sexta-feira, 22 de setembro de 2023

[Foco no fosso] Sabendo usar...

Haroldo Barboza

Efetivamente, mais de 96% da população brasileira não sabe usar a poderosa arma que tem em mãos: o smartfone

Ela passa mais de dez horas por dia, produzindo LER para seus dedos, curvatura da coluna cervical, enfermidades para os olhos e riscos de acidentes de trânsito. Além de inibir seus neurônios ao dar credibilidade às notas de “videntes”, receitas de “remédios” para as enfermidades de seus herdeiros, e “lazer” ao apreciar imagens de personagens vestindo (nem sempre) um fio dental, animais de espécies diferentes transando ou brigas entre pessoas atiçadas pelo cinegrafista que deseja emoção em seu vídeo.

Entre dezenas de utilidades que o aparelho pode oferecer, destacamos um modelo a seguir.

1 - Criar grupo no WA com os moradores de sua rua, com cada casa/prédio (síndico) do trecho. Objetivo: relato sobre problemas que incomodam os moradores do grupo. Fica combinado que mensagens do formato ilustrado acima NÃO serão aceitas.

2 - Com uso de plataformas disponíveis, efetuar reuniões (trimestrais) virtuais (duas horas) com as sugestões para sanar os problemas relatados.

2.a - Se os incômodos podem ser resolvidos pelos moradores com baixo custo e/ou mudança de comportamento, “tá” resolvido.

2.b - Se dependem de ação das autoridades que cobram altos impostos e não prestam os serviços adequados, planejar ações (com presença da TV) inteligentes (não precisa quebrar vidraça nem bloquear o trânsito) a serem filmadas para PRESSIONAR publicamente tal autoridade. Numa faixa que serve como “bandeira” da comunidade subjugada, editar informações claras (*) para o público entender o sentido do movimento ao assisti-lo na TV. Não esquecer de enviá-lo para o Youtube e outros canais de igual porte.

(*) = modelo básico da faixa principal - observe a imagem.

A partir desta ilustração, cada localidade (rua, praça, conjunto, bairro) deve montar sua solicitação, e reunir pelo menos 50% dos moradores da área afetada para demonstrar ao gestor que sua reivindicação não é um caso pontual e fortuito.  

Num exemplo de lixo não recolhido no prazo previsto, os moradores devem juntar uns trinta ou cinquenta sacos de detritos, e após contactar uma reportagem de TV empilhá-los num ponto da via principal do bairro, para um protesto pacífico que logo chegará às redes de informação.

Dá para perceber que o modelo sendo compartilhado e aprimorado por tantos quantos possam enxergar a utilidade de seu aparelho, facilmente chegaremos de forma equilibrada aos problemas relatados em escolas, hospitais, transportes, vias urbanas, repartições públicas emperradas pela “burrocracia” e tantos mais.

Nas manifestações de cobrança dos problemas documentados, é importante que haja um grupo disciplinado (para não perder a razão) e com boa quantidade de participantes (pelo menos 52% de pessoas da área em pauta).

Se nos shows musicais aparecem mais de cem mil pessoas para aplaudir artistas diversos, por que numa reunião que agrega valor à qualidade de vida dos reclamantes, não se pode conseguir quinhentas ou mil pessoas para dar apoio à causa?

Supondo que a prática proposta consiga contaminar a maior parte de logradouros de cada bairro, a vitória maior se dará numa provável criação de um aplicativo abrangendo todo o município para servir de vigilante ativo às demandas sociais.

A constante prática de registro de denúncias e acompanhamento das soluções, gera em cada cidadão a percepção de que sua participação ajuda a valorizar e aprimorar o padrão de vida que ele merece em função dos seus deveres cumpridos.

Quantas escolas você conhece que disseminam este caminho?

O modelo gerencial que usamos não aprecia ideias que possam obrigar dirigentes públicos a trabalharem para merecerem as mordomias que desfrutam em função de “leis” escritas pelos próprios!

Quem possui uma alternativa melhor?

Título e Texto: Haroldo Barboza, Vila Isabel, RJ, setembro de 2023 

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