José Manuel
Hoje completo trinta textos,
ou oito meses publicando toda a semana, junto com o nosso amigo Jim, do Cão que fuma, a revista virtual de todos
os Variguianos e que nenhum de nós pode deixar de ler.
Para mim isto é inacreditável,
que tenha começado com uma simples faxina do nosso apartamento, olhando para quatro
gravuras encaixilhadas, das estações do ano, quando me lembrei de certo voo de
Roma, escrevendo logo a seguir o texto "Os quadros do Grosman".
Mais uma lição aprendida, de
que basta um olhar para algo significativo ocorrido em nossa existência, para
desencadear uma enxurrada de sentimentos como nostalgia, alegria, tristeza,
saudade e, se você realmente quiser, abrir um mundo novo em sua vida, que nem
suspeitava que estivesse ali tão presente.
Colocar "pra fora"
todas essas visões do passado é vivenciar isso mais uma vez, sendo muito
gratificante em todos os sentidos.
Eu, pelo menos senti e vivi isso enquanto escrevia os textos já publicados, muito intensamente desde que descobri que tinha não só o direito, mas o dever para comigo mesmo de o fazer.
E com uma pandemia em nossos
calcanhares, nos obrigando a permanecer reclusos por muito tempo, esta minha
faceta literária, foi-se desenvolvendo cada dia mais, para meu júbilo,
tornando-se um simulador de novas aventuras daquele momento em diante.
Até 2006 nunca escrevi nada
com conteúdo suficiente para uma publicação, e não imaginava que isso fosse ser
o meu terceiro hobby ao longo da vida.
Gosto muito de relógios antigos,
tenho vários comprados em minhas viagens, e dos meus “fuscas", mas esse
tipo de manuseio ou mesmo uso ficaram proibitivos naquele momento, por conta de
uma aproximação com oficinas de relojoeiros ou mesmo mecânicas, pela pandemia
que ora melhorava ou recrudescia, ao contrário do que almejávamos.
Com a falência fraudulenta da Varig e a suspensão dos nossos pagamentos em 2006, comecei timidamente a escrever sobre o assunto e senti ao longo do tempo que deveria me aprofundar mais nesse assunto a fim de "mexer" com a cabeça dos assistidos e beneficiários que ficaram sem saber o que fazer, ou mesmo reagir à altura de tamanho crime.
Então, veio o meu gosto por
textos, que apesar do imediatismo atual, nunca deixaram de ser grandes o
suficiente para que tudo ficasse bem claro sobre a nossa situação.
O tamanho dos meus textos
nunca me preocupou, pois a minha mensagem tinha que ir cada vez mais longe e
para isso tinham que ser grandes como a nossa garra, a nossa vontade de
recuperar o perdido.
Daí a outros textos sobre os
mais variados assuntos, mas sempre com o objetivo de atingir o nosso problema,
foi um pulo e o prazer pelo escrever se mostrou bem claro.
Com a greve de fome em 2013,
essa minha faceta se acentuou, a fim de dar continuidade e visibilidade à nossa
luta.
Mas, imaginar que um dia iria
escrever as minhas memórias, isso nunca passou pela minha cabeça.
Enfim, a gente encontra o
nosso caminho, onde e quando menos se espera.
Até numa faxina!
Anteriores:
O alcance dos sonhos
Sonhos e pesadelos
As ervas da ira (quinta e última parte) Quando não há noções de civilidade
As ervas da ira (parte IV) A delinquência nunca compensou
Ira Levin é um homem, um escritor
Um New York, um idiota e o fusca verde
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