quinta-feira, 15 de junho de 2023

Polícias do gosto e do ódio

Telmo Azevedo Fernandes

Eis apenas um exemplo da duplicidade de critério de quem quer ter opiniões de suposto “bom tom.” Num caso, Trump com cara de porco é uma sátira política justa e até com piada. Noutro caso, Costa com cara de porco, é racismo. Quem em Portugal não se aperceba desta contradição, não passa de um ingénuo que se deixa manipular pelo chefe do PS ou então é um ativista da propaganda socialista para desviar as atenções do desastre e rebaldaria da governação de António Costa.

É sintomático que Costa não se acanhe de fazer passar os portugueses por burros nem se incomode de nos ver como um rebanho de carneiros pagantes de impostos, mas se escandalize quando o caricaturam com um focinho de porco.

Mas o mais curioso é que parece generalizar-se a ideia entre políticos de diferentes quadrantes e comentadores de diversos tipos de avenças de que as manifestações seriam admissíveis desde que não fossem de mau gosto. Mas desde quando o critério de gosto é relevante ou condiciona o direito de expressão? O direito de expressão só existe quando todo e qualquer gosto é admissível no espaço público.

Aliás, só há liberdade de expressão quando há liberdade de ofender. Porque só se ofende quem quer. E esta lengalenga das políticas de combate ao discurso de ódio não passam de uma tentativa de outorgar ao Estado o direito a silenciar arbitrariamente e censurar aquilo que seja inconveniente a quem está no poder.

A intolerância e o extremismo resultam de cedências da sociedade em colocar nas mãos de burocratas a tarefa de beatificar e higienizar supostos discursos de ódio ou expressões de mau gosto.

Deu jeito a António Costa criar a fantasia de ter sido vítima de micro agressão racista. Mais uma vez prestou um péssimo serviço ao país e à Liberdade.

Título e Texto: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 14-6-2023 

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