Valdemar Habitzreuter
A Europa sempre se julgou o
berço da civilização, racialmente superior a outras civilizações e a detentora
do poder sobre outros povos, etnicamente diferentes. As nações europeias, desde
suas formações, eram nações beligerantes, guerreavam entre si por defesa ou
expansão de seus territórios. Não mediam esforços para dizimar seus inimigos se
assim necessário fosse.
As aventuras marítimas do
século XV visavam conquistar novas terras, explorar suas riquezas e subjugar os
nativos que eram considerados seres inferiores. A Europa realmente florescia em
progresso e riqueza nos tempos das colonizações. O exemplo disso, temos a
América que foi descoberta pelos europeus e nela se fixaram para espoliá-la e
introduzir sua cultura a fogo e ferro. E isto também aconteceu em partes da
África.
Estas novas terras tornaram-se
independentes e absorveram a cultura europeia. Assim, temos hoje os países
pujantes da América do Norte, os países da América do Sul e os países da
América Central, em todos eles prevalecendo a cultura europeia. Os nativos, se
não foram dizimados por completo, foram, muitas vezes, feitos escravos e
obrigados a aceitar a cultura dos dominadores.
O cristianismo era imposto a
essa gente e suas crenças religiosas eram intolerantemente combatidas.
Muitos massacres eram
perpetrados em nome do Deus cristão. Portanto, as Américas são uma extensão
cultural europeia.
Hoje em dia, a grande nação,
os Estados Unidos, mancomunada com a comunidade europeia, procede ainda da
mesma maneira mundo afora, querendo impor seu poder hegemônico perante outras
nações mais fracas para espoliá-las de suas riquezas, haja vista o interesse
pelo petróleo do oriente médio.
Os países ricos do ocidente,
há muito tempo, exploram os países do Oriente Médio, inflingindo-lhes
humilhações por serem mais fracos militarmente e desprezando suas culturas
próprias. Intrometem-se nesses países e promovem guerras e mais guerras em nome
da paz mundial, mas no fundo, os Estados Unidos e países da Europa, querem
exercer um poder além de suas fronteiras e locupletar-se dos bens daqueles
países.
Mas o leão muçulmano acordou e
está rugindo bem alto. Não mais de explorações e humilhações. Alá é o
estandarte da insurgência e Maomé o general de um exército invisível cultivando
ódio ao Ocidente. Por conta disso, o islamismo é a religião que mais cresce no
mundo, infiltrando-se sorrateiramente no Ocidente. Outrora era o cristianismo
que se impunha como força ideológica para dominar o mundo. Hoje é o islamismo
que se dissemina mundo afora.
Num futuro talvez não muito
distante, a cultura muçulmana será dominante na Europa e abafará a megalomania
ocidental e, assim, o troco da espoliação de séculos seguidos teria sido dado.
Esse exército invisível nem
sempre age de maneira pacífica e já deu sinal de sua movimentação na base da
violência para mostrar seu poder de fogo: ataque às torres gêmeas, matança de
inocentes na Inglaterra, Espanha e outros países, e recentemente na França. Não
se trata propriamente de uma guerra religiosa, trata-se de uma guerra de
retaliação como forma de sobrevivência de uma cultura étnica que não quer mais
estar sob o jugo e exploração do Ocidente cristão. E sua arma poderosa é o
terrorismo. Allahu Akbar.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 19-11-2015
Se bem entendi, a culpa e responsabilidade de existirem assassinos como os que mataram cento e trinta pessoas e feriram umas trezentas, em Paris, é da Europa, porque ela “se acha” e pelo que fez há seiscentos anos…
ResponderExcluirPortanto, contextualizando, deve a Europa “pagar” nos próximos seiscentos anos pelo que andou fazendo há seiscentos anos… e, curiosamente, os “vingadores”, para deixarem claro que “não se trata propriamente de uma guerra religiosa”, exclamam e/ou gritam: “Allah é grande!”. E eu achando que Allah fosse o deus dessa religião.
A rigor, é difícil para nós ocidentais aceitar a violência adotada por grupos islâmicos como o EI porque ignoramos que no passado, e quando a ocasião ainda se apresenta hoje em dia, praticamos a mesma violência que agora é praticado contra nós. Não quero com isso defender o terrorismo islâmico que deve ser combatido com determinação, mas a raiz do problema não é religioso, embora se alude a Alá, mas, ao meu ver, relativo às constantes ingerencias do passado e ainda hoje do ocidente nas organizaçoes de governo desses povos, unicamente para tirar proveito próprio. Sei que é difícil ver isso sob estsa ótica porque nos julgamos superiores, com direito a dar lições aos povos de culturas diferentes... É o que penso, a violência está dos dois lados. Nem Alá, nem o Deus cristão resolverão o impasse e sim uma política correta de homens corretos, irmanando o Ocidente com o Oriente Médio em respeito mútuo e cooperação...
ResponderExcluirValdemar