domingo, 20 de julho de 2025

[As danações de Carina] Trovas inocentes, palavras sem pé, nem cabeça

Carina Bratt  

Explicação necessária

Não sou poetiza, tampouco posso ser comparada a Maria José Leal, (‘Decrepitude’) ou a Fernando Cardoso (‘Meu retrato de comunhão’). Menos ainda, ao Padre Moreira das Neves, em (‘Venham anjos’), poesias maravilhosas publicadas em ‘Versos de Través” aqui na nossa querida ‘Cão que fuma’. O que escrevo são apenas desabafos, tristezas bucólicas de um coração perdido nas loucuras tresloucadas do amor.    














Ao léu
Sonhei com o sol da aurora,
Mas era só ilusão...
Veio à noite, foi embora
O calor da emoção.

Nada mais que nada
Promessas foram ao vento,
palavras sem direção;
ficou só o pensamento
e a dor da decepção.

Que boba fui!
O brilho do teu rosto
Era falso, descobri...
Agora, pra meu desgosto,
a minha paz também perdi.

Pelo menos, aprendi.
A vida fez seu aviso,
Com lágrima e solidão:
Nem todo riso é sorriso,
Nem todo amor é paixão.

Desiludida
A esperança me traía
Com sorriso tão gentil,
Hoje vejo que ela ria
Do meu sonho mais infantil.

Lição para a vida toda
Quem ama sem ser amado
Carrega peso demais.
Fica o peito sufocado
Num silêncio cheio de ais.

Sem tirar, nem ‘destirar’
Ilusão tem rosto belo,
Faz da alma um prisioneiro.
Quando cai o seu novelo,
Desfaz-se o mundo inteiro.

A mais pura verdade
Promessas vindas como doce brisa
se dissiparam na tarde sem cor.
Hoje a lembrança é quem me avisa:
‘nem toda entrega é feita de amor’.

Cruel
Teu riso, pura máscara ensaiada,
enganou meu peito inocente.
Agora é sombra, saudade calada,
de uma paz que não volta à mente.

O que restou de tudo...
Fiz do teu olhar abrigo,
morada da ilusão.
Agora só restam comigo
as ruínas do coração.

Nada além
O tempo foi impiedoso,
levou tudo o que era cor.
Sobrou só o silencioso
eco triste do ‘amor’.

Descobri tarde demais
Confiei no teu abraço
como quem crê sem razão.
o que era apenas laço
virou nó de solidão.

Covarde
Teu ‘para sempre’ foi mentira,
feito vento de verão.
Passou sem deixar lembrança,
nem sombras na imensidão.

Eterno
Na estrada da esperança
bati de frente com o fim.
Toda flor virou lembrança
que agora dói dentro de mim.

Falsa visão
Teu afeto era enredo
bem escrito e encenado.
e por trás de tanto medo
havia um amor inventado.

Acredite se quiser
Se amar é crer no outro
com coragem e coração,
desiludir é o estouro
da imbecilidade em explosão.

Ponto final
O encanto virou intriga,
no teatro da paixão.
Hoje apenas sou amiga
De uma eterna solidão

Título e Texto: Carina Bratt, de São Paulo, Capital, 20-7-2025

Anteriores:
Minha visão sobre a Felicidade
Carta de uma árvore ao Mundo que partirá em breve
‘O velho balanço’ e o regresso a um passado que ainda agora — tantos anos depois, continua vivo
Foi assim que surgiu o ‘espelho que queimava’ 

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