quinta-feira, 10 de julho de 2025

Partidos transgêneros

Telmo Azevedo Fernandes

O atual governo do PSD é tão reformista, que o próprio ministro da Reforma do Estado já declarou publicamente que não quer reduzir o Estado.

A equipa de Luís Montenegro está tão empenhada na sustentabilidade das finanças públicas que desde o início do ano a dívida do Estado aumentou 5% e atingiu um recorde de 284,5 mil milhões de euros.

O primeiro-ministro é tão verdadeiro que declara, sem se rir, que o país aumentará significativamente os gastos em Defesa sem necessidade de cortar noutras rubricas de despesa pública.

O PSD quer reduzir tanto a carga fiscal sobre os portugueses, que até maio a cobrança de impostos aumentou mais de 13%, quando se espera que no final do ano o crescimento do PIB seja apenas de 1,5%.

Quem está no poder tem tanta consideração pelos contribuintes que não hesita em meter a cabeça deles no cepo com um projeto de criação em Sines de uma megafábrica de Inteligência artificial que se prevê venha a custar mais de 4 mil milhões de euros, sendo que nesta iniciativa o governo envolve a fantochada do banco de fomento, agência pública conhecida por torrar o dinheiro dos portugueses em todos os projetos onde se mete.

Porém, nem tudo são más notícias. A Prof. Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia, revelou que Governo vai impor aos concessionários privados das praias limitações aos preços de venda de sandes, cafés, águas e toldos, considerados por esta adorável governante como bens essenciais para democratizar o acesso ao lazer e veraneio dos Portugueses.

É este o governo que o partido de Rui Rocha e Mariana Leitão andou meses a pedinchar para integrar, e com quem hoje se continua a lambuzar em desespero autárquico, fazendo, por exemplo, coligações no Porto com um ex-ministro do PSD responsável por um programa de controlo estatal da comunicação social, e em Gaia com um candidato que ficou famoso por qualificar alguém de liberal como de um insulto se tratasse.

PSD e IL são partidos transgêneros: são estatistas e do sistema, mas identificam-se como reformistas e liberais.

A minha crônica-vídeo de ontem, aqui:

Título, Texto e Vídeo: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 10-7-2025

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