Vejam estas duas fotos:
Aquela pergunta de Juan Arias,
correspondente do El País no Brasil,
ainda está muito viva na memória de muitos: “Por que os brasileiros não se
indignam” com a sujeirada? Como sabem, articulei uma resposta num longo post,
que recebeu, em dois dias, quase 1.100 comentários. Entre as muitas razões que
explicam, segundo entendo, o comportamento cordato, passivo, até mesmo
caroável, do brasileiro com a corrupção está o fato de que o PT e seus aliados
de esquerda privatizaram a sociedade civil: são donos dos sindicatos, das
centrais sindicais, dos movimentos sociais, das entidades da sociedade civil,
de tudo. Ao contrário: hoje, o que se vê no Brasil são os “protestos a favor”,
o que é coisa típica de governos totalitários de esquerda, sejam fascistas ou
socialistas.
Muito bem! No alto, vocês vêem
o jovem Lindbergh Faria, então aos 23 anos, presidente da UNE, com a cara
pintada, pedindo o impeachment de Collor. Era, então, militante do PC do B.
Causava furor nas jovens militantes com o seu stalinismo babyface… Eu queria a
queda de Collor e, à época, escrevi um artigo pedindo eleições diretas também
na UNE. Fui malvisto, claro! Havia algo de “pseudo” naquele rapazinho. Mas
poucos resistem a um rostinho bonito, bem-falante e “progressista”. Tornou-se o
“enfant gâté” do impeachment e, dali,
saltou para a política. Quem o viu operando como prefeito em Nova Iguaçu, já no
PT, garante que ele não tem do que se envergonhar em ter hoje Fernando Collor
como companheiro na base de apoio ao governo. Nunca Nova Iguaçu se pareceu
tanto com as Alagoas do outro…
Pois bem. O mocinho da cara
pintada virou aquela triste figura que se vê na segunda foto — no canto
inferior, à direita. Em companhia de Walter Pinheiro (PT-BA) e Delcídio Amaral
(PT-MT), Lindbergh foi fazer a sua genuflexão a José Dirceu, em se cafofo
secreto. De volta ao Senado, cumpriu a pauta lá combinada. É claro que, aos 42
anos, ele não tinha de continuar necessariamente fiel às idéias que tinha aos
23. O normal é que se aprenda muita coisa nesse tempo. Não sei se Lindbergh não
só deixou de aprender como esqueceu outras tantas ou se, como direi?,
lembrou-se de ser fiel às suas origens comunistas e, por isso mesmo, fez-se
conviva do gabinete clandestino de um conspirador.
De todo modo, as duas imagens
funcionam como um emblema da rendição dos chamados movimentos sociais a um
partido político. A UNE, que ressurgiu com a redemocratização, morreu em 2003.
O Lindbergh flagrado no corredor do cafofo de Dirceu é uma evidência do
renascimento da entidade e de sua morte.
Título, Imagens e Texto: Reinaldo
Azevedo, 29-08-2011
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