terça-feira, 24 de outubro de 2023

Rio retorna ao estágio de mobilização após dia de terror na Zona Oeste

Nesta terça-feira, impactos dos ataques de milicianos ainda refletem na operação de ônibus municipais, BRTs e trens

O Dia

O município do Rio retornou ao estágio de mobilização, após o dia de terror causado pelos ataques na Zona Oeste, entre a tarde e a noite de segunda-feira (23). A cidade entrou em estágio de atenção às 18h40 de ontem, depois que criminosos atearam fogo em ônibus, um trem e carros de passeio, em represália à morte do sobrinho e braço direito do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. Segundo o Centro de Operações (COR), na manhã desta terça-feira (24), três vias ainda seguem com bloqueios por conta dos incêndios.

De acordo com a Mobi-Rio, o corredor Transoeste está operando com intervalos irregulares, enquanto o Transcarioca e Transolimpoca têm os serviços funcionando normalmente. As linhas eventuais Pingo D'água, Magarça e Mato Alto, os "diretões", já começaram a funcionar, com exceção do Santa Cruz x Alvorada. Em suas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes informou que os ônibus municipais circulam com 50% da frota na Zona Oeste, com impactos também na frota da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. 

Segundo o Rio Ônibus, a operação na Zona Oeste está em processo de normalização e "as empresas do consórcio Santa Cruz estão empenhadas em regularizar o serviço no menor prazo possível". Também afetada pelos ataques dos milicianos, a SuperVia informou que, excepcionalmente hoje, o ramal Deodoro - Santa Cruz não terá circulação dos trens expressos para a Central do Brasil e dos trens que partem exclusivamente a partir da estação Campo Grande. Composições para a Central operam com intervalos de 15 minutos.

O miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão ou Teteu, foi morto em um confronto com policiais civis, na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz. Após a morte, o grupo paramilitar ateou fogo em 35 ônibus, sendo 20 da operação municipal, cinco BRTs e outros 10 de turismo e fretamento. Em apenas um dia, a cidade teve o maior número de ônibus queimados de sua história, segundo o Rio Ônibus. O município chegou a ter 121 km de congestionamento, quase o dobro da média registrada nas últimas três segundas-feiras. 

A ação dos criminosos afetou, principalmente, os bairros de Campo Grande, Santa Cruz, Paciência, Guaratiba, Sepetiba, Cosmos, Recreio, Inhoaíba, Barra da Tijuca, Tanque e Campinho. Nestes locais, pneus também foram incendiados e serviram como barricadas para impedir a passagem das polícias Civil e Militar. Ao todo, doze suspeitos de envolvimento nos ataques foram presos e, segundo o governador do Rio, Cláudio Castro, serão encaminhados para presídios federais. 

Título e Texto: Redação, O Dia, 24-10-2023, 7h18

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