Ernesto Ribeiro
Os carolas católicos do jornal
Mídia Sem Máscara parecem ver a Esquerda como um deus, ou um espírito coletivo
pairando sobre os indivíduos e determinando as ações de cada um. Inclusive
ordenando sacrifícios. Bastou que 1 milhão de cidadãos brasileiros protestassem
nas ruas exigindo a moralização do Estado, punição aos corruptos e melhoria dos
serviços públicos, para que a Gaiola das Loucas entrasse em pânico e tocasse o
alerta vermelho, atribuindo aos esquerdistas o MONOPÓLIO das manifestações de
rua nesse país. Sente só o último surto dos alunos Escolinha do Professor Olavo:
Olavo de Carvalho:
“Essas possibilidades são
exploradas simultaneamente e, conforme uma ou outra se revele mais viável ou
mais problemática, será intensificada ou refreada pelo comando do processo. As
mais importantes, a meu ver, são as seguintes:
(a) Trocar a própria liderança
visível da esquerda, substituindo os agentes da “transição” pelos agentes da
“ruptura”, decididos a ações mais drásticas.
(b) Espalhar o caos para
justificar medidas de força, aproveitando para, no mesmo ato, testar os
“agentes de transição”: se conseguirem controlar repressivamente a situação e
aumentar o poder do grupo dominante, sobreviverão; caso contrário, serão
trocados.
(c) Incitar à ação pública as
forças antagônicas (cristãos, patriotas, conservadores etc.), para mapeá-las e
averiguar as possibilidades de controlá-las ou extingui-las.
(d) Caso a evolução do
movimento se mostre majoritariamente favorável aos objetivos dos planejadores,
fomentá-lo ainda mais para que a própria ação da militância enragée adquira
autonomia e conquiste autoridade por si própria, transmutando-se em nova estrutura
de governo.
O próprio comando da esquerda
militante ordenou que as manifestações cessassem, o que imediatamente deixa o
campo livre para as massas antagônicas (os manifestantes ‘de direita’) e
favorece, ipso facto, a adoção da via repressiva para estrangular a ameaça de
um “golpe teocrático e fascista”. Se esse estrangulamento tomará a forma de uma
repressão policial violenta ou de um simples incremento do aparato de
investigação e controle social, é cedo para dizer.”
Pena que nada disso aconteceu, né, Olavo?
Pena que nada disso aconteceu, né, Olavo?
Ninguém acusou nenhum
manifestante de ser “teocrático, golpista, fascista.’ Nenhum cidadão nas ruas
se declarou assim. Esse delírio histérico paranóico só acontece numa mente
muuuito suja de maus pensamentos e com muita má-fé.
É o mesmo tipo de fé que acusa
a Humanidade inteira de ter crucificado Jesus.
Agora, depois de eu ter saído
às ruas e mandar TODOS os políticos se ferrarem, exigir a cabeça do Sarney,
Lula, Collor, Renan, Inocêncio, Amorim, Garcia, etc, eu estou aqui atrás do
computador, ‘morrendo de medo’ de ser ‘mapeado, investigado, controlado ou
extinto’. Eu e mais um milhão.
Ainda estou aguardando
ansiosamente o “sacrifício” de todos os corruptos acima e sua substituição por
meus próximos alvos.
E as tais ‘medidas de força’
que não vieram. Da parte do governo, só se viu fraqueza.
Taí uma profecia que demoooora
de se cumprir...
Até agora, só se cumpriu
exatamente o OPOSTO: o PT é que recuou, e a famigerada PEC 37 foi derrubada por
quase unanimidade, garantindo a ordem constitucional dos 3 Poderes para o
Judiciário mandar pro calabouço os vermes condenados da quadrilha do Mensalão.
A batata do Zé Dirceu já tá frita de tanto assar.
A tua bola de cristal tá
embaçada, hein, Olavete?
Leonardo Bruno:
Quando a imprensa insufla a
loucura coletiva
A mídia quer forçar a barra.
Quer legitimar a todo custo o protesto radical e violento, mesmo que tais
práticas atentem contra a democracia e a legalidade.
Essa é uma acusação tão grave
quanto leviana. O fato é que a mídia inteira condenou os radicais violentos e
vândalos que misturaram o crime aos protestos --- em sua maioria pacíficos e
ordeiros. Deixa de escândalo, que isso é coisa de fanático religioso ou
comunista histérico.
Gustavo Nogy:
Tudo que começa com Liberté,
Egalité, Fraternité termina em guilhotina.
O que uns e outros não
percebem é que a tal ‘massa na rua’ é o ápice da despersonalização, da falta de
qualquer traço distintivo e, ipso facto, de vida inteligente. Vida inteligente
não é aderir: é precisamente o contrário disso.
É preciso muita violência para
se fazer protesto pacífico, decerto. Nada mais violento do que o pacifismo das
multidões. Chego em casa, ligo a tv e estão protestando contra rigorosamente
tudo. Contra rigorosamente nada. Agora o negócio virou maio de 68 e todo mundo
quer é tocar fogo no circo. Ou, mais precisamente, nos carros, nos caixas
eletrônicos, no comércio, nas bandeiras, na inteligência, na dignidade, em
qualquer coisa que esteja no caminho do entusiasmo cívico. O id das gentes
resolveu sair às ruas. E a multidão é aquilo que se sabe: movimento bruto,
força da natureza.
Todo mundo quem, cara-pálida?
Olha direito e me inclua fora
dessa.
Se os mais de 1 milhão de
manifestantes quisessem tocar fogo no país, não sobraria nada.
Se você tem pesadelos de estar
sendo mandado pra guilhotina, resolva isso com seu psiquiatra.
Agora, vovô, coma toda a tua
papinha, antes que esfrie...
José Maria e Silva:
Abdicando completamente do
senso crítico, quase toda a imprensa se comportou como incendiária nos
protestos e, ao brincar com fogo, pode abrir caminho para uma reforma política
bolivarista.
Nenhum país sobrevive com o
povo em convulsão nas ruas, inviabilizando as atividades produtivas.
Ui ui ui... Gente, o Zé Maria
tá se borrando de medo.
O povo não pode se manifestar
nas ruas em protesto contra coisa alguma, que os carolas católicos do Mídia Sem
Máscara sobem nas tamancas com medinho de uma revolução comunista e xingam todo
mundo de incendiário...
Que direita patética...
Sugestão aos bem-intencionados
baluartes da ordem e do silêncio: internem-se no primeiro asilo para senis.
A Direita Católica Brasileira
cabe inteirinha dentro de um hospício.
Título e Texto (formatação
mais aproximada da original): Ernesto
Ribeiro, 27-06-2013
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