Vergonha de ser brasileiro.
Eis o sentimento que tive após ver o discurso proselitista da presidente Dilma
diante do papa Francisco. Por sorte, Vossa Santidade é argentino e, portanto,
está ciente do típico populismo demagógico dos latino-americanos. Ainda assim
foi algo constrangedor.
Dilma louvou as grandes
"conquistas" dos últimos dez anos de governo. Aproveitou para fazer
campanha eleitoral na cerimônia, tentando surfar na popularidade do papa. Mas,
se o papa é pop, Dilma não é. Recebeu vaias no estádio de futebol, e hoje
mereceu novas vaias, mas o protocolo do evento não permitiu, em respeito ao
papa. Só por isso.
Não satisfeita, Dilma ainda
olhou diretamente para o papa para lhe dar lições de democracia, explicando que
o povo toma gosto e quer mais. Ela estava apenas seguindo a estratégia de seu
mentor, o ex-presidente Lula, que recentemente adotou essa desculpa esfarrapada
em artigo no site do NYT: as manifestações nas ruas são fruto do sucesso do
governo petista!
Enfim, a cena toda foi
patética, e Dilma saiu ainda menor da ocasião. Não deveria ter se aproveitado
da visita do papa de forma tão escancarada, tão sensacionalista, para vender o
peixe (podre) de sua gestão e de seu antecessor, de olho somente nas urnas de
2014. Isso foi feio. Muito feito! Dilma perdeu uma ótima oportunidade de ficar
calada.
Só não foi a coisa mais
constrangedora do primeiro dia da visita do papa ao Brasil porque a turma do
movimento gay veio resgatar Dilma, colocando-se como merecedora do prêmio
patetice do dia. Realizar um "beijaço" seminus em frente aos
religiosos e à igreja foi um ato deveras infeliz, de quem acha que está
chocando os outros, mas está apenas despertando o sentimento de pena, por algo
tão mesquinho e ridículo.
A tentativa de ofender os
religiosos demonstra apenas como essa gente necessita da aceitação daqueles que
julgam "medievais". Querem a aprovação do "papai" cuja
autoridade não reconhecem. De fato, patético.
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