Ex-coordenador da Lava Jato teve o mandato cassado na noite desta terça-feira, 16, pelo TSE
Rute Moraes
O ex-coordenador da operação Lava Jato Deltan Dallagnol se manifestou depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou seu mandato como deputado federal de forma unânime. A ação contra Dallagnol foi movida pela federação do PT.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
“344.917 mil vozes paranaenses
e de milhões de brasileiros foram caladas nesta noite com uma única canetada,
ao arrepio da lei e da Justiça”, disse Dallagnol. “Meu sentimento é de
indignação com a vingança sem precedentes que está em curso no Brasil contra os
agentes da lei que ousaram combater a corrupção. Mas nenhum obstáculo vai me
impedir de continuar a lutar pelo meu propósito de vida de servir a Deus e ao
povo brasileiro.”
O TSE decidiu que os
votos de Deltan Dallagnol devem ser distribuídos entre os demais candidatos a
deputado federal pelo Podemos do Paraná do ano passado. Nas eleições de 2022, o
ex-procurador da República foi o mais bem votado na disputa pelo cargo no
Estado.
O ministro Benedito Gonçalves, relator do caso, foi o único a votar de facto. Durante a leitura do parecer, o magistrado argumentou que Dallagnol tentou burlar a Justiça, ao deixar o Ministério Público durante o período em que, segundo Gonçalves, respondia a processos administrativos, e que poderiam resultar em condenação, transformando-o em “ficha suja”. “Manobra para driblar a inelegibilidade”, afirmou o integrante do TSE.
Depois da leitura do voto de
Gonçalves, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, perguntou se
alguém da Corte discordaria do entendimento do relator. Como ninguém se
manifestou, Moraes declarou que o tribunal decidiu por unanimidade cassar o
mandato de Dallagnol.
Além disso, o presidente do TSE
afirmou que a decisão deve ser ratificada de imediato, antes mesmo de
publicação do acórdão. Dessa forma, o integrante do Podemos encerra o dia já
com status de ex-deputado federal.
Na prática, como o quociente eleitoral não vai se alterar, a vaga dele fica com Luiz Carlos Hauly (PSDB) [foto], que já foi deputado federal por sete vezes e ficou com a primeira suplência da legenda.
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