aeroportos tanto em solo brasileiro quanto no exterior, a situação ocorre especificamente no Galeão.

Justificativas

Em nota enviada à imprensa, a concessionária RIOgaleão, que administra o aeroporto, afirma ter renovado metade dos bebedouros do terminal, dentro das áreas onde costumeiramente há maior circulação e fluxo de passageiros.

O consórcio formado pelas empresas Changi Airport e Group Novonor, por sua vez, diz que, até julho de 2023, todos os equipamentos serão renovados.

Título e Texto: Raphael Fernandes, Diário do Rio, 20-5-2023 

Vasco perde para o São Paulo por 4 x 2 e aumenta crise no Brasileiro

O Vasco da Gama perdeu para o São Paulo pelo placar de 4x2 neste sábado, no Morumbi, pela 7ª rodada do Brasileiro

França Fernandes

Em uma partida eletrizante no Morumbi, o São Paulo reencontrou o caminho das vitórias no Campeonato Brasileiro ao bater o Vasco da Gama, por 4 a 2, na noite deste sábado (20), pela sétima rodada.

A vitória, depois de dois empates seguidos no Brasileirão, manteve a invencibilidade do técnico Dorival Júnior – agora de nove jogos – e colocou o Tricolor na sétima colocação, com 12 pontos.

Já o Vasco estacionou nos seis pontos e, sem ganhar há seis partidas, viu a pressão em cima de Maurício Barbieri aumentar. Na 16ª colocação, o clube pode terminar a rodada dentro da zona de rebaixamento.

Movimentado

O primeiro tempo no Morumbi começou com o Vasco da Gama criando as melhores oportunidades, mas esbarrando em Rafael. Efetivo, o São Paulo abriu o placar na sua primeira chegada. Aos 24 minutos, Marcos Paulo cruzou rasteiro e Calleri se antecipou a Léo para desviar de carrinho.

L’ingénieur des poudres

Philippe Barthelet

Une nouvelle édition, plus complete, des oeuvres en prose de Fernando Pessoa nous rappelle que ce grand poète fut l’un des esprits les mieux faits de son époque


Je est un autre: Rimbaud péchait par modestie, Fernando Pessoa (1888-1935) a montré par son oeuvre que “Je” est une multitude d’autres, ceux qu’il appelle ses “hétéronymes”. Pessoa, soit “personne” en portugais, n’est que le premier d’entre eux, et qu’il soit le nom d’Ulysse jeté au Cyclope aveuglé n’est pas le moindre signe d’une vocation de martyr de l’écriture, c’est-à-dire de pur témoin.

Le mythe qui fait d’Ulysse le fondateur de Lisbonne était à l’oeuvre auz terrasses des cafés, où ce célibataire sans apparence cachait l’un des plus grands écrivains de son siècle.

Voici le premier volume d’une nouvelle édition chronologique, plus compl`te, établie para M. José Blanco, de ses oeuvres en prose dispersées dans les journaux et revues (1912-1922), où l’on trouve des textes de première importance comme le Marin, «drame statique en un tableau», ou la première version de son Banquier anarchiste, qui devrait être le bréviaire de tout homme qui a le courage d’être logique.

[As danações de Carina] Um dia, eu vestida de abandono

Carina Bratt 

HAVIA UM SOL mágico e feiticeiro, travesso e finório, que se escondia em meus olhos e refletia a minha alma em flor fazendo com que todas as conexões de minhas artérias desaguassem numa cachoeira de felicidade incalculável e ludicamente plena. De contrapeso, uma cantiga que lembrava momentos de minha infância cheia de letrinhas de sopa e uma ternura ensaiando nascer ao menor toque. Nessa hora eu me via vestida numa menina com todas as idades, mas sem a idade correndo na adulta que fluía escorregadia dentro de mim. 

Não posso me esquecer da ponte de madeira em arco sobre um riacho de águas cristalinas, bem ainda de uma família em festa constante, todos acomodados ao redor de uma mesa enorme e farta, todavia, sem bolo cantando parabéns... e lá longe, lá bem distante, do outro lado dessa ponte, morava uma casinha pobre com varanda de alvenaria, janelas brancas com carrancas e portas de alumínio cercadas de flores silvestres, flores impecáveis  que sorriam um sorriso eterno, sem rugas e sem manchas,  para o azul de um firmamento imenso que se alongava para além do horizonte intransponível. 

Não posso deixar de falar num cachorro de estatura pequena, desses vira-latas magros, sem nome, ou certidão de nascimento, sem um pedaço do rabo, que dormia largado ao pé de uma jaqueira enorme, enquanto bem mais além, lá para as bandas do caminho do trem que cortava o agreste da vegetação, se ouvia a voz cálida de um vento terno que dançava ao som das larguras que se perdiam onde as vistas não fixavam alcançar. Tudo isso me vem à memória, assim do nada, como se ‘meu eu interior’ fosse levado por duendes encantados fugidos de algum livro dos Irmãos Grimm.  

