quinta-feira, 4 de maio de 2023

Cortina de fumaça: PF na casa de Bolsonaro quer desviar foco da PL da Censura

Rodrigo Constantino

A PF realizou uma operação na manhã desta quarta (3) para investigar a inserção de dados falsos sobre vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi um dos alvos. A PF cumpriu um mandado de busca na casa dele e apreendeu o celular do ex-presidente. Na mesma operação, batizada de "Venire", o ex-assessor de Bolsonaro Mauro Cid foi preso.

Bolsonaro já disse que não se vacinou, e não precisava de cartão de vacina para entrar nos Estados Unidos como chefe de Estado. Tudo isso é muito estranho, claro, mas ninguém à esta altura deveria analisar o Brasil dentro de uma lente de normalidade institucional. O Brasil é um país que solta traficantes e devolve seus bens, incluindo helicóptero, inocenta Lula e Sergio Cabral de seus crimes de corrupção, mas prende o ex-assessor direto de Bolsonaro por uma suposta falsificação no cartão de vacina.

E nas redes sociais e na velha imprensa, muitos "jornalistas" comemoram. Alguns mencionam que Mauro Cid tem cara de quem, sob pressão, revelaria "tudo", ou seja, aplaudem o arbítrio para ver se encontram qualquer coisa concreta contra o ex-presidente, o que falhou até aqui. São esses os instrumentos de uma ditadura.

Nenhuma tirania foi implantada sem a conivência dos "moderados" que desejavam algum interesse imediato. Achar normal uma operação dessas num país que não tem mais qualquer preso da operação Lava Jato e tem Lula presidente após malabarismos é uma piada de mau gosto. Os bandidos venceram, eis o fato. Perdeu, mané.

E eis que, num passe de mágica do Xande, cujo inquérito é elástico ao infinito para caber absolutamente tudo, o assunto no país passou a ser o cartão de vacinação do Bolsonaro, e não o adiamento por medo da derrota do PL da Censura pela esquerda comunista global. Cortina de fumaça encomendada? Tem toda pinta.

E "fishing", claro. Com o telefone de Bolsonaro em mãos, a Gestapo do Supremo pode tentar encontrar alguma coisa qualquer. A esquerda já bate bumbo nas redes sociais, pois precisava só de narrativas e pretextos, e já pularam a fase do "inocente até prova em contrário" e "devido processo legal".

Terminei ontem de assistir "O Irlandês", de Scorcese, sobre a máfia italiana nas décadas de 60-70 e a figura marcante de Jimmy Hoffa, o líder sindical. É bom lembrar como máfias, sindicais ou italianas, agem. São marginais da pior espécie. O quanto antes nos dermos conta de que não estamos lidando com uma situação normal no Brasil, mas sim com máfias poderosas, melhor será para a adaptação necessária. Nada pior do que a falsa esperança, a ilusão sem embasamento na realidade.

O sistema podre e carcomido se uniu aos comunistas para eliminar a direita verdadeira do mapa, e não vai sossegar até realizar seu objetivo. Nada disso foi sem aviso, sem alerta de quem acompanhou com atenção cada etapa. No dia em que um ex-governador mafioso do Rio tem suas condenações apagadas por "suspeição" do juiz, Bolsonaro recebe a PF em sua casa, tem celular apreendido e seu ex-braço direito preso. Por um cartão de vacina! E a imprensa finge que está tudo normal no país. A velha imprensa estaria no bolso da máfia?

Título e Texto: Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, 3-5-2023, 12h49

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