Ao reclamar de uma dor no
joelho o jogador não se lembra de quantas alegrias o mesmo já proporcionou ao
permitir suas peladas de fim de semana, que se ajoelhasse durante suas orações
agradecendo a vida e os bens recebidos, que caminhasse pela areia da praia,
corresse ao encontro de um abraço e milhares de caminhadas.
Encarando as dificuldades
dessa maneira seria possível perceber que raramente temos um verdadeiro motivo
para reclamações, qualquer que seja sua natureza. As possibilidades
apresentadas durante a vida são infinitas e só a própria pessoa pode decidir
viver ou não aquele momento.
As escolhas das atitudes como
arriscar, correr, lutar, fazer amigos, unir ou separar bens e pessoas, são
incontáveis e exclusivas de cada um. Ninguém precisa ou é obrigado a fazer
praticamente nada, mas fazendo ou não, sempre arcará com as consequências de
sua opção.
Os que não praticam nenhum
tipo de atividade física não sentirão as mesmas dores no joelho de um atleta,
mas jamais terão a mesma desenvoltura física. Aqueles que não arriscam
certamente possuem menos riscos de perder que o jogador e os que não correm
diminuem suas possibilidades de acidente.
Correr riscos desnecessários
nunca deveria ser a opção de uma pessoa, mas é preciso considerar que deixando
de exercer diversas atividades por conta de suas chances de no futuro sentir
dor, cair, se machucar ou qualquer outra preocupação, teremos uma vida coberta
de privações, não vivida em sua plenitude.
Sempre estaremos sujeitos a um
acidente, imprevisto, inesperado, mas a vida seria muito chata sem essas
possibilidades. Avião, para quedas, para pentes, surf, skate e motocicleta são
maravilhosos para muitos e aterrorizantes para outros, mas é exatamente essa a
maravilha do ser humano, o poder de escolha.
É triste ver uma pessoa que
passou pela vida sem experimentar algumas dessas coisas que teve vontade, ou
apenas curiosidade, simplesmente por ser arriscado. Os riscos fazem parte de
praticamente tudo em nossa vida. Cada ação, por mais simples e em qualquer área
que seja realizada, provocará uma reação. Nem sequer caminharíamos, se
tivéssemos medo de tropeçar e cair.
No lado sentimental, muitas
pessoas se reprimem até de fazer um carinho público no amado, na esposa, por
medo da reação de outros, deixando assim de amar, de demonstrar seu afeto para
com quem realmente interessa na sua vida, enquanto as mais confiantes exprimem
melhor seus sentimentos quando sorriem, abraçam, beijam e trocam carinhos com
seus entes queridos, independentemente do que pensam aqueles que os criticam
exatamente por sentirem falta desses atos.
Aquele que teve um amigo,
filho, namorada ou esposa, que por algum motivo já não faz parte de sua vida,
não deveria ficar triste, mas alegre pelos momentos agradáveis que passaram
juntos, os carinhos trocados, sorrisos e passeios maravilhosos que realizaram.
Na realidade esse tipo de
sofrimento nem é pela perda, afastamento, mas pelo que foi planejado, sonhado
para terem realizado juntos e jamais ocorrerá. Isso é mais um motivo para
pensarmos na demonstração de afeto, carinho que, por estarem em lugar público,
muitas pessoas deixaram de realizar com medo do que diriam os reprimidos de
plantão.
Não se pode passar pela vida sem vivê-la, pelo medo de sentir dor,
correr riscos, se aventurar, sentir e demonstrar sentimentos, se nenhuma dor
pode ser maior que a dor pelo que não vivemos.
Título, Imagem e Texto: João
Bosco Leal
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-