Eis o que escreveu José Dirceu
no seu blog, ontem, 26 de agosto:
Repórter da revista Veja é
flagrado em atividade criminosa contra mim
Depois de abandonar todos os
critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres,
também abriu mão da legalidade e, numa prática criminosa, tentou invadir o
apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília.
O ardil começou na tarde dessa
quarta-feira (24/08), quando o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da
revista, se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto que
tenho reservado. Alojado, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo.
Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento,
simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.
O repórter não contava com a
presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente,
informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o
infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote
na diária devida, ainda por cima. O hotel registrou a tentativa de violação de
domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial.
A revista não parou por aí.
O jornalista voltou à carga.
Fez-se passar por assessor da Prefeitura de Varginha, insistindo em deixar no
meu quarto "documentos relevantes". Disse que se chamava Roberto, mas
utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que
preencheu com seu verdadeiro nome. O golpe não funcionou porque minha
assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos”.
Os procedimentos da Veja se
assemelham a escândalo recentemente denunciado na Inglaterra. O tablóide News of the World tinha como prática
para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais. O jornal acabou
fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e
presos.
No meio da tarde da
quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para
invadir meu apartamento, outro repórter da revista Veja entrou em contato com o
argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades
em Brasília.
Invasão de privacidade
O jornalista Daniel Pereira se
achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com
quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail
já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar
um factóide. Pereira fez três perguntas:
1 – Quando está em Brasília, o
ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares,
dirigentes de estatais – num hotel. Sobre o que conversam? Demandas
empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?
2 – Geralmente, de quem parte
o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?
3 – Com quais ministros do
governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel?
Qual o assunto da conversa?
Preparação de uma farsa
Soube, por diversas fontes,
que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas
sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo
recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus
direitos.
Deixei o governo, não sou mais
parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário.
Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros
e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar
satisfações à Veja acerca de minhas atividades. Essa revista notoriamente se
transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças
conservadoras mais venais.
Leia mais no blog do Zé
(Dirceu)
Edição: JP
Quando eu conseguir a reportagem da Veja vou trazê-la para cá! (A reportagem, por supuesto...)
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