Franz Kafka, Biblioteca Visão, Lisboa, fevereiro de 2000, 258 páginas.
Edição portuguesaTradução: Gervásio Álvaro
Editora Livros do Brasil
Lançamento 1965
Edição brasileira
Tradução Torrieri Guimarães
Editora Abril Cultural
Lançamento 1982
O Processo (no
original em alemão, Der Prozess) é um romance do escritor checo Franz Kafka, que conta a história de Josef
K., que acorda certa manhã, e é processado e sujeito a longo e incompreensível
processo por um crime não especificado.
Segundo Max Brod, amigo
pessoal de Kafka, o livro permaneceu inacabado como estava quando Kafka lhe
entregou os escritos, em 1920. Após sua morte, Brod editou O Processo pelo
que ele julgou um romance coerente e o publicou em 1925.
O Processo apresenta ao leitor a narrativa carregada de uma atmosfera claustrofóbica, absurda e distópica, na qual o personagem Josef K. está imerso. Tal atmosfera deve-se mormente à sequência infindável de surpresas quase surreais, geradas por uma lei maior e inacessível, que está, no entanto, em perfeita conformidade com os parâmetros reais da sociedade moderna.
A desorientação de Josef
K. diante do absurdo presente em situações e ambientes verossímeis
transmite ao leitor o mal-estar análogo ao provocado pelo Unheimliche,
o "estranho familiar" tão próprio às obras de Kafka.
Nesse romance, a ambiguidade
onírica do peculiar universo kafkiano e as situações de absurdo existencial
chegam a limites insuspeitados. A ação desenvolve-se num clima de sonhos e
pesadelos misturados a fatos corriqueiros, compondo uma trama em que a
irrealidade beira a loucura.
Ao analisar O Processo,
faz-se necessário notar que o final do romance, a cena da execução,
foi a primeira parte escrita por Kafka.
Josef K. nunca é informado por
que motivos está sofrendo o processo, e ele sustenta sua inocência quase até ao
fim. Ao declarar a sua inocência, a Josef é feita a pergunta: "inocente de
quê?".
Talvez o processo contra Josef
tenha sido instaurado pela sua incapacidade de confessar a sua culpa, e,
por conseguinte, a sua humanidade. O tema da não humanidade, largamente
explorado por Kafka em toda a sua obra, torna o livro atual, provocando questões
acerca dos costumes e crenças arbitrários, que podem parecer, sob certo
aspecto, tão bizarros como os acontecimentos da vida de Josef K.
O Primo Basílio
A 25ª hora
Libérer la gauche – La confession d’un enfant du peuple
Além da Ordem: mais 12 regras para a vida
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Toda ou qualquer semelhança com o Brasil atual é mera coincidência.
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