Anualmente, a concessionária tem que fazer 13 mil desentupimentos, gerando transtorno a moradores, comerciantes e trânsito da região atingida
Patricia Lima
O óleo vegetal consumido nas
casas e nos restaurantes da cidade e descartado, de forma indevida, tem gerado
um grande transtorno às redes de coleta de esgoto do Rio de Janeiro.
Ao serem solicitados para
atender a demandas por vazamento ou mau cheiro na rua, os técnicos da companhia
de água e esgoto já sabem que, nas tubulações, irão encontrar uma massa
consistente, que não é dissolvida com facilidade e que entope a rede de esgoto.
O Brasil consume
anualmente 3 bilhões de litros de óleo vegetal que, por desconhecimento ou
comodidade, é jogado na pia ou no vaso sanitário. A Águas do Rio,
concessionária da capital fluminense, teve que fazer 13 mil desentupimentos anuais
em razão do descarte indevido.
Além de ser custoso, o desentupimento de uma galeria de esgoto é uma tarefa árdua. Na primeira ação é usado um caminhão hidrojato, com o qual os técnicos tentam desentupir a tubulação em baixo, com a pressão da água. Caso não consigam, devem quebrar o asfalto ou a calçada com britadeira, para substituir a tubulação danificada. A medida causa transtornos a moradores, comerciantes e ao trânsito da região atingida. Dependendo do caso, a operação pode levar até três dias, pois muitas vezes é difícil diferenciar o que é concreto e óleo.
A coordenadora de serviços da
Águas do Rio, Maria Alice Rangel, afirmou ao Jornal
Nacional, da Rede Globo de Televisão, que a solução é simples,
mas precisa de engajamento da população e dos comerciantes.
” Existe uma solução
simples. As pessoas precisam se conscientizar e armazenar o óleo gerado em
grandes concentrações, empreendimentos, nos comércios, dentro de garrafa pet e
disponibilizar para um local de coletava adequado”, explicou a
representante da companhia, que tem instalado pontos para coleta de óleo usado,
que deve ser colocado frio em garrafas pet e entregues nos locais determinados.
O Instituto Estadual
do Ambiente (Inea) e a Arquidiocese do Rio, firmaram uma
parceria para criação de postos de coletas em igrejas. No entanto, é necessário
que o poder público elabore estratégias de coleta e reciclagem do material.
Na Rocinha, o
morador Marcelo Santos criou há um ano o projeto “Óleo
no Ponto”, no qual moradores e donos de estabelecimentos comerciais levam
as garrafas cheias, que são encaminhadas aos locais adequados.
“Eu levo para eles um barril
de 18 litros de óleo vazio. Quando esse barril está cheio, eles me ligam
dizendo que está cheio. Eu vou lá, levo um vazio para eles e trago um cheio
para cá”, relatou Marcelo Santos ao veículo.
As informações são do Jornal
Nacional.
Título e Texto: Patricia
Lima, Diário do Rio, 31-5-2023
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