segunda-feira, 8 de maio de 2023

Fórmula de guerra


Luís Naves

Em muitas opiniões sobre a guerra da Ucrânia, a lógica dos autores é de que a paz só é possível se os russos se retirarem dos territórios ocupados, incluindo Crimeia, se houver mudança de regime e julgamento internacional dos responsáveis do Kremlin, além de pagamento de indenizações e libertação dos povos oprimidos do império russo. Nesta receita de guerra eterna, os ucranianos fornecem a carne para canhão.

O Ocidente não parece ter uma fórmula que permita a paz, mas também não tem solução para a vitória. A UE prepara-se para novo pacote de sanções contra a Rússia (11º), embora em alguns países esteja a crescer a onda eleitoral do ricochete destas sanções (na Eslováquia ou Bulgária, por exemplo). Até agora, as medidas foram um fracasso.

Em março, a Rússia vendeu 8,1 milhões de barris de petróleo por dia, mais 600 mil barris diários do que no mês anterior. A UE ainda discute o que fazer com os diamantes e também se sabe que mais de 90% das empresas de países do G7 que iam abandonar o mercado russo ainda andam por lá. Isto é sobretudo um conflito sobre acesso a recursos (minerais, alimentos, energia).

Nunca se percebeu qual era a estratégia americana, muito menos a estratégia europeia. Alguns queriam sangrar a Rússia, outros derrubar o regime de Vladimir Putin, todos sonhavam com o controlo das imensas riquezas. Na prática, apenas criaram um bloco hostil que no futuro terá poucas ligações com os países Ocidentais. Moscovo vira-se para a Ásia.

Título, Imagem e Texto: Luís Naves, Delito de Opinião, 8-5-2023

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