segunda-feira, 24 de maio de 2021

[O cão tabagista conversou com…] Marta Trindade: “Não existe na esfera política atual ninguém que me inspire mais do que ele.”

Nome completo: Marta Sofia Martins da Silva Trindade

Nome de Guerra: Não tenho.

Onde e quando nasceu?

Nasci em Portugal, no Barreiro, no dia 22 de setembro de 1979.

Onde estudou?

Frequentei sempre o ensino público, na cidade onde nasci. Aos 6 anos já ia a pé para a escola primária, tal como quase todos os meus colegas que ia encontrando pelo caminho. Eram tempos diferentes, em que as crianças de tenra idade se sentiam seguras a andar sozinhas na rua.

Mais tarde ingressei na Escola Secundária de Santo André, onde frequentei Artes, e em 1997 iniciava o meu percurso universitário na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, no curso de Arquitetura, que viria a concluir em 2003.

Onde passou a infância e juventude?

A minha infância foi sempre passada entre a terra onde nasci e o Algarve. A minha mãe é natural de Albufeira, e o meu pai de Silves, portanto, todas as férias de verão, eram passadas junto dos familiares que residem no Algarve. Esperávamos o ano inteiro por esses momentos.

Qual (ou quais) acontecimento marcou a sua infância e juventude?

Tive uma infância muito tranquila, estruturada na felicidade de ter um pai muito trabalhador e empenhado, uma mãe a tempo inteiro e uma irmã mais velha muito protetora. Nunca me faltou o essencial.

As memórias mais antigas que tenho da minha infância são por volta dos 3 anos quando ingressei na turma de ginástica infantil no Grupo Desportivo do Galitos, ainda guardo o meu primeiro e minúsculo "maiô" cor-de-rosa.

O desporto esteve sempre presente na minha vida, mais a sério, na adolescência quando me iniciei como jogadora de basquetebol na E.S.S.A., no escalão mais jovem na altura "Iniciadas B". Recordo-me de treinar diariamente.

Nos intervalos das aulas era no campo de basquetebol que me encontravam, e aos fins de semana tinha sempre jogos, mas, infelizmente, o pouco talento que me assistia, fez-me optar por dedicar mais tempo aos estudos.

E nos últimos anos do liceu acabei por desistir para me focar intensamente na escola e conseguir uma média alta que me possibilitasse entrar no tão desejado curso de Arquitetura.

Quando começou a trabalhar?

Comecei a trabalhar quando ainda estudava. Fui convidada por um professor da faculdade de arquitetura da universidade técnica de Lisboa, a colaborar como maquetista, para o GERTIL - Grupo de Estudos de Reconstrução de Timor Leste, foi o primeiro contacto com a profissão. Mais tarde, quando estava oficialmente concluída a fase académica, no mesmo dia em que terminei uma melhoria de nota, apanhei o barco de volta ao Barreiro, e parei no centro da cidade para procurar emprego.

Fui bater à porta de um ateliê que funcionava na avenida principal, e perguntei se precisavam de alguém, não tinha comigo nenhum currículo preparado, nem portfolio, apenas trazia comigo o trabalho que acabara de apresentar e foi assim que me apresentei. Iniciei funções como estagiária nessa mesma tarde, e lá permaneci durante vários anos, chegando a ser coordenadora geral da equipa.

Por que arquitetura, e não medicina, engenharia, economia…?

Na verdade, poderia ter optado por qualquer uma delas. Na altura em que tive que decidir já a minha irmã estudava medicina, e confesso que me assustei com a quantidade de livros de anatomia que tinha de estudar, muitos deles nem sequer existiam traduzidos na língua portuguesa.

Sempre tive duas grandes paixões - o desenho e os animais. Todos me diziam que tinha muito talento e talvez por ter já alguns familiares arquitetos, optei pelas artes também motivada pela componente prática da profissão e por todo o processo de criação do projeto.

E depois, qual foi o passo seguinte?

Já com alguns anos de profissão, numa reunião de trabalho que envolvia arquitetos e engenheiros, conheci um engenheiro que me despertou a atenção pela sua capacidade de trabalho e inteligência.

Casamos passados dois anos, fui mãe, e as prioridades alteraram-se. Sentia que estava a perder a oportunidade de viver com intensidade os primeiros anos de vida do meu filho, saía muito cedo, chegava muito tarde a casa e ponderamos em conjunto iniciar um projeto a dois, onde pudesse gerir o tempo de forma mais flexível. Foi uma decisão difícil, pois gostava muito de trabalhar no ateliê onde trabalhava, e era muito respeitada pelos meus superiores.

Sempre fui empenhada e proativa e o retorno é esse mesmo. Até hoje tenho trabalhado sempre em consultoria e projeto, e não me arrependo da decisão, a arquitetura casa muito bem com a engenharia, complementamo-nos e assim temos conseguido equilibrar a vida familiar com a profissional.

