Novo modelo pode dar estabilidade aos clubes e eliminar o fanatismo e agressividade dos torcedores
A chegada das SAF’s (Sociedade Anônima do Futebol) trouxe uma nova lógica de governança para os clubes que se assemelham a empresas privadas tradicionais, eliminando o modelo associativo tradicional.
Na prática, para um clube se
tornar uma SAF ele precisa ter parte de seus direitos vendidos a investidores
interessados, além de ter essa decisão passada por todos os órgãos do clube e
ser aprovada pelos associados com direito a voto.
Gabriel Seijo, sócio do escritório Cescon Barrieu, banca que assessorou o Bahia Futebol Clube no seu processo de transformação em SAF, ressalta que elas vão revolucionar o futebol brasileiro. “O modelo facilitará a atração de investimentos e a introdução de mecanismos de governança, gerando ganhos imediatos e a longo prazo. Elas envolvem desafios incomuns em operações de M&A”. O advogado alerta que a mudança deve levar em conta o respeito à paixão de milhares ou milhões de torcedores, e é preciso cuidado com as cláusulas de identidade e memória. “No ambiente da SAF, o clube se torna um acionista peculiar: seu principal interesse não é financeiro – por exemplo, o recebimento de dividendos ou a valorização das ações para futura venda –, mas sim a melhoria dos resultados esportivos, a perpetuação da entidade e a preservação de seus laços com a comunidade”, diz.
“Esse processo pode fortalecer
os principais times da série A e dar um impulso para as equipes da série B”,
explica Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM, prosseguindo:
“porém, a expectativa é que tais métodos impactem de forma relevante a maneira
de gerenciar que se conheceu até aqui, mas os resultados de qualquer forma
sempre serão construídos por pessoas, daí a importância da seleção dos
profissionais com afinidade a nova cultura, sejam eles existentes nos clubes ou
trazidos de fora, não somente uma mudança no modelo”.
No campo do investidor, o
maior desafio é alinhar interesses econômicos vislumbrados pelos sócios aos
desejos de resultado desportivo do clube. Segundo Daniel Laudisio, sócio do
Cescon Barrieu, embora à primeira vista esses interesses possam parecer
colidentes, eles têm inúmeras intersecções que permitem um formato de transação
que, embora seja um pouco distinta de uma fusão e aquisição tradicional, alinhe
os interesses das partes de forma harmônica. “É possível manter um futebol
competitivo ao mesmo tempo que o investidor tenha proteção e retorno de seu
investimento”.
Martinho alerta que ganhar faz
parte da missão de qualquer entidade esportiva competitiva, porém avaliar os
riscos do investimento, medir seu respectivo retorno e se responsabilizar por
eventuais fracassos muda a maneira como tais decisões serão tomadas.
Os especialistas estão
disponíveis para comentar o assunto.
INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA
William Lara | william.lara@novapr.com.br | 11 9
4973-8477
Anderson Guerreiro | anderson.guerreiro@novapr.com.br
| 51 99539-1212
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-