Paulo Hasse Paixão
O Center for the Study of Hate and Extremism (Centro para o Estudo do Ódio e do Extremismo) descobriu que os crimes de ódio estão a explodir em cidades geridas por democratas, relata a Axios, que por acaso até é um media de esquerda. E por isso, naturalmente, o Axios não informa os seus leitores de que cada um destes focos de crimes de ódio é gerido exclusivamente por democratas. Na maioria dos casos, os democratas têm governado estas cidades sem qualquer oposição republicana durante décadas.
Em Chicago, governada pelos
democratas, os crimes de ódio aumentaram – e isto não é uma gralha – 84,6% em
relação ao ano passado. Chicago tem sido governada por democratas desde 1931.
Em Austin, governada pelos
democratas, os crimes de ódio aumentaram 58,6%. Austin deve ser uma das cidades
mais esquerdistas do planeta.
Em Los Angeles, governada
pelos democratas, os crimes de ódio aumentaram 40,6%. Los Angeles teve apenas
um presidente da câmara republicano em 62 anos.
Em Filadélfia, governada pelos
democratas, os crimes de ódio aumentaram 26,5%. Os democratas governam
ininterruptamente a cidade desde 1952.
Em Nova Iorque, governada
pelos democratas, os crimes de ódio aumentaram 14,3%. Sob a direção do Mayor
republicano Rudy Giuliani, Nova Iorque era uma metrópole segura e limpa. Em
menos de dez anos, dois líderes democratas conduziram a grande maçã na direção
do inferno.
Em Dallas, governada pelos
democratas, os crimes de ódio aumentaram 3,6%o. Dallas não tem um mayor
republicano desde 1995.
Apenas três das maiores cidades americanas registaram um decréscimo nos crimes de ódio: San Diego (que tem tido uma mistura constante de líderes democratas e republicanos), Phoenix e San Antonio (que tem mayors democratas).
Mais uma vez, a Axios não quer
que os seus leitores saibam disto, mas mesmo cidades mais pequenas geridas por
democratas, como Sacramento e Kansas City, no Missouri, estão a assistir a uma
explosão de crimes de ódio: 47,4% e 32,3%, respectivamente. Sacramento não tem
um mayor republicano há pelo menos 50 anos. Kansas City não tem liderança republicana desde 1930.
Assim, esta explosão de crimes
de ódio decorre evidentemente das políticas do Partido Democrata, que, com a
ajuda das corporações mediáticas, concentram-se quase exclusivamente em colocar
os americanos uns contra os outros com base na cor da pele, nas preferências
sexuais e no género. Este fomento deliberado do ódio é uma forma cínica, mas
eficaz de manter as pessoas distraídas do fracasso dos líderes eleitos em
manter as suas cidades limpas, seguras e prósperas.
Os democratas governaram Los
Angeles sem oposição durante décadas. A cidade deveria ser a utopia que estão
constantemente a prometer, dado o lapso de tempo prolongado em que detiveram o
poder. Em vez disso, a cidade é uma fossa
de crime e ódio. A segunda maior urbe do país registou o maior número de
crimes de ódio – um recorde de 609, dos quais 195 foram classificados como
anti-brancos, 98 como anti-gay, 91 como antissemitas e 88 antilatinos.
Já nas regiões rurais ou semiurbanas
onde vivem todos os “racistas intolerantes” que votam Trump, e onde toda a
gente tem armas, não se registam, nem de perto nem de longe, os incidentes per
capita de crimes de ódio que são reportados nas grandes cidades sob a égide dos
democratas. A utopia tolerante, limpa e segura que os neoliberais prometem até
existe. Na América rural governada por republicanos.
Estes dados dão que pensar
também sob um outro prisma: o da incompetência e irrelevância do Partido
Republicano, que parece viver bem com o facto de não conseguir, e de forma
deveras consistente, vitórias eleitorais nos grandes centros urbanos da federação.
Isto embora despreze completamente o eleitorado rural, que lhe permite a
sobrevivência.
Às vezes é difícil perceber
qual dos dois partidos do sistema político americano é mais detestável: se o
Partido Democrata, que está empenhado em destruir tudo o que valida a economia,
a história e a posição moral dos EUA; se o Partido Republicano, que permite e
pactua com a destruição.
Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 19-9-2023
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