Perfeito. Imagino que esse mercado esteja difícil devido ao vírus chinês…

O mercado da construção civil nunca foi fácil, com grandes oscilações que acompanharam sempre as sucessivas crises econômicas do país. Portugal tem o segundo maior número de arquitetos per capita da união europeia, e, consequentemente, os profissionais mais mal pagos do setor, com vencimentos médios que são pouco superiores a um terço da média europeia, apesar do capital humano de excelência que marca a arquitetura portuguesa.

A pandemia veio agravar a situação, e muitos dos meus colegas optaram por enveredar por outros caminhos, e acabam por fugir da arquitetura.

Eu estou num impasse, com uma redução enorme de trabalho e sem grandes perspectivas de melhoria, ainda assim trabalhar fora da área ou mesmo emigrar é algo que não me passa pela cabeça. Sou resiliente.

E quando e por que se interessa por Política?

Nunca militei por nenhum partido, mas sempre fui atenta à forma como têm sido conduzidos os destinos do país. A ausência de projetos governativos inspiradores, a degradação da credibilidade do sistema político atual, a opacidade com que se gerem os recursos do país, foram os grandes impulsionadores do meu desânimo e motivaram a minha adesão ao CHEGA.

Cacilhas, janeiro de 2021

Falando em “destinos do país”, como avalia a governação de Pedro Passos Coelho, logo após a falência decretada por um executivo socialista?

A governação de Passos Coelho ou a governação da Troika? Quem acionou, formalmente, o empréstimo internacional foi o governo do PS, foi o PS que nos conduziu à bancarrota, foi o PS que nos conduziu à incapacidade de travar o défice das contas públicas Portuguesas, mas foi Passos Coelho que esteve ao leme do país durante a intervenção da Troika, um legado pesado: equilibrar as finanças, socorrer os mais necessitados e ao mesmo tempo promover o crescimento da economia e do emprego.

O ano 2011 tornou-se numa angústia vivida por muitos os Portugueses, com o desemprego jovem a disparar, os custos sociais a disparar, a queda do PIB, e a necessidade de um forte ajuste do consumo interno tornaram a vida difícil ao Governo de Passos Coelho, que se viu a braços com duras críticas por tanta austeridade e zelo sobre a despesa. Um homem de coragem, portanto, a avaliação que faço só pode ser positiva, e não esqueçamos que foi reeleito pelos portugueses, apenas travado pela "geringonça".

O que foi isso de “geringonça”?

Uma inédita coligação de partidos de esquerda, que permitiu que um candidato derrotado assumisse o poder, como primeiro-ministro.

Por que a adesão ao CHEGA! e não ao PSD, CDS, PPM, PRN…?

André Ventura, é a resposta. Não existe na esfera política atual ninguém que me inspire mais do que ele. Estou no CHEGA! porque o ouvi, porque não deixei que a minha opinião fosse manipulada por uma comunicação social tendenciosa, e porque acredito nas suas propostas, e no seu compromisso para com os Portugueses. É um homem de fé, e eu também sou uma mulher de fé.

Viu esta? 

Vi. Ventura tem ainda muitos recordes para bater, a viragem já começou.

Conhece o Brasil?

Infelizmente não, mas está nos meus planos conhecer a curto prazo.

Acompanha a atualidade brasileira?

Muito pouco. Mas adoro os nossos irmãos que cá estão e com quem tenho o privilégio de conviver.

Você é religiosa?

Sim. Sou católica.

Tem animais domésticos? 🐶

Claro! Duas cadelas, e dois gatos, todos adotados.

Você afirmou “comunicação social tendenciosa”. Qual a tendência que você detecta?

Não tenho dúvidas, tendenciosa e manipuladora da opinião pública. Totalmente virada à esquerda.

Coincidentemente o nosso próximo ‘conversado’ nasceu no Barreiro… 😉

Boa gente, com certeza.

Uma pergunta que não foi feita?

O que espero do futuro, por exemplo, uma pergunta difícil, mas que nos obriga a refletir, sair do sofá. É urgente, ao invés de nos abstermos de votar.

Já sabemos o que nos espera se não houver uma mudança à direita: mais do mesmo, uma mão cheia de nada, terrorismo fiscal, dívida pública em crescendo, instabilidade, desemprego. Gostava de ver um Portugal seguro, repleto de oportunidades, um Portugal justo, que motive quem se esforça e quem contribui de coração para o melhor da nossa nação. Desejo honestamente que os Portugueses se permitam dar oportunidade a quem nunca governou, e que honrará o compromisso de lutar pelos Portugueses, André Ventura.

A derradeira mensagem:

Não deixem que outros decidam por vós. Procurem a verdade.

Obrigado, Marta! 😊

Conversas anteriores: 

4 comentários:

  1. ¨cabeça boa¨. Tenho um sobrinho Arquiteto, atualmente residente em Nottingan

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  2. Passando para deixar os parabéns pela promoção à vice-presidência do Chega!, efetivada na convenção realizada neste mês de junho.

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  3. Parabéns pela eleição no domingo, 10 de março! 👏

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