Juarez Cruz
Decididamente estamos vivendo um período de terror, e a Bahia parece abandonada, isolada numa ilha de violência, dominada por grupos de criminosos que lutam diuturnamente para dominar territórios (bairros) e seus pontos de vendas de drogas. A polícia, que tem o papel de fazer o trabalho de contenção e repressão ao crime, não está devidamente preparada, e os recursos humanos, de equipamentos e tecnológicos disponíveis são parcos, o que torna uma luta desigual diante de bandidos bem armados e em grande número.
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Rui Costa, Governador da Bahia |
A luta da polícia no combate
ao crime é infrutífera, desestimulante e arriscada. Para piorar, o sistema
judicial não ajuda, só atrapalha quando joga contra os esforços da polícia que
todo dia tem que prender e vê, no dia seguinte, a justiça soltar aquele que ela
tanto fez e arriscou a própria vida para prender.
A violência está chegando a
tal ponto que não só a população está sob a ameaça dos criminosos, os policiais
também estão sendo atacados. Somente num final de semana, entre os dias 7 e 8
de maio, três policiais foram as vítimas dos criminosos. Este ano cinco deles
já foram vitimados pela bandidagem em nosso Estado.
O Mapa da Violência, índice
que mede a quantidade de mortes violentas por ano no território nacional,
registrou 5.099 casos na Bahia em 2021. Pelo terceiro ano somos o estado que lidera
este índice, sendo o Rio de Janeiro o segundo colocado com 3.394 casos, seguido
de Pernambuco com 3.370 e Ceará com 3.300.
Segundo o Monitor da Violência, entidade que faz levantamento com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal, a Bahia registrou 1.326 mortes violentas nos três primeiros meses deste ano. O volume de mortes representa 13% do total contabilizado no país, 10,2 mil assassinatos neste primeiro trimestre.
Os cinco estados com mais
mortes do país: Bahia, 1.326 mortes; Pernambuco, 963 mortes; São Paulo, 812
mortes; Rio de Janeiro, 781 mortes e Ceará, 755 mortes.
Diante de tanta violência,
onde nem a polícia está protegida, o cidadão comum se sente desamparado e
entregue à própria sorte. Restaurantes, bares e diversos estabelecimentos
comerciais estão sendo atacados com assaltos a qualquer hora do dia e vítimas
que somam as centenas, sem falar que as ruas de Salvador estão infestadas de
assaltantes fazendo o terror como se a cidade pertencesse a eles. Estamos
sitiados, encurralados e condenados a prisão domiciliar, sem as tornozeleiras
eletrônicas, e com os bandidos a nos vigiar e ameaçar diuturnamente.
Sair às ruas de Salvador está
ficando perigoso, muito perigoso, e aquele que se arrisca a sair sabe do risco
que está correndo sem saber se vai voltar para casa. Enquanto isso o governador
Rui Costa (PT) disse, recentemente, numa entrevista, que o tráfico de drogas
gera empregos, como se essa fosse uma atividade economicamente legal. Para
completar, o Secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, fez
apologia às drogas dizendo que as pessoas fazem uso moderado das drogas e que
seus amigos fazem uso dela para relaxar, se liberar e aumentar sua
criatividade, que permissividade.
Em outra entrevista sobre se
ele (Rui Costa) não sabia que a compra dos 300 respiradores pagos adiantados
para uma microempresa de importação de produtos à base de maconha (Hempcare),
que poderiam salvar milhares de vidas durante a pandemia de Covid-19 mas que
não foram entregues, ele deu uma resposta brilhante, digna de um político cínico
e cara de pau: “Não sabia. Confesso que ela tinha representantes de produtos
farmacêuticos. Estava essa denominação da empresa e não me chamou a atenção, no
momento, pelo nome, até porque eu não tenho pleno domínio da língua inglesa.
Portanto, eu não domino”, justificou Rui Costa que concluiu dizendo à delegada
que o interrogava que só teve o conhecimento do pagamento feito antes de
assinar o contrato no momento que estava sendo interrogado, tremendo sem
vergonha.
Agora, depois das mortes dos
policiais militares, Rui Costa autoriza a compra de mil fuzis para a Polícia
Militar, sabendo que tem 29 mil policiais na PM da Bahia. Os 28 mil policiais
restantes ficarão numa lista de espera contando com ajuda de “Deus” na luta
contra a bandidagem que os enfrenta armados até os dentes.
A pergunta que não quer calar
é se ele vai pagar essa compra antes de assinar este novo contrato? Será que
Rui Costa já aprendeu inglês ou espanhol para não cometer novamente o erro, que
cometeu com a Hempcare, e comprar os fuzis na mão de traficantes das FARCS ou
contrabandistas paraguaios? Decididamente estamos num estado desgovernado,
corrupto, sem comando e aparelhado por um grupo político que, como vampiros,
está sangrando os cofres públicos e o bolso da população. Eles não estão nem aí
para o que possa estar acontecendo com povo baiano que é quem paga suas
mordomias, seus salários, em detrimento da população. São dezesseis anos de
desgoverno e abandono do estado pelo governo do PT e seus asseclas (PCdoB, PSB,
PDT, PCB, PSD), que deixaram a educação propositadamente abandonada e índices
de desemprego recorde.
Segundo divulgação da Pesquisa
Nacional por Amostra Domiciliar Continua (PNAD) a Bahia tem o pior nível de
desemprego (17,6%), seguido de perto por Pernambuco, com 17%, que é governado
pelo PSB por igual período.
Como o governador e seus
séquitos, secretários, políticos e assessores; diretores de hospitais e órgãos
públicos; comandantes militares, desembargadores, juízes e afins, estão
devidamente protegidos pelo aparato de segurança pública do estado que os
protegem dia e noite nos bairros nobres onde moram, desta forma eles não tem
tempo e nem motivos para se preocuparem com violência contra os moradores das
ruas pobres de Salvador.
Se toda oligarquia está
protegida pelo aparato estatal de segurança pública, então por que diabos o
governador vai se preocupar, gastar suas energias e o dinheiro do contribuinte,
a favor do contribuinte (povo) que é mantido nesta ignorância premeditada para
não ter discernimento e poder entender e cobrar do governador o direito de
protegê-lo, provê-lo das obrigações básicas do estado como segurança pública,
saúde, educação, saneamento.
São por essas e outras que
fica evidente a irrelevância do governador em não se preocupar com os baianos,
muito menos com os policiais mal pagos e mal equipados, que arriscam suas vidas
cumprindo ordens de seus comandantes para proteger os ricos e senhores políticos
que se acham donos da Bahia.
Título e Texto: Juarez Cruz,
Escritor e cronista, Salvador-BA, 25-5-2022
Até quando a Polícia do Rio será tratada como vilã?
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