quarta-feira, 24 de julho de 2013

Dois pesos e duas medidas na Casa Rosada

A senhora Kirchner confirma, com sua drástica mudança em relação ao terrorismo tutelado pelo Irã, a prática de um padrão duplo irracional de atitude internacional

Beatriz W. Rittigstein
 
Casa Rosada, em Buenos Aires, Argentina. Foto: Nicolas Maia, 06-01-2005
Não resta a menor dúvida de que foi humilhante a decisão de certos governos europeus de impedir o voo por seus espaços aéreos do avião presidencial boliviano. Os países latino-americanos têm razão de se mostrarem ofendidos com o fato e em exigir um desagravo.

Mas, entre os que já cometeram abusos como esse incidente e que, além disso, por experiências anteriores de sabido desrespeito às normas internacionais, está o próprio Evo Morales. Em 2011, fomos surpreendidos com a presença do Ministro de Defesa iraniano, Ahmed Vahidi, num ato solene na Escola Militar de Aviação de Santa Cruz de la Sierra, junto com sua colega boliviana, María Cecilia Chacón.

Ocorre que Vahidi era, na época, já um dos acusados de haver planejado o atentado a bomba que destruiu o prédio da comunidade judaica AMIA, em Buenos Aires e, em 2007, a INTERPOL exarou uma ordem de prisão para a sua captura. Em face da reclamação argentina, na época, as autoridades bolivianas se apressaram "expulsar” seu convidado iraniano, sob a alegação de que “não sabiam”...

Por outro lado, assim que o Promotor Público argentino Nizman reiterou as acusações contra o Irã e seus agentes infiltrados sob o disfarce de diplomatas pelo atentado à AMIA,  despachou também um novo relatório no qual assinalou o estabelecimento de "estações de inteligência" na América do Sul, "destinadas a fomentar e a cometer atos terroristas", a chancelaria iraniana tentou desqualificá-lo ao imputar-lhe o que achavam ser uma pecha chamando-o de "sionista", ou seja, como se isso fosse um insulto.

Acaba sendo vergonhoso o fato de que, após essa indevida ingerência iraniana no sistema judicial argentino, somada à afronta discriminatória contra Nizman quanto à sua condição de judeu, nem a senhora Cristina Kirchner nem o seu governo foram capazes de manifestar uma imperativa indignação.

Desse modo, a Presidente confirma sua drástica mudança de atitude com relação ao terrorismo tutelado pelo Irã, uma reviravolta incompatível com a postura prévia da era Kirchner. E, torna evidente um duplo padrão, que varia segundo seus interesses imediatos, ao pôr em prática um singular e incoerente conceito de soberania.
Título e Texto: Beatriz W. Rittigstein, para o jornal venezuelano ‘EL UNIVERSAL’
bea.rwz@gmail.com 
Tradução: Francisco Vianna

Nota do Tradutor  (COMENTÁRIO): até hoje, apesar de Cristina Kirchner entoar a cantilena tradicional dos socialistas sul-americanos, ela não consegue disfarçar que o peronismo argentino, que ela representa e encarna, ainda conserva o ranço nazifascista dos tempos de Domingos Perón. Mas, não surpreende. No fim, tudo é a mesma manifestação dessa doença social que grassa na América latina, chamada socialismo. Portanto, ela é antijudia, antiamericana, liberticida, e, como dizia Winston Churchil, “é a filosofia do fracasso, a crença na ignorância, a pregação do ódio e da inveja e o seu defeito inerente é a distribuição igualitária da miséria”.

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