Conclusão absolutamente óbvia e que não
deve ser encarada como preconceito, e nem como sendo culpa da população pobre
que vive nessas comunidades. Porém, lugar de bandido é na cadeia e para isso
têm que haver sim operações nestas localidades
Quintino Gomes Freire
Sempre que se fala de algum
crime, alguma barbárie, ou quando tem uma ação policial em alguma favela, vem
aquela voz irritante de sempre e diz: OS VERDADEIROS CRIMINOSOS MORAM NA VIEIRA
SOUTO! Pode até ser que quem lucre mais com o narcotráfico,
com o tráfico de armas, com a milícia e os jogos de azar more em mansões e
coberturas nos melhores endereços. Mas isso não afasta o fato que, assim como
os muito ricos são menos de 1% a população, eles estão na mesma proporção dos
criminosos.
Os 6 bandidos que no início da semana, na gíria, esculacharam um idoso no Centro do Rio, não moram em uma cobertura de Ipanema. São conhecidos pelos comerciantes da região, já assaltaram a vários na mesma área e foram soltos no mesmo dia. Todo mundo que trabalha por ali conhece os vagabundos; vivem pela rua Gonçalves Dias e se especializaram em assaltar entre a Rio Branco e a Uruguaiana (que virou terra de ninguém). Pelo que levantaram são moradores do Parque União, na Maré, por trás deles não havia nenhum megaempresário do crime, são apenas pessoinhas malignas que chutaram alguém que tinha idade para ser seu avô.
Vagabundos famosos, que riem da cara da polícia porque entram e saem da delegacia como quem toma cafezinho num bar e pra piorar roubam outro pra vender na plaquinha de COMPRO OURO do camelô mais próximo e roubam celular pra vender ali no camelódromo. Fica tudo em casa. É que nem o cracudo que rouba parte de monumento no Largo de São Francisco pra vender nos ferros velhos ilegais da Senador Pompeu ou da Gamboa.
O fato de o problema ser
recorrente naquela região do Centro mais tomada pelos vendedores ambulantes e
pelas lojas vazias, só piora a inação da nossa Polícia. Mas o que podem fazer?
O Judiciário soltará, “falta provas”, ou “são pobres oprimidos”, dizem os
juízes nas audiências de custódia. Vulneráveis somos nós. Talvez
agora com tanta câmera tendo registrado o ato em flagrante, eles sejam
devidamente encarcerados? Há quem duvide. Por isso apoiei tanto quando
instalamos o monitoramento total pela startup Gabriel
do nosso Arco do Teles, primeira rua inteiramente monitorada no Centro. Mas
flagrá-los não muda a raiz do problema, que está sim, na favela e na forma que
são criados lá.
O Poder Público ainda insiste
que a favela é um programa habitacional, que para lá são empurrados os
indesejados, e quem critica a favela – verdadeiro câncer no tecido urbano – é
tratado como higienista. Imagine a dificuldade de uma família ensinar bons valores
a um filho que vê um colega indo para o crime e conquistando bens materiais? Ou
de ensinar boas maneiras a crianças que desde pequenas são criadas ouvindo
coisa bem pior do que o absurdo “cavalo taradão” da escola municipal? Um
trabalho a mais para quem já passa boa parte de seu dia dedicado ao trabalho,
ao trânsito e ao serviço doméstico.
Por alguma razão o imaginário
de parte dos cariocas trata a favela como uma local idílico, um grande e
especial polo de cultura, e o traficante – o criminoso que oprime justamente
aquela comunidade – como um Robin Hood. Na verdade, ele geralmente é apenas um
sanguinário bandido analfabeto, invejoso e revoltado, cuja ideia de cultura é
colecionar tênis coloridos, joias de mau gosto, e montar um palacete de
porcelanato e vidro verde que será seu mundinho até morrer aos 30 e poucos anos
dando lugar a outro facínora semelhante (que provavelmente vai matá-lo). A
verdade é que a maioria é de psicopatas que não se importariam em botar fogo na
cidade se lhes mandassem, como de fato aconteceu no último dia 23/10. E eles
fazem isso com gosto, sacrificando justamente o povo pobre, pois o tal cara da
Vieira Souto nem viu a fumaça dos 35 ônibus queimados.
Precisamos tratar o assunto a
sério e saber que 95% dos bandidos perigosos estão nessas comunidades. Por
conta de toda essa leniência com esses bandidos, a favela se expandiu para o
asfalto, com barricadas em ruas que outrora tinham grande movimento até comercial.
Bairros como Parada de Lucas e Cordovil viraram extensão de suas favelas,
tornando boas ruas industriais e comerciais como a Bulhões Macial (outrora
famosa por suas lojas e galpões) núcleo duro de facções criminosas que agora
chegam a misturar crime com religião. As favelas precisam sim sofrer todas as
operações policiais necessárias a reprimir a bandidagem, prisões tem de ser
feitas (quem não se entregar tem mesmo que levar bala) e, mais, quando
realizadas a contento, que os bandidos sejam mantidos presos e não soltos por
um Judiciário cada vez mais leniente, impulsionado por um legislativo onde só
se ouve falar na inútil pauta identitária e que assim se tornou cúmplice da
criminalidade violenta. Oprimidos somos nós, a sociedade.
Título e Texto: Quintino
Gomes Freire, Diário
do Rio, 27-10-2023
Em assalto, idoso é jogado no chão e luta contra 6; Centro do RJ pic.twitter.com/qffjlZ7Ppc
— MSP-Movimento Sem Picanha (@mspbra) October 25, 2023
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