Prefeito atribuiu a sua prisão a uma perseguição política
Cristina Indio do Brasil
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, foi preso hoje (22), em sua casa, na Barra da Tijuca, e levado para a Delegacia Fazendária, na Cidade da Polícia, aonde chegou por volta das 6h35. Também foram presos na mesma operação, o empresário Rafael Alves; o ex-tesoureiro da primeira campanha de Crivella, Mauro Macedo; os empresários Christiano Campos e Adenor Gonçalves, e o delegado aposentado Fernando Moraes. O ex-senador Eduardo Lopes não foi encontrado no endereço no Rio de Janeiro.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil |
Ao chegar à Cidade da Polícia,
o prefeito atribuiu a sua prisão a uma perseguição política. “Perseguição
política. Lutei contra o pedágio ilegal e injusto, tirei recursos do carnaval,
negociei com o VLT. Foi o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de
Janeiro”, disse, acrescentando que a sua expectativa agora é justiça.
O advogado de Crivella,
Alberto Sampaio, disse que o prefeito ficou surpreso com a prisão.
As prisões foram realizadas em
ação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia
Civil, e ocorreram no desdobramento da Operação Hades, que apura corrupção
na Prefeitura da cidade e tem como base a delação do doleiro Sergio Mizrahy.
Os mandados de prisão foram assinados pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
“Face a todo o exposto, com
fundamento no artigo 312 do Código de Processo Penal, defiro em parte o pedido
do Ministério Público e decreto a prisão preventiva dos denunciados Marcelo
Bezerra Crivella, Rafael Ferreira Alves, Mauro Macedo, Eduardo Benedito Lopes,
Christiano Borges Stockler Campos, José Fernando Moraes Alves e Adenor
Gonçalves, determinando que se expeçam imediatamente os competentes mandados de
prisão”, escreveu a desembargadora em seu despacho.
Todos os presos vão ser
levados à tarde ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, para uma Audiência de
Custódia, marcada para às 15h.
Novo prefeito
O presidente da Câmara
Municipal do Rio de Janeiro, Jorge Felippe (DEM), vai assumir a prefeitura, uma
vez que o vice de Crivella, Fernando Mac Dowell, morreu em 2018.
Em nota, Jorge Felipe disse
que a cidade do Rio de Janeiro não ficará sem comando nestes últimos dias da
atual gestão, que termina no dia 31 deste mês. O parlamentar informou que já
estava indo para a prefeitura de onde vai tomar as rédeas da situação,
cumprindo o que determina a Constituição estadual.
“Como prefeito em exercício,
vou orientar a todos os secretários municipais e dirigentes de empresas e
órgãos para que mantenham a máquina pública a pleno vapor. Vamos trabalhar com
afinco e dedicação até o último dia. Já conversei também com o prefeito eleito
Eduardo Paes. A transição vai continuar e vamos fornecer todas as informações
necessárias para a nova equipe. Vamos garantir o pleno funcionamento dos
serviços municipais até o dia 1º de janeiro. O Rio de Janeiro tem prefeito”,
afirmou.
Título e Texto: Cristina
Indio do Brasil; Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil, 22-12-2020, 10h13
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