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Foto: Jim Pereira, 20-08-2010 |
Uma equipa de seis voluntários
chega hoje às zonas rochosas da ilha da Berlenga para recuperar e construir os
ninhos da cagarra ou pardela-de-bico-amarelo, ave marinha com cerca de 250
casais.
“Ao longo dos anos em que
temos monitorizado as colónias de cagarras apercebemo-nos que vários dos
primeiros 60 ninhos artificiais, que foram colocados em 1999, estão a
desmoronar-se”, contou esta manhã Joana Andrade, da Sociedade Portuguesa para o
Estudo das Aves (Spea), ao PÚBLICO.
Por isso, duas equipas com
seis pessoas cada, estarão na colónia principal da ilha da Berlenga, a
recuperar ninhos e a construir 40 novos. “Quando possível vamos usar rochas que
estão ali perto e um pouco de cimento para consolidar ou então vamos recorrer a
tábuas, com um molde de uma caixa de fruta, e pedras”, explicou a também
coordenadora do projecto FAME (Future of
the Atlantic Marine Environment) para Portugal.
Mas este é um trabalho “duro”
para pouco tempo. Não há garantias de que seja possível atingir as metas. “Tudo
vai depender de como os voluntários consigam trabalhar, em condições árduas”,
admitiu Joana Andrade. A primeira equipa, com seis pessoas e dois
coordenadores, será substituída na terça-feira pela segunda equipa, que
regressa a 23 de Agosto.
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Foto: Jim Pereira, 20-08-2010 |
As crias da cagarras são
alimentadas pelos progenitores, que passam dias no mar, até finais de Setembro.
Nessa altura, os pais começam as suas migrações para Sul e as crias, já mais
desenvolvidas, ficam nos ninhos mais duas a três semanas. “Depois, quando já
tiverem a plumagem completa, saem sozinhas dos ninhos, nas migrações.”
Actualmente, a maior ameaça a
estas aves – classificadas com estatuto de Vulnerável pelo Livro Vermelho dos
Vertebrados de Portugal, de 2005 - é a predação por ratos e gaivotas, que se
alimentam de ovos ou de crias.
Estima-se que a população
total de cagarras de todo o arquipélago das Berlengas, incluindo o ilhéu dos
Farilhões, seja de 800 casais.
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