[Antigamente] Fantasminha



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Onde é?

sábado, 20 de maio de 2023

Trump e o conluio com os russos

O que o relatório de Durham, com cerca de 300 páginas, mostra de forma inequívoca é que o FBI sabia muito bem que pisavam em terreno pantanoso e, mesmo assim, decidiram seguir adiante

Rodrigo Constantino

Esqueçam Watergate! O escândalo que forçou a renúncia de Nixon foi fichinha perto do que temos diante de nós hoje. Com o relatório de John Durham sobre as origens da investigação do FBI sobre o suposto conluio de Trump com os russos, o que vem à tona é possivelmente algo sem precedentes na história dos Estados Unidos.

Imagem: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

O ex-procurador-geral dos Estados Unidos William Barr disse, durante uma entrevista nesta semana, que o relatório do conselheiro especial Durham a respeito das origens da investigação do FBI sobre o ex-presidente Donald Trump “vingou” o ex-presidente e que Trump estava certo desde o início em relação ao que a esquerda estava tentando fazer com ele.

O relatório de Durham descobriu que o FBI não tinha evidências para apoiar o lançamento da investigação e encontrou diferenças “sensatas” no modo como o FBI abordou a investigação de Trump em comparação com outras investigações politicamente sensíveis. “Não vamos esquecer qual era a mentira. A mentira era o Russiagate”, disse Barr [foto]. “A mentira era que havia conluio. Não havia nada para apoiá-lo.” 

‘Missão dada, missão cumprida’

O cenário de absoluta promiscuidade jurídica no Brasil deixa bem claro que Deltan não foi apenas cassado. Ele foi também caçado

Ana Paula Henkel

A ditadura do Judiciário, agora claramente estabelecida no Brasil, tem a sua mais nova vítima: o deputado Deltan Dallagnol.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou na noite de terça-feira, 16 de maio, o mandato do ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba que se elegeu deputado federal em 2022 pelo Estado do Paraná com mais de 344 mil votos. O julgamento que cassou Dallagnol teve como relator o ministro Benedito Gonçalves, sim, aquele dos tapinhas na cara. 

Foto: José Alberto/STJ

O relator companheiro de Lula foi o único a votar de facto. A leitura do voto, que durou cerca de 40 minutos e que teve decisão proferida em escandalosos 66 segundos, retratou a tese de que Dallagnol tentou burlar a Justiça ao deixar o Ministério Público durante o período em que, segundo o magistrado, respondia a processos administrativos que poderiam resultar em condenação, transformando-o em “ficha suja”. O ministro que recebe tapinhas na cara (de pau) em público de ex-presidiário afirmou que o que Deltan fez foi apenas uma “manobra para driblar a inelegibilidade”.

O cenário de absoluta promiscuidade jurídica no Brasil deixa bem claro que Deltan não foi apenas cassado. Ele foi também caçado. A sanha autoritária que tomou conta do Brasil há alguns anos, e que firmou passos rápidos desde 1º de janeiro de 2023 com a posse do corrupto favorito do STF, deixou claro nesta semana que cassará — e caçará — todos aqueles que são e foram contra o sistema. A tal ditadura que disseram que Jair Bolsonaro implementaria no Brasil, com censura e perseguições políticas, não aconteceu durante os quatro anos de seu governo, mas finalmente chegou. 

Mais um avanço da ditadura

A cassação do mandato do deputado Deltan Dallagnol foi mais um passo em direção ao projeto de poder da frente autoritária liderada pelo PT

J. R. Guzzo

O que mais chama a atenção no governo Lula, até agora, não é propriamente a sua ruindade terminal. Nenhuma surpresa, aí, quando se leva em conta que sempre esteve disponível para qualquer brasileiro de bom senso o conhecimento de que ele iria fazer o pior governo da história do Brasil — pior que o dele mesmo, quando esteve lá durante oito anos, e pior talvez até que o governo da sua criatura Dilma Rousseff. Ele não está na Presidência da República, obviamente, porque a maioria do eleitorado descobriu suas virtudes ocultas, nem porque ficou encantada com a excelência dos seus projetos de governo, mas porque foi colocado lá pelo TSE — nas eleições mais obscuras que o Brasil já teve desde os tempos do “bico de pena”, quando a única coisa que realmente tinha importância era quem contava os votos. 

O que não se mediu direito, na contratação dessa calamidade, foi a pressa de Lula e de quase todos os que tem à sua volta em destruir o Brasil como ele é hoje. Eles estão convencidos de que, tendo chegado lá do jeito que chegaram, têm toda a possibilidade de não sair nunca mais — e para não sair nunca mais terão de mudar o regime. Tem de acabar esse que está aí, com regras básicas de democracia, um sistema econômico capitalista e mais um monte de outros estorvos. Em seu lugar, querem impor alguma coisa que ainda não sabem direito o que é, mas é muito parecida com isso aí que estão fazendo todos os dias — e com Lula na posição de presidente vitalício.

Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

A esquerda, os intelectuais e o Brasil “que pensa” acham um absurdo quando ouvem isso — exagero, dizem, “bolsonarismo”, coisa de direita. Mas não é mais sobre Bolsonaro, e já faz tempo que não é. É sobre a criação de uma ditadura no Brasil, e os exemplos concretos estão aí todos os dias e na frente de todo o mundo. O último, e um dos mais violentos até agora, foi a cassação do mandato do deputado Deltan Dallagnol, promotor-chave na Operação Lava Jato, pela polícia eleitoral de Lula e do PT. É a prova mais recente de que eleições não são mais um problema para o projeto de ditadura; enquanto existir TSE, a “Justiça Eleitoral” vai funcionar como um serviço de atendimento aos extremistas de esquerda que mandam no governo. 

Campello se coloca contra SAF e questiona se Vasco será ‘colonizado’ pela 777 Partners

Para o ex-presidente Alexandre Campello, o Vasco da Gama e outras SAFs do Brasil serão apenas espécies de filiais de outras do exterior

Willams Meneses

Ex-presidente do Vasco da Gama, Alexandre Campello [foto] não foi a favor da SAF e voltou a falar sobre o tema esta semana, em participação no podcast Fora de Jogo. Para ele, um clube grande, do poder de engajamento do Gigante, não precisa vender o futebol e citou o exemplo do Fluminense.

– A gente tem acompanhado clubes grandes endividados e que sobrevivem até hoje, não quebram, não fecham as portas. Me diz um que aconteceu isso? Nenhum. Temos no Rio de Janeiro o exemplo de um clube que tinha mais dívidas do que o Vasco e que hoje está numa situação boa desportivamente, que é o Fluminense, e nem por isso virou SAF. O que fizemos nesses três anos de gestão, sendo um de pandemia, foi criar condições para que o Vasco saísse dessa situação – explicou o ex-mandatário.

Muito criticada à época, Campello acredita que sua gestão estava deixando o Vasco no caminho certo para a recuperação, como dizia o próprio nome da sua chapa, ‘No Rumo Certo’, quando tentou a reeleição em 2020. Entretanto, o ex-presidente tem a convicção de que Jorge Salgado rebaixou e manteve o Gigante na Série B de forma proposital para ter respaldo para a SAF e citou uma comissão milionária.

– O Vasco estava muito bem encaminhado, entretanto, havia interesses em vender o Clube. Por isso o derrubaram o time assim que assumiram (gestão de Jorge Salgado), mantiveram na segunda divisão e venderam. Você sabe qual é a comissão sobre a captação de recursos? Se não falha a memória é algo em torno de 4%. Sabe quanto é 4% de R$ 700 milhões? São R$ 28 milhões – destacou Campello.

Motivos para ser contra

O ex-presidente ainda explicou os motivos para ser contra a SAF. Embora reconheça que, a curto prazo, com a injeção de dinheiro, seja uma boa opção a curto prazo, ele não vê com bons olhos quando se trata de longo prazo. No caso da 777 Partners em específico, Campello cita que o grupo tem outros times e apontou que SAFs do Brasil serão ‘colonizadas’, tendo o papel apenas de fornecer talentos para fora.

[Pernoitar, comer e beber fora] Restaurante Henriqueta, no Leblon, comemora um ano de funcionamento, na próxima quarta-feira

Com um cardápio especial, a noite de celebração contará com uma programação de fados executada pelo guitarrista Victor Lopez

Patricia Lima

A tasca Henriqueta, localizada na Rua Aristides Espínola, nº 121Leblon, comemora um ano de atividades, na próxima quarta-feira (24), com um cardápio especial composto de comidas típicas portuguesas. A noite de celebração terá abertura às 20h, com a apresentação de fados comandados pelo guitarrista Victor Lopez, um dos poucos especialistas da guitarra portuguesa no Brasil. Os comensais ganharão uma taça de vinho de boas-vindas.

Foto: Tomas Velez

O menu, que será fechado (R$169), será preparado pelo chef Carlos Gleyson e chegará em três tempos. Nas entradas serão servidos Pastel de Pato com Piripiri; Bolinho da Serra da Estrela e Camarão à Bulhão de Pato. Como prato principal, será servido o clássico Bacalhau à lagareiro com alho laminado, azeitonas e páprica acompanhados de batatas ao murro e brócolis cozidos. Para as sobremesas, os celebrantes terão o trio conventual de Toucinho do Céu, Algarvio e Petit Belém.

As reservas podem ser feitas por telefone (21) 3429-6623 ou WhatsApp (21) 97292-8151.

[Versos de través] Canção do Exílio

Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Arte do Cuidar receberá doze convidados

A nossa novidade! 🥳

Reunimos doze profissionais de excelência de várias áreas de atuação na saúde, na qual agradecemos desde já por terem aceite o nosso desafio.

Vamos falar com todos eles individualmente, uma vez por semana às 21horas.

📍A partir do dia 31 de maio, iremos realizar várias lives no Instagram onde debateremos a importância de cada profissional, na saúde de todos os portugueses.

Alguns dias antes, iremos também colocar uma caixa de perguntas para poderem questionar o que quiserem a estes profissionais. 🗨

Estamos muito entusiasmados por partilhar esta novidade com todos vocês.

Contamos convosco? 🙌

A Arte do Cuidar, Facebook