Luís Naves
Em muitas opiniões sobre a
guerra da Ucrânia, a lógica dos autores é de que a paz só é possível se os
russos se retirarem dos territórios ocupados, incluindo Crimeia, se houver
mudança de regime e julgamento internacional dos responsáveis do Kremlin, além
de pagamento de indenizações e libertação dos povos oprimidos do império russo.
Nesta receita de guerra eterna, os ucranianos fornecem a carne para canhão.
O Ocidente não parece ter uma
fórmula que permita a paz, mas também não tem solução para a vitória. A UE
prepara-se para novo pacote de sanções contra a Rússia (11º), embora em alguns
países esteja a crescer a onda eleitoral do ricochete destas sanções (na
Eslováquia ou Bulgária, por exemplo). Até agora, as medidas foram um fracasso.
Em março, a Rússia vendeu 8,1
milhões de barris de petróleo por dia, mais 600 mil barris diários do que no
mês anterior. A UE ainda discute o que fazer com os diamantes e também se sabe
que mais de 90% das empresas de países do G7 que iam abandonar o mercado russo
ainda andam por lá. Isto é sobretudo um conflito sobre acesso a recursos
(minerais, alimentos, energia).
Nunca se percebeu qual era a
estratégia americana, muito menos a estratégia europeia. Alguns queriam sangrar
a Rússia, outros derrubar o regime de Vladimir Putin, todos sonhavam com o
controlo das imensas riquezas. Na prática, apenas criaram um bloco hostil que
no futuro terá poucas ligações com os países Ocidentais. Moscovo vira-se para a
Ásia.
Título, Imagem e Texto: Luís
Naves, Delito de Opinião,
8-5-2023
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