Pouco importa se tirar essas pessoas das
ruas é uma missão humanitária ou higienista. Dane-se a justificativa e a
qualificação, pois é a ação que importa. O que importa é reconhecermos que,
seja por um motivo ou pelo outro, esta situação não pode perdurar
Quintino Gomes Freire
Há algum tempo todas as mídias
gastaram tempo precioso falando do tal mendigo galã, o “uma mão no volante e
outra no carinho“. Este assunto inútil já caiu no ostracismo (ainda bem).
Esse episódio infeliz foi mais um passo para romantizar aquilo que todos nós
deveríamos lutar para erradicar. A mendicância é a desumanização, um estado
infeliz de ser em que nenhuma pessoa deveria estar.
Eu sempre digo que há 5 tipos
de mendigos:
·
o que não têm como voltar para casa após o
trabalho;
·
os que não têm família e renda;
·
os loucos;
·
os drogados;
·
os criminosos.
Os dois primeiros são um trabalho para a assistência social, que deve assisti-los e que por sua própria natureza têm grandes chances de sair da situação degradante em que se encontram; os dois últimos para a polícia. Os do meio, um pouco de cada. E é bom deixar isso claro, até para que o Poder Público possa otimizar seu trabalho, se é que estão de fato preocupados com isso.
E quando falo em drogado, não
são apenas drogas de baixo potencial como maconha, e sim mais ainda aquelas
pesadas, como o crack, droga que tira a consciência da pessoa, que o torna
escrava da pedra. E muitas vezes este ‘cracudo’, como são chamados por todo
mundo menos pela imprensa politicamente correta, acaba caindo inicialmente para
os pequenos crimes e muita vezes chega à violência de fato. Praticamente todos praticam crimes contra o patrimônio público ou particular. Não
adianta tapar o sol com a peneira. São eles os maiores responsáveis pela
depredação do bem público e privado, cometendo pequenos furtos para comprar sua
próxima pedra; roubando grades, ferros, maçanetas, portas, hidrômetros….e muitas vezes ameaçando
com violência pedestres e motoristas desavisados. Usam facas, atacam turistas;
com cacos de vidro, assustam freqüentadores de todas as regiões onde se
encontram.
Operação da PM apreende mais de 100 objetos cortantes com moradores de rua do Rio
Essa semana tivemos o caso de
uma mulher que foi ferida no pescoço por golpes de gilete de um destes mendigos
na Zona Sul (Urca). Será que ele nunca cometeu um ato violento antes? Será que
a romantização da mendicância não fechou os olhos das autoridades para isso?
Recentemente houve um esfaqueamento também na Zona Sul, o que fizeram as
autoridades? Praticamente nada, o problema continua e continuará. Uma outra
mulher foi atacada e gravemente ferida por um “catador de lixo” na porta de um
hotel em Copacabana. Esses ‘zumbis’ destroem o patrimônio, espantam os
turistas, arranham carros por nada, furtam corrimãos e até tubulações de gás, atacam trabalhadores e focam numa atividade que ameaça
principalmente idosos e mulheres.
Setores da política, talvez
por falta de pautas relevantes e factíveis, sai em defesa deles todas as vezes
em que são criticados. “Vítimas da sociedade”. Essas “vítimas” têm direito de
fazer mais vítimas? Esses setores não querem nem que sejam internados; acham
que eles têm passaporte livre pra destruir, pois seria, vítimas de uma
sociedade maligna que quer triturá-los em suas engrenagens. E, como sempre, não
combatem o problema de frente, talvez por ser mais fácil culpar um ente etéreo
e difuso como o capitalism do que entender que é preciso resolver o problema,
recolher esta gente toda à força sim, para que sejam tratados querendo
ou não. Não podemos continuar reféns destes zumbis até que nossa culpa
coletiva seja um dia expiada sabe-se lá como. É uma questão de sobrevivência,
economia e saúde pública.
Se vemos um crime bárbaro como
este cometido em alguns dos locais mais seguros da cidade, como ter um Rio se
recuperando? A luta contra a mendicância e contra a presença de bandidos,
ladrões, drogados e pessoas que não respondem por si próprias nas ruas deveria
ser a luta de nós todos, não importando a cor ideológica. Pouco importa se
tirar essas pessoas das ruas é uma missão humanitária ou higienista. Dane-se a
justificativa e a qualificação, pois é a ação que importa. O que importa é
reconhecermos que, seja por um motivo ou pelo outro, esta situação não pode
perdurar.
Título e Texto: Quintino
Gomes Freire, Diário
do Rio, 13-5-2023
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