quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Por que a fala de Lula na ONU é absurda, refletindo a torta visão de mundo da esquerda

Leandro Ruschel

Lula fez um discurso ideológico na ONU, defendendo as premissas básicas da extrema-esquerda, e buscando jogar para "a torcida". Não por acaso, o texto foi festejado pela militância de redação, que não passa de um aparelho do movimento socialista global.

Quando eles falam que o "Brasil voltou", isso significa que o país retomou a agenda socialista, afetada pelo governo Bolsonaro, o único não alinhado à esquerda em décadas.

O descondenado começou seu discurso falando da fome, e lembrando que existem 735 milhões de pessoas que não contam com segurança alimentar.


Na sequência, atrelou o fenômeno à desigualdade, pois "os 10 maiores bilionários possuem mais riqueza que os 40% mais pobres da humanidade".

Eis o maior problema da cosmovisão dos socialistas: a pobreza seria fruto da exploração dos pobres pelos ricos. Tal afirmação não resiste à uma rápida análise da história humana.

Ao longo dos milênios, a característica mais marcante da sociedade foi a miséria absoluta. Havia um nível menor de desigualdade pelo motivo de quase todos seres humanos serem pobres, ao ponto de não terem o que comer.

O Reino Unido mantém os mais antigos registros sobre o PIB per capita de qualquer país. Segundo o Banco da Inglaterra, de 1270 até 1650, cada inglês produzia aproximadamente 1.000,00 libras por ano em riqueza, ou seja, R$ 6.000,00.

De 1650 até 1800, a produção de riqueza praticamente dobrou, chegando a aproximadamente R$ 12.000,00. Foi a partir desse momento que o salto começou. Nos próximos 200 anos, até a virada do milênio, a riqueza produzida por pessoa foi multiplicada por 12, alcançando o equivalente a mais de R$ 140 mil por ano, seis vezes mais que o Brasil apresentava nos anos 2000.

O que está por trás desse verdadeiro milagre de crescimento? Algo chamado Revolução Industrial, que só foi possível graças a uma série de avanços políticos, econômicos e tecnológicos. Entre os avanços políticos, podemos ressaltar o fortalecimento das instituições que passaram a garantir direitos individuais, entre eles o direito à livre expressão, à propriedade privada, e à representação política no Parlamento, além do tratamento igual diante da lei, em especial, o cumprimento de contratos. A economia de mercado, num sistema capitalista, incentivou indivíduos a inovar, sob a perspectiva de aumentar o seu nível de prosperidade.

Antes disso, a mobilidade social era muito limitada. Quem não pertencia à nobreza tinha pouquíssimas chances de evoluir, socialmente. No novo modelo, os indivíduos dependiam das suas habilidades e do seu esforço.

Em 1820, 94% da população vivia na pobreza absoluta no mundo. Já em 2015, esse percentual caiu para 10%. Não foram governos socialistas que produziram esse salto de prosperidade, mas sim o efeito conjunto de sistemas políticos que garantiram direitos individuais não onerosos, com a força do livre mercado e da iniciativa individual. Na verdade, não fossem os socialistas e suas políticas que impedem a criação de riqueza, provavelmente a pobreza absoluta nem existiria mais.

As próprias ideias socialistas só puderam aparecer com o enriquecimento da população. Não podemos esquecer que Karl Marx, um notório perdulário, só pode escrever suas obras porque era sustentando pelo filho de um industrial rico, chamado Friedrich Engels.

Lula foi aplaudido pelos participantes da Assembleia da ONU, e pelas classes letradas, entre elas a militância de redação, por um ato de defesa da classe de políticos, burocratas e afins, como uma ação corporativista: de uma maneira geral, essas pessoas justificam a sua própria existência vendendo a mentira da "justiça social" promovida pelo Estado, pois depende direta ou indiretamente do ente estatal para sobreviver!

Ou seja, esse pessoal defende qualquer medida que aumente o poder do Estado, como majoração de impostos e leis cada vez mais repressivas, pois serão os proponentes dessas medidas os maiores beneficiados.

