Públio Cláudio Pulcro
Devorados pelo sol são todos Os sóis de um palimpsesto. O
Clamor, os corpos e os remos,
As trirremes viradas ao sabor
Da morte. O mal cala tudo. Se
Algo vem pelos destroços não
Há vaga nem verso que o diga.
Ali Ibne Iúçufe
Ao norte gelam as rosas. Pelos montes,
Sigo a morte na neve morta. Faço fogo,
Vejo em espelho. A um tempo inverno,
Pinhal e lobo. Escriba sem Deus destes
Dias escuros. Oro para que a noite não
Devore tudo. Saudade onde, cal ao sul,
A atrópica cascata chove nos carvalhos.
O outro infante
Segura a espada, o espelho, o fogo
Crepitante. Segura, como Nicásio,
O crânio. Olha para dentro da luz,
O coração em sangue. Não tenhas medo
Da vida. Olha para dentro da treva.
O outro Sancho
O gelo fecha o hálito. O coração
Continua. Entre cinco archotes,
Vai morrer o escudeiro. A neve
Que pisa e o escuro a fundir-se
Com a espada que o seu sangue
A correr em bordão transforma,
Sempre a bravura fez o homem.
As bestas silenciosas sabem-no.
Jesus Carlos
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