quarta-feira, 24 de agosto de 2011

29º capítulo: Brazzaville (2)

Capítulo anterior:

Pouco tempo depois da minha chegada a Brazzaville comecei a trabalhar nos Établissements Vaz. Depois, e à noite, trabalhei também num escritório de contabilidade.
Trabalhei nos Armazéns Miranda (comércio grossista) e nos últimos anos da minha estada numa das lojas dos meus pais.
Estive em Brazzaville de 1967 a 1972.
Estudei Contabilidade e Filosofia (Iniciação às Grandes Doutrinas e aos Grandes Problemas). Neste último curso tive excelentes notas e elogios que incharam o meu ego.
Casei em abril de 1971.
Já escrevi alguns flashes sobre a minha estada no Congo. Escreverei outros, com certeza. Mas, como já disse, sem observância da cronologia.
Foi depois da expulsão dos americanos e o fechamento da Embaixada, em 1968, salvo erro, que o Congo se tornou marxista-leninista. Eu estava lá e apercebi de longe a multidão em fúria em frente à Embaixada dos EUA. O golpista era o Capitão Marien-Ngouabi que virou presidente, ídolo, mudou o hino, mudou a bandeira, etc… e a “foule” o aplaudia… se é que me entendem...

A bandeira da República do Congo inicialmente adotada a 18 de Agosto de 1958. Foi descartada em 1970 
e readotada a 10 de Junho de 1991. A bandeira é composta pelas tradicionais cores Pan-Africanas.
Bandeira da República Popular do Congo entre 1º de janeiro de 1970 e 10 de junho de 1991
Eu morava numa cidade capital de um país marxista-leninista - ou socialista-científico. A “discurseira” era diária. Era cidadão reconhecível de um país sob ditadura política – como o Congo – envolvido em guerras coloniais. Era em Brazzaville a sede internacional do MPLA – Movimento Popular de Angola. E era do Congo-Brazzaville que entravam no território de Angola pelo enclave de Cabinda. O MPLA tinha um (ou mais, não sei) campo de treinamento na Floresta do Mayombe. A República Popular do Congo não tinha nenhum tipo de relações diplomáticas com Portugal. Os cidadãos portugueses tinham que ir à Embaixada em Bangui, República Centro-Africana. Ou a Kinshasa, onde a Embaixada da Espanha tinha um bureau que representava os interesses portugueses.

Próximo capítulo:

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