Vitor Cunha
Ontem ensaiou-se o mote para
qualquer crítica a decisões judiciais em Portugal numa indignação típica sobre
a forma como o Correio da Manhã descreveu duas pessoas – cega e cigano –
independentemente de todos os outros jornais o fazerem sem serem alvo de
críticas.
A partir de ontem, qualquer
que seja o caso, faça a ministra da justiça o que fizer, terá salvo-conduto.
Quer passe a existir pena de morte por roubar um pão no supermercado ou
ausência de crime por violar crianças à guarda de instituições do Estado, quem
se atrever a criticar a justiça será taxativamente rotulado de racista,
tornando qualquer crítica como a ignomínia de um intolerante e fanático
tresloucado.
Abundarão as caracterizações
de “nojo” e escrever-se-á mais uma página no processo de assimilação da
estupidez colectiva que legitima o golpe de Costa rumo à deterioração
irreversível da 3ª república.
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