Telmo Azevedo Fernandes
O início do novo ano escolar está aí à porta e já se pré-anunciam novas greves dos professores. Acho óptimo! Quanto mais greves houver, melhor.
Não que reconheça no recurso à
greve um «direito» dos trabalhadores. Sosseguem os pascácios que me consideram
um perigoso comentador de ultradireita que não vou argumentar nesta crônica
sobre o fato de a greve ser uma forma ardilosa de subverter e desrespeitar os
termos de um contrato de trabalho, assim como uma maneira de coagir sob ameaça
uma das partes contratantes. Fiquem, pois, tranquilos os meus ouvintes mais
sensíveis a opiniões contracorrente.
O que gostaria hoje de vos transmitir é a tese de que a greve prolongada e repetida é talvez a única forma de a sociedade atual tomar consciência de que é seu dever resgatar os seus filhos do sequestro e posse que o Estado exerce sobre as crianças. Isto mesmo pensava antes e melhor do que eu um grande filósofo britânico contemporâneo.
Em verdade vos digo: ao longo
do tempo as famílias e os Pais sucumbiram ao facilitismo e egoísmo de
transferir para o Estado a responsabilidade de educar as nossas crianças.
Decretou-se a escolaridade obrigatória. O Estado passou a ter um serviço de
ensino. E atribuiu-se aos professores a tarefa de serem agentes públicos
educativos das nossas crianças. De tal forma é sedutor este aligeirar de
responsabilidades que muita gente vê no professor um pai efetivo dos seus
filhos.
Cuidar dos filhos é
extremamente difícil e exigente. Não serão tão poucas quanto isso as situações
em que os Pais são obrigados a deixar de trabalhar para acompanhar a sua prole.
Mas esse é o dever de quem os trouxe ao mundo e lhes ofereceu a maravilha da
vida. Contudo, a vida é dura e por vezes aflitiva, sem dúvida. Ainda assim, os
Pais têm o dever de nunca renunciar a cuidar da educação dos seus filhos.
Ao deixar os alunos sem aulas
por longos períodos, as greves poderão ser a forma mais eficaz de lembrar que a
responsabilidade pela educação dos filhos é dos Pais e nunca do Estado.
A minha crónica-vídeo, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
6-9-2023
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