Não por acaso, antes de viajar até Nova Iorque para dar o discurso, Lula anunciou que pretende gastar estonteantes R$ 640 milhões em verba de publicidade no ano que vem. Boa parte desse dinheiro será direcionado a grandes veículos de comunicação, que por sua vez distribuirá parte da grana com os seus militantes de redação, garantindo o apoio da mídia.

O mesmo ocorre com os bilhões destinados à saúde, educação e outros gastos do governo. Uma fração efetivamente será destinada à população, com grande parte desses recursos se esvaindo através da corrupção, ou da mera ineficiência.

É tal arranjo que empobrece o povo, provocando fome, doença, sofrimento e morte. Por isso eu categorizo o discurso como absurdo: ele aponta para o inverso da solução dos problemas enunciados.

Pegue por exemplo outro foco do discurso: a prevenção das "mudanças climáticas". Ora, o que está se propondo é a diminuição do uso de fontes baratas de energia, como o petróleo, em benefício de energias muito mais caras, como a solar e a eólica.

Energia é a base da economia. Qualquer aumento no custo da energia representará automaticamente o encarecimento de todos os produtos, incluindo alimentos. Quem sofrerá mais com esse tipo de medida? Exatamente os mais pobres que a esquerda diz proteger.

Infelizmente, os grandes bilionários citados por Lula como vilões, são os maiores entusiastas da mesma agenda socialista propagada pelo descondenado. Parece paradoxal, mas não é...

Explico: esses sujeitos perceberam que o modelo socialista é o melhor para garantir as suas fortunas, e o seu poder sobre a sociedade. Em primeiro lugar, num modelo de livre mercado e menor regulação, eles terão mais dificuldade em defender a liderança dos seus negócios contra a concorrência de entrantes.

Em segundo lugar, no modelo socialista o Estado é mais poderoso, e terá uma capacidade de controle muito maior sobre a população do que no modelo ocidental tradicional de democracia representativa com livre mercado. Logo, se eles mantêm maior influência sobre o Estado, garantirão leis e regulações que os beneficiem e os protejam.

Agendas como "combate às mudanças climáticas", ideologia de gênero, "antirracismo", igualdade de gênero, entre outras, além de alcançar o resultado inverso ao anunciado, servem para minar instituições como iniciativa individual, famílias, empresas independentes, países e até mesmo a Justiça, ao acabar com o princípio de tratamento igual diante da lei.

Isso vai deixando todos cada vez mais dependentes de um Estado provedor e protetor, que definirá como os recursos devem ser distribuídos, concentrando poder, e deixando todos mais pobres, menos os "iluminados" que orbitam o Estado.

Não é exatamente isso que ocorre em países como Cuba, defendidos por Lula no discurso, apresentado como vítima de um bloqueio comercial?

É preciso denunciar a farsa esquerdista, para defender o indivíduo, a verdadeira minoria ameaçada pela sanha totalitária estatal. E no final, são os mais pobres que acabam sofrendo as mais nefastas consequências das políticas defendidas pelos socialistas.

A falência moral do Brasil fica em evidência na ONU

Um sujeito condenado com líder do maior esquema de corrupção da história, e depois descondenado, vai representar o Brasil na ONU.

Só isso já deveria ser motivo de repúdio e vergonha, mas a militância de redação faz o contrário: exalta sua presença e suas falas.

Mas o teor do discurso é ainda pior, defendendo o socialismo, que tanta fome, miséria, violência, opressão e morte já produziram no mundo.

Na política externa, mais desastres: passou pano pra Rússia, defendeu a Palestina e promoveu governos totalitários que acabaram de entrar nos BRICS, o bloco de ditaduras que o Brasil agora lidera. Sem esquecer a defesa de Cuba, o câncer político da América Latina que é aliada desde sempre do petismo.

Não contente com tudo isso, defendeu também a censura na Internet, mascarada como "combate à desinformação e ao ódio". Diz defender a liberdade de imprensa, dando como exemplo a prisão de Assange, enquanto vários jornalistas brasileiros, críticos ao petismo, são censurados, perseguidos, exilados e presos.

Não há uma única linha do seu discurso que fique de pé. Lula mente como respira, característica mais marcante de qualquer comunista.

Lula é o símbolo máximo da falência moral da nossa nação.

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Título, Texto: e Vídeo: Leandro Ruschel, Substack, 20-9-2